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Família E Sociedade

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Por:   •  22/9/2013  •  1.149 Palavras (5 Páginas)  •  600 Visualizações

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ATPS DE FORMAÇÃO SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA DO BRASIL

ETAPA 1

PASSO 1

PASSO 2

O resgate das particularidades do país e do povo

Debret foi um grande artista, que nasceu em Paris, na França no ano de 1768 e faleceu na mesma cidade em 28 de junho de 1848. Debret integrou a Missão Artística Francesa que chegou ao Brasil em 26 de março de 1816. Ele deu aula durante algum tempo na Academia Imperial de Belas Artes. Suas obras expressam características do neoclassicismo, dando formas bem definidas a suas obras, ainda mais quando se relacionam a humanos, deixando os traços assim ainda mais vivos. Retratou diversas cenas brasileiras, sobretudo, o dia a dia dos escravos e das pessoas humildes. Debret também foi selecionado para ajudar na Revolução Francesa, já que era um brilhante engenheiro. Algumas de suas obras são destaque, como por exemplo: Caçador de Escravos, Guerreiro Indígena a Cavalo, Castigo de Escravo, entre outras. Outra obra bem conhecida de Debret foi “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil”, lançada após seu retorno para a França.

Jean-Baptiste Debret: guerreiro indígena a cavalo.

Em Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, Debret revela sua profunda relação pessoal e emocional com o país, adquirida nos 15 anos em que ali viveu. Apesar de ter alegado motivos de saúde para retornar à França, há outras duas hipóteses para sua volta: deveria talvez querer o retorno para se reencontrar com familiares, além de organizar o primeiro volume de Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil. Outra hipótese sugere que, como em 1831 tinha 63 anos, sua obra seria uma espécie de "trabalho para aposentadoria", visto que uma tal produção (almanaques de viajantes - livros com textos acompanhando imagens) fazia bastante sucesso no início do século XIX - quando Debret partiu para o Brasil - e poderia render uma boa aposentadoria (o que de qualquer forma não foi o que acabou acontecendo: quando da volta à França, esse tipo de publicação já não fazia o mesmo sucesso e a obra causou pouco impacto na França).

Debret tenta mostrar aos leitores - em especial europeus - um panorama que extrapolasse a simples visão de um país exótico e interessante apenas do ponto de vista da história natural. Mais do que isso, tentou criar uma obra histórica; mostrar com detalhes e minuciosos cuidados a formação - especialmente no sentido cultural - do povo e da nação brasileira; procurou resgatar particularidades do país e do povo, na tentativa de representar e preservar o passado do povo, não se limitando apenas a questões políticas, mas também a religião, cultura e costumes dos homens no Brasil.

Por estas razões, a obra de Debret é considerada grande contribuição para o Brasil, e é freqüentemente analisada por historiadores como uma representação um tanto quanto realista, apesar de não ser perfeita, do cotidiano e sociedade do Brasil.

Tal estilo de obra (textos descritivos acompanhando as imagens) não era muito comum entre os artistas que vinham ao Brasil para retratar o país, o que aumenta ainda mais o destaque e importância de Debret: a obra não é considerada tão importante apenas por aspectos artísticos, mas justamente pela combinação de interesse em retratar o cotidiano, com a presença de textos descrevendo as litografias. Preocupando-se com o sentido dos textos, Debret os compara com as ilustrações contidas em seus trabalhos, e é por isso que o aspecto historiográfico é colocado em primeiro plano em relação ao aspecto propriamente artístico.O próprio título da obra de Debret apresenta este certo compromisso que ele tentou adquirir nas representações e descrições do Brasil. O uso da palavra “pitoresca” no título Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil denota uma certa precisão, habilidade e talento; características que buscou em suas representações. Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil pode ser considerada uma obra em estilo europeu, feita para europeus, visto que o estilo de livro (almanaque) fazia um certo sucesso na Europa na época.

Debret é considerado um artista cujas obras se enquadram no estilo romântico. Porém, alguns estudiosos de artes plásticas, consideram Debret como um pintor do neoclassicismo. Antes de morar no Brasil, retratou na França temas religiosos, bélicos e ligados ao imperador francês Napoleão Bonaparte. Suas obras, no Brasil, mostram paisagens, cenas cotidianas, a cultura e o povo brasileiro. Com cores vivas, suas aquarelas mostram sentimentos e emoções das figuras retratadas. O individualismo, característica das obras românticas, também se faz presente em suas pinturas. Detalhista, Debret buscou retratar, com o olhar de um viajante, todos os aspectos das cenas e regiões retratadas.

Interior de uma casa cigana (1820)

Se no cotidiano a desordem já era a ordem, como mostram os registros de Debret, outra historiadora, Marlene Soares Pinheiro, relata que o artista

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