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Evoluçao Do Pensamento Administrativo

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Por:   •  28/10/2014  •  5.636 Palavras (23 Páginas)  •  243 Visualizações

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PARTE VI

ABORDAGEM ESTRUTURALISTA DA ADMINISTRAÇÃO

No início do século XX, um sociólogo alemão chamado MAX WEBER, publicou uma bibliografia a respeito das grandes organizações da sua época. Deu-lhes o nome de burocracia e passou a considerar o século XX como o século das burocracias, pois achava que essas eram as organizações características de uma nova época, plena de novos valores e de novas exigências.

As burocracias surgiram a partir da era vitoriana, como decorrência da necessidade que as organizações sentiram de ordem e de exatidão e das reivindicações dos trabalhadores por um tratamento justo e imparcial. O modelo burocrático de organização surgiu como uma reação contra a crueldade, o nepotismo e os julgamentos tendenciosos e parcialistas, típicos das práticas administrativas desumanas e injustas do início da Revolução Industrial. Rapidamente, a forma burocrática de Administração alastrou-se por todos os tipos de organizações humanas, como indústrias, empresas de prestação de serviços, repartições públicas e órgãos governamentais, organizações educacionais, militares, religiosas, filantrópicas etc., em uma crescente burocratização da sociedade.

Weber estudou as organizações sob um ponto de vista estruturalista, preocupando-se com sua racionalidade, isto é, com a relação entre os meios e recursos utilizados e os objetivos a serem alcançados pelas organizações burocráticas. A organização por excelência, para Weber, é a burocracia.

Com o aparecimento, crescimento e proliferação das burocracias, a teoria administrativa até então introspectiva e voltada apenas para os fenômenos internos da organização ganhou uma nova dimensão por meio da abordagem estruturalista: além do enfoque intra-organizacional, surgiu o enfoque interorganizacional.

CAPÍTULO 11

MODELO BUROCRÁTICO DA ORGANIZAÇÃO

ORIGENS DA TEORIA DA BUROCRACIA

A teoria da burocracia desenvolveu-se na administração por volta da década de 1940, em função dos seguintes aspectos:

a. A fragilidade e a parcialidade da Teoria Clássica e da Teoria das Relações Humanas, ambas oponentes e contraditórias, mas sem possibilitarem uma abordagem global e integrada dos problemas organizacionais. Ambas revelam pontos de vista extremistas e incompletos sobre a organização, gerando a necessidade de um enfoque mais amplo e completo.

b. A necessidade de um modelo de organização racional capaz de caracterizar todas as variáveis envolvidas, bem como o comportamento dos membros dela participantes, e aplicável não somente à fábrica, mas a todas as formas de organização humana e principalmente às empresas.

c. O crescente tamanho e complexidade das empresas passaram a exigir modelos organizacionais mais bem definidos. Milhares de homens e mulheres colocados em diferentes setores de produção e em diferentes níveis hierárquicos: os engenheiros e administradores no alto da pirâmide e os operários na base. Devem executar tarefas específicas e ser dirigidos e controlados. Tanto a teoria clássica como a Teoria das Relações Humanas mostraram-se insuficientes para responder à nova situação.

d. O ressurgimento da Sociologia da Burocracia, a partir da descoberta dos trabalhos de Max Weber, seu criador. A Sociologia da Burocracia propõe um modelo de organização e as organizações não tardaram em tentar aplicá-lo

na prática, proporcionando as bases da teoria da burocracia.

Tipos de sociedade

Weber distingue três tipos de sociedade:

a. Sociedade tradicional: onde predominam características patriarcais e patrimonialistas, como a família, o clã, a sociedade medieval etc.

b. Sociedade carismática: onde predominam características

místicas, arbitrárias e personalísticas, como nos grupos revolucionários, nos partidos políticos, nas nações em revolução etc.

c. Sociedade legal, racional ou burocrática: onde predominam normas impessoais e racionalidade na escolha dos meios e dos fins, como nas grandes empresas, nos estados modernos, nos exércitos etc.

TIPOS DE AUTORIDADE

A cada tipo de sociedade corresponde, para Weber, um tipo de autoridade. A autoridade representa o poder institucionalizado e oficializado. Poder implica potencial para exercer influência sobre as outras pessoas.

Weber aponta três tipos de autoridade legítima:

a. Autoridade tradicional

Quando os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas, porque essa sempre foi a maneira pela qual as coisas foram feitas. O domínio patriarcal do pai de família, do chefe do clã, o despotismo real representam apenas o tipo mais puro de autoridade tradicional. O poder tradicional não é racional, pode ser transmitido por herança e é extremamente conservador. Toda mudança social implica rompimento mais ou menos violento das tradições. Também ocorre em certos tipos de empresas familiares mais fechadas. O líder tradicional é o senhor que comanda em virtude de seu status de herdeiro ou sucessor. Suas ordens são pessoais e arbitrárias, seus limites são fixados pelos costumes e hábitos e os seus súditos obedecem-no por respeito ao seu status tradicional. A dominação tradicional típica da sociedade patriarcal quando envolve grande número de pessoas e um vasto território, pode assumir duas formas de aparato administrativo para garantir sua sobrevivência:

1. Forma patrimonial, na qual os funcionários que preservam a dominação tradicional são os servidores pessoais do senhor, parentes, favoritos, empregados etc.,e são geralmente dependentes economicamente dele.

2. Forma feudal, na qual o aparato administrativo apresenta maior grau de autonomia em relação ao senhor. Os funcionários, vassalos ou suseranos, são aliados do senhor e lhe prestam um juramento de fidelidade. Em virtude desse contrato, os vassalos exercem uma jurisdição independente, dispõem de seus próprios domínios administrativos e não dependem do senhor no que tange a remuneração e subsistência.

b. Autoridade carismática

Quando

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