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Historia Do Rito Brasileiro

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Por:   •  12/6/2013  •  2.870 Palavras (12 Páginas)  •  809 Visualizações

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História da criação do RITO BRASILEIRO

Irm Hercule Spoladore *

Fala-se que o Rito Brasileiro teria tido uma origem aparentemente romântica em Pernambuco, quando comerciante e maçom José Firmo Xavier, pertencente à Grande Loja Provincial de Pernambuco provavelmente pertencente ao Grande Oriente do Passeio, no século XVIII segundo alguns autores em 1878 e segundo outros em data muito anterior ou seja, mais ou menos em 1848, o qual com um contingente além dele e mais 837 maçons, elaboraram uma Constituição Especial do Rito Brasileiro, colocando o mesmo sob a tutela de D. Pedro II e do Papa. Existem depositados na Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro, dois documentos que pertenceram a D. Pedro II que nos dão informações sobre esta entidade e que tem o seguinte enunciado:

"Const.: Maç.: do Esp.: Rit.: Braz.: de Nob.: e Aug.: Caz.: Cor.: Liv.: sob os Ausp.: de S.: M.: I.: S.: D.: P.: S.: I.: B.: meu AU.: e Pod.: Grd Ord.: Braz.: em todo o Circulo do Império Brazileiro. Oferecido S.: M.: I.: D.: P.: S.: I.: do Braz.: Alt.: e Pod.: Sen.: Gr.: Mest.: da Ordem Brazileira".

Entretanto, a D. Pedro II que, nunca foi maçom, José Firmo Xavier lhe outorgou o grau 23º, e o considerava o Grande Chefe Protetor, quanto a si, auto-intitulou-se como O Grande Chefe Propagador "ad vitam" sendo que, no caso de seu falecimento seria substituído por um Grande Chefe Conservador. Senão estranho, todavia, muito curioso e interessante.

Tratam-se estes documentos de manuscritos que foram oferecidos ao Imperador, pensando que o mesmo aceitasse ser Grão-Mestre, ou no mínimo o Protetor deste movimento que pretendiam fundar. Entretanto, D. Pedro II, muito embora nunca tenha sido inimigo da Maçonaria, jamais pensou em ser maçom. Guardou os documentos e posteriormente os entregou à Imperatriz Dona Thereza Cristina Maria de Bourbon. Daí a explicação porque estes documentos estão no Museu Nacional, felizmente até certo ponto, porque se estivessem em algum arquivo ou biblioteca de algum maçom temos a certeza de que dificilmente teríamos notícia desta preciosidade.

Aquele Rito, naquela ocasião não vingou, porque entre outras contradições, não aceitava que fossem iniciadas pessoas que não fossem nascidas no Brasil, mostrando um nacionalismo inconseqüente e, além do mais, D.Pedro II não estava muito interessado em Maçonaria, apesar de seu pai ter sido maçom. Assim como, não tem lógica um rito maçônico se colocar sob a tutela do Imperador e do Papa.

Estamos mencionando este fato mais como uma citação, diga-se de passagem, porém sem considerá-lo como um movimento maçônico propriamente dito, e sim como uma sociedade secreta nos moldes da Maçonaria para se colocar a serviço do Imperador e da religião católica, talvez até com fins políticos, ou ainda para obter as benesses do Imperador.

Esta história caiu no esquecimento e este "Rito" que pretendiam fundar não deu certo. Mas, depois de iniciada a Primeira Grande Guerra Mundial, em 1914, o Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, o irmão Lauro Sodré (Lauro Nina Sodré e Silva, nascido em 17.10.1858, em Belém do Pará e falecido no Rio de Janeiro em 16.06.1944 -Iniciado na Loja "Harmonia", de Belém, PA, em 01.08.1888), através do Decreto Nº 500, datado de 23.12.1914, 0 Ilustre Conselho Geral da Ordem aprovou o reconhecimento e incorporação do

Rito Brasileiro entre os que compõem o Grande Oriente do Brasil, com os mesmos ônus e direitos, regido liturgicamente pela sua Constituição particular.

Existem autores que ligam este fato a militares nacionalistas. Não nos parece provável, poderia até existir militares ligados à fundação do Rito, como sempre eles estiveram presentes no GOB em toda a sua existência não tanto por sua situação de militar, mas sim como verdadeiros maçons e idealistas da Ordem. Este é um fato inconteste que não se pode negar. Entretanto, não progrediu o Rito naquela época, mesmo seguindo-se mais dois Decretos complementares impondo e confirmando a legalidade do Rito assinados pelo Grão-Mestre Adjunto, o Almirante Veríssimo José da Costa, que substituiu o irmão Sodré após a sua renúncia para exercer o cargo de Governador do Pará, ou seja, o Decreto Nº 536, de 17.10.1916, em que ratificava o decreto de Sodré afirmando pelo artigo lº, que: "Fica reconhecido, consagrado e autorizado o Rito Brasileiro criado e incorporado ao Grande Oriente do Brasil pelo Decreto Nº 500, de 23.12.1914", e o Decreto Nº 554, de 13.06.1917, pelo qual em seu artigo único se referiu: "Fica adotada e incorporada ao patrimônio da legislação do Grande Oriente do Brasil a Constituição do Rito Brasileiro contendo sua Declaração de princípios, Estatutos, Regulamentos, Rituais e Institutos".

Refere-se que este Irmão estava muito empenhado na fundação do Rito e que talvez possa Ter sido o principal incentivador da fundação do mesmo. Houve após, em realidade, um adormecimento temporário, já que tudo o que havia sido resolvido apenas se restringia no papel, sem lojas fundadas, sem rituais sem constituição e etc... Era mais um movimento de um grupo de Irmãos tentando fundar um novo Rito.

Fala-se que em 1919 o então Grão-Mestre, o irmão Nilo Peçanha - Iniciado na Loja Ganganelli, do Rio, em 11.10.1901 - tomou posse em 21.07.1917, como Grão-Mestre do GOB

Havia sido Vice-Presidente da República, gestão 1906/1910, quando substituiu o Presidente do Brasil Afonso Pena, por falecimento deste, desde 14.06.1909 até 25.11.1910. Depois Senador em 1912 e Governador do Estado do Rio de Janeiro, teria assinado a Constituição do Rito Brasileiro, definida como tendo o Rito, 33 graus. Entretanto não se confirma esta informação, pois se lendo todos os boletins do Grande Oriente do Brasil daquele ano, não existem quaisquer referências ou publicações à respeito. Imaginamos que uma decisão como esta teria que constar no Boletim Oficial daquela Potência quer como Ato ou Decreto.

Entretanto o que se conseguiu constatar nos Boletins do GOB e em especial o de 11/l9l9 à página 12, foi que, em reunião do conselho geral da Ordem, de 07.11 uma Loja do Rito Brasileiro de Recife comunicava a sua instalação em 26.10, tendo inclusive enviado uma lista de sua administração. Ainda no Expediente da reunião de 24.11 foi lida uma Prancha da Loja Provincial do Rito Brasileiro de Recife. Falaram a respeito vários Irmãos, e entre eles o Irmão Octaviano Bastos, que segundo consta, fazia parte do grupo interessado em solidificar o Rito Brasileiro. Entretanto, esta Loja acabou sendo regularizada no Rito Adonhiramita, pois não havia rituais, cobridor do grau, constituição etc..

Em 1921, a Loja "Campos Salles", de São Paulo,

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