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Eficiência de passagem livre

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Por:   •  10/6/2014  •  Projeto de pesquisa  •  3.452 Palavras (14 Páginas)  •  169 Visualizações

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1 - INTRODUÇÃO

O trabalho tem como objetivo averiguar a atuação do Movimento Passe Livre (MPL) e efetuar uma análise mais específica da atuação do Movimento do Passe Livre de São Paulo (MPL-SP) que consequentemente desencadeou uma série de manifestações em todo o Brasil no mês de Junho de 2013.

O trabalho também efetuara uma apuração dos resultados positivos e negativos que as manifestações, em território brasileiro, conquistaram. Esse resultado será analisado do ponto de vista político, econômico e social, não iremos analisar as particularidades de cada manifestação, mas sim, analisaremos o resultado das manifestações em sua totalidade.

De uma forma súbita, teve início uma onda de manifestações em praticamente todo território brasileiro, manifestações que se tornaram visíveis para todos os brasileiros e para o mundo também.

Toda essa onda de manifestações teve início na cidade de São Paulo, essa metrópole tem vários problemas em sua infraestrutura, principalmente no setor de transporte público. A população paulistana já desgastada fisicamente e psicologicamente pelos efeitos insalubres de um transporte público de péssima qualidade se revoltou, quando esse mesmo serviço teve um aumento de R$ 0,20.

Esses 20 centavos não são responsáveis por toda insatisfação, mas sem dúvida foi o estopimpara a eclosão das manifestações que ocorreram no Brasil, sendo assim, o MPL-SP entrou em ação. O principal objetivo do MPL-SP era a revogação desses 20 centavos, após muita luta algumas violentas e outras pacíficas, o MPL-SP obteve vitória contra a empresa privada responsável pelo transporte público da cidade de São Paulo e também obteve vitória contra os governantes.

Mas algo que ninguém esperava ocorreu, o MPL-SP, de uma forma não intencional, desencadeou uma série de movimentações em todo o território brasileiro. A insatisfação dos brasileiros chegou a certo limite e os mesmos foram para as ruas lutar pelos seus direitos.

Temporariamente o governo perdeu o controle sobre sua própria população. Grupos violentos e pacíficos estavam exercendo legitimamente a luta pelos seus direitos, estavam pressionando o Governo Federal, os Governos Estaduais e até mesmo os Municipais, tudo para conquistar mais direitos.

O grande problema dessas manifestações é que, dependendo do ponto de vista, quase se tornaram anárquicas, já que elas não tinham uma liderança ou lideranças bem definidas e havia um excessivo número de reivindicações, sendo assim, essas manifestações não tinham uma reivindicação central e objetiva para conquistar e não tinha uma liderança para dialogar.

Partindo dessas premissas, o artigo efetuara um levantamento de quais foram às conquistas políticas, econômicas e sociais que essas manifestações conseguiram, quais são os resultados positivos e negativos dessas manifestações. É de grande relevância que esse levantamento deva ser efetuado, pois, com esses dados em mãos, podemos de fato fazer uma análise se as manifestações de junho realizaram ou não mudanças na política, economia e sociedade brasileira.

2 - DESENVOLVIMENTO

Alguns estudiosos sociais chegaram à conclusão de que o desencadeamento dos movimentos sociais se deve apenas por questões econômicas que não estão de acordo com o modo capitalista neoliberal, como o elevado custo do trabalho, a alta carga tributária imposta pelo Estado, que tanto o capitalista quanto o trabalhador devem pagar, e a corrupção como sendo os principais fatores para os insatisfeitos se manifestarem nas ruas. (ROLNIK, 2013)

Porém, essa visão é muito limitada e apenas nos esclarece uma pequena parte do problema.

O grande motivo que gerou toda essa insatisfação, é justamente o contrário do que foi citado na frase acima. Essa forma de desenvolvimento econômico neoliberal, nesses moldes de desenvolvimento, faz com que o indivíduo perca sua identidade nesse processo, o indivíduo e a população de uma forma geral deixam de ser sujeito das ações e passam a ser objeto das ações, sendo assim, a população é excluída do planejamento da sua própria vida rotineira na metrópole. (MPL-SP, 2013)

O neoliberalismo afetou negativamente a vida da população e muitos insatisfeitos não se “ajoelharam” para essa imposição econômica que funde com o social, a citação abaixo de David Harvey, deixa bem claro essa condição.

A governança substituiu o governo; os direitos e as liberdades têm prioridade sobre a democracia; a lei e as parcerias público-privadas, feitas sem transparências, substituíram as instituições democráticas; a anarquia do mercado e do empreendedorismo competitivo substituíram as capacidades deliberativas baseadas em solidariedades sociais. Culturas oposicionistas tiveram, portanto, de se adaptar a essas novas regras e encontrar novas maneiras de desafiar a hegemonia da ordem existente. (HARVEY, 2013. p. 28)

A população começou a perceber como essa forma de desenvolvimento estava prejudicando aqueles que mais precisam (eles mesmos) dos serviços urbanos, principalmente o de transporte público.

Em relação ao transporte público, pois, esse sim foi o maior estopim para a explosão das manifestações. A população percebeu que ela começou a ter sua mobilidade restringida, mobilidade da qual ela nem utiliza para lazer, mas sim para ir e vir de seu local de trabalho. (MPL-SP, 2013)

As catracas impostas nos meios de transporte público tem como essência discriminar o indivíduo, uma discriminação segundo critérios de renda, aqueles que têm condições de pagar a tarifa imposta pela empresa de transporte público pode se locomover pela metrópole, já aquele que não tem condições de pagar essa tarifa, simplesmente fica sem esse serviço e é excluído dos demais. (MPL-SP, 2013)

O que esta acontecendo nas metrópoles do Brasil e também nas metrópoles das mais variadas nações, é que existe um certo consenso de que a cidade é apenas um local físico onde as pessoas se domiciliam, mas a situação não é bem assim, muito pelo contrário, a situação é muito mais complexa. (MARICATO, 2013)

As cidades são os principais polos da dinâmica econômica das nações, é nela que se da a principal força de trabalho e produção, no entanto, acontece que nem toda melhoria de salários e distribuição de renda satisfazem as demandas de melhores condições de vida da população. (MARICATO, 2013)

Melhores condições de vida dependem, basicamente, de políticas públicas urbanas, políticas essas no âmbito do transporte, moradia, saneamento, educação, saúde, lazer, iluminação, coleta de lixo, segurança e etc.. (MARICATO,

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