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Inclusão Eis A Questão!

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Por:   •  10/10/2013  •  2.138 Palavras (9 Páginas)  •  270 Visualizações

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Inclusão eis a questão!

1 INTRODUÇÃO

Inclusão é uma inovação, cujo sentido tem sido muito polemizado pelas mais diferentes partes da educação e da sociedade. Segundo o dicionário Aurélio inclusão significa, incluir, compreender, abranger, conter em si, inserir, introduzir. Como podemos ver incluir significa muito mais do que inserção, como é citada a cima, incluir é ser compreendido, é fazer parte. Já a Constituição, diz que inclusão nada mais é do que garantir o direito de todos a educação indiferente das necessidades especiais.

2 DESENVOLVIMENTO

Para formulação deste trabalho realizei uma entrevista com um Pedagogo, um Professor e um Aluno da Escola Municipal de Ensino Fundamental de Colina-RS, com a finalidade de refletir sobre a dificuldade encontrada no espaço escolar ao tratar a diversidade.

Abaixo podemos analizar a entrevista realizada:

Entrevistado: pedagogo (a).

1-Como o pedagogo (a) pode auxiliar o professor diante das dificuldades ligadas a inclusão de alunos que apresentam necessidades diversificadas em sala de aula?

Um pedagogo pode auxiliar o professor nas dificuldades em inclusão de alunos realizando discussões sobre o assunto e quem até a criação de um Caderno Pedagógico, para auxiliar nas atividades diárias, buscar materiais didático-pedagógico, para auxiliar no trabalho com atividades a serem desenvolvidas com a finalidade de auxiliar no trabalho com os alunos. Neste processo também se deve buscar e conhecer as necessidades educacionais especiais, procurando promover alternativas pedagógicas que melhor possam atender as necessidades e anseios destes alunos.

2-De que forma a pessoa responsável pelo aluno pode contribuir com a socialização do mesmo no espaço escolar?

Acredito que a recreação é uma prática em que os alunos participam de atividades descontraídas, por isso, ela pode ser uma importante estratégia de inclusão e socialização, além de auxiliar no desenvolvimento das habilidades psicomotoras dos alunos, seu lado afetivo e cognitivo. Na recreação, os alunos sentem satisfação e divertimento e o mais importante, por meio dela é possível educar.

3- Você acha que a organização do trabalho pedagógico na escola facilita o envolvimento do aluno com as atividades da sala de aula? Por quê?

A organização do trabalho pedagógico na escola facilita e muito no envolvimento do aluno com as atividades em sala de aula. Isso acontece porque o professor segue um determinado tema/projeto e consegue prender a atenção dos alunos por um período maior e descobrir seus interesses e necessidades e, a partir daí, realizar seu trabalho, sendo satisfatório seu resultado.

4- Há algum aluno que sofre preconceito por sua forma de falar? Qual sua opinião sobre isso? De que forma você lida com essa situação?

No meu dia-a-dia não enfrento nenhum caso desse tipo, não há nenhuma criança que sofra preconceito por sua forma de falar. Porém já presenciei cenas que envolviam esse tipo de preconceito, mas a situação foi facilmente contornada. Acredito que esse tipo de preconceito não acontece muito entre as crianças, porque ás vezes estas falam de maneira incorreta propositalmente, e nesses casos, o professor ou pedagogo deve ensinar a pronunciar corretamente e não seguir e achar engraçada essa atitude.

Entrevistado: professor (a)

1-Considerando as dificuldades do aluno, ligadas ao desenvolvimento e à aprendizagem, qual a maior dificuldade que o professor encontra, ao tratar com o aluno portador de necessidade especial em sala de aula?

Acredito que quando um professor leciona para um aluno portador de necessidades especiais não deve encarar isso como um problema, mas sim como uma oportunidade de adquirir novas experiências. É necessário que o professor faça com que o ambiente da sala seja prazeroso, conscientize os demais alunos sobre a necessidade especial do colega, para que estes saibam ter respeito pelo mesmos, além disso, o professor deve informar-se a todo o momento sobre a necessidade especial do aluno.

2-Há algum aluno que sofre preconceito por sua forma de falar? Qual sua opinião sobre isso? De que forma você lida com essa situação?

Há um aluno em minha sala que possui dificuldade na fonética, porém nem por isso ele sofre preconceito dos demais colegas. A solução que eu encontraria para resolver o problema do preconceito seria elaborar um projeto conscientizando a turma do porquê de sermos todos diferentes uns dos outros.

3-O quê se torna essencial na relação professor e aluno, para que o aluno que apresenta alguma dificuldade não desista de estudar?

É essencial que o aluno sinta segurança no professor e perceba a importância que este tem para o seu crescimento e desenvolvimento.

4-Como avaliar um aluno que não consegue aprender com a mesma facilidade que os demais alunos da sala?

Quando há um aluno com necessidades especiais, que não possui a mesma facilidade que os outros em aprender devemos elaborar objetivos diferenciados e apartir daí avaliar o aluno.

Entrevistado: aluno (a)

1-Você conhece algum aluno que tenha dificuldade em relacionar-se com os demais? Por que você acha que ele tem essa dificuldade?

Sim. Conheço um aluno que possui dificuldades em relacionar-se com seus colegas. Acredito que grande parte dessa dificuldade venha de seu temperamento e/ou comportamento.

2-Há alguém na escola cuja forma de falar seja motivo de preconceito? O que você acha disso?

Não, não há.

3-O que você considera importante para viver com tranqüilidade, relacionando-se bem com todos os alunos da escola?

Penso que para conseguirmos conviver uns com os outros o respeito é indispensável. É preciso respeitar todos os tipos de diferenças tanto as físicas como as sociais. Além disso, o dialogo é essencial para a convivência.

4-Quais são as características que um aluno deve apresentar para conseguir êxito em seus estudos?

Para que um aluno tenha êxito em seus estudos é importante que ele tenha consciência do porquê de ele precisar aprender, ele deve ser responsável, comprometido aos estudos, não se contentar apenas com o que aprende dentro da sala de aula, sendo, portanto um pesquisador de informações, ter a leitura presente em sua vida e saber organizar seu tempo diário.

Inclusão, eis a questão!

A criança ao nascer insere-se independente de suas vontades ao meio social através dos vínculos familiares, a qual passa a ser sua primeira ação inclusiva ou exclusiva. A integração é um fator importante no desenvolvimento dos indivíduos nos mais variados campos sociais.

A criança portadora de necessidades especiais, precisa ser integrada e aceita como cidadã capaz de vivenciar construções significativas. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Art. 15 “A criança e o adolescente tem direito à liberdade, ao respeito à dignidade como seres humanos em processo de desenvolvimento...” dando continuidade no Art. 53“A criança e o adolescente tem direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa... assegurando-lhes igualdade de condições para o acesso e permanência na escola...”. A partir disso entendemos, que a lei é clara e que é dever de todos assegurar, com prioridade a efetivação dos direitos referentes a vida, educação, dignidade, respeito, liberdade e a convivência familiar, independente de sua idade. Já na Constituição Brasileira, no Art. 205: “A educação, direito de todos é dever do Estado e da família...” e no Art. 208, inciso III “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Em resumo, concluímos que toda a criança independentemente de suas diferenças tem direitos iguais.

A escola é um dos principais espaços de convivência social da criança durante as fases de seu desenvolvimento. Ela tem papel especial no desenvolvimento da consciência, cidadania e dos direitos da criança. É lá que a criança começa a conviver num coletivo diversificado, fora do contexto familiar.

Deve-se reconhecer que a relação dos alunos com necessidades especiais implica muito mais do que colocar simplesmente o aluno numa escola regular. Trata-se de um processo em que o aluno tem oportunidades para se desenvolver e progredir em termos educativos para uma autonomia pessoal. A relação é igualmente um método em que as próprias escolas necessitam de mudança, de se desenvolverem com o objetivo de proporcionarem um ensino com um nível elevado a todos os alunos e dar acesso aos que têm necessidades especiais.

A inclusão é um conjunto que mobiliza a família, os professores, a escola e os profissionais de apoio especializados.

“a Inclusão escolar como alternativa necessária, a ser implementada desde os primeiros anos de vida. Para a efetivação desse modelo, requer a positiva participação da Instituição, da família e também da própria criança, em um esforço conjunto de aprendizagem compartilhada.”

“Os dois conceitos que permeiam o cotidiano escolar referem-se à integração e à inclusão: o primeiro compreende o sentido de incorporação gradativa em escolas regulares, podendo o aluno permanecer parte do tempo em escolas ou classes especiais e sala de recursos. O segundo, da inclusão, é definido por um sistema educacional modificado, organizado e estruturado para atender as necessidades específicas, interesses e habilidades de cada aluno. Essa última abordagem requer uma prática pedagógica dinâmica, com currículo que contemple a criança em desenvolvimento, os aspectos de ação mediadora nas inter-relações entre a criança, professores e seus familiares, atendendo às suas especificidades no contexto de convivência.” ( Referencial curricular nacional para a educação Infantil, p. 9)

A família deve acreditar na escola, deixando de lado suas angústias, criando boas espectativas para a criança adaptar-se à nova realidade com mais segurança. A contribuição da família é fundamental para que a criança se desenvolva de maneira saudável, usufruindo de seus direitos e aprendendo a desenvolver suas habilidades.

O pedagogo, por sua vez, é o profissional especialista em educação, ou seja, é aquele que detém o conhecimento sobre os métodos e técnicas desenvolvidas para serem utilizadas nas escolas, no processo de ensino-aprendizagem. É o profissional habilitado a aplicar na prática o conhecimento adquirido teoricamente, procurando organizar, supervisionar e avaliar currículos, métodos, técnicas e conteúdos, propor suportes didáticos e orientar quanto à avaliação. Ele é elo entre todos os envolvidos nesse processo.

Enquanto mediador do processo ensino aprendizagem, o professor deve conhecer as necessidades especiais de cada aluno, para que possa elaborar métodos específicos que atenda as necessidades de cada aluno, levando em conta as singularidades de cada aluno especial. Deve ser capaz de se conceber como agente de mudanças no contexto social, uma vez que esse profissional não tenha apenas a função de repassador de conhecimento, e sim, de formar cidadãos para conviver na sociedade aprendente.

O enfoque desse princípio é de que toda criança deve participar junto do processo de ensino, independente das suas dificuldades e diferenças individuais, respeitando os diferentes ritmos de aprendizagem.

Sendo assim precisamos deslocar o foco das intervenções, das características, das necessidades especiais, para as do funcionamento cognitivo das crianças. Considerando suas interações com o meio e permitindo-lhes ser, em uma dimensão diversificada, cuidadas, socializadas e educadas junto aos amigos da mesma idade para que possam exercer seus direitos de serem humanas.

A maior demanda encontra-se no campo das atitudes, posturas, formas de lidar com a diversidade e a diferença significativa de cada aluno. Essa não deve ser responsabilidade só do professor, mas do coletivo escolar.

“A educação especial articula-se com a educação infantil no seu objetivo de garantir oportunidades sócio-educacionais à criança, promovendo o seu desenvolvimento e aprendizagem, ampliando dessa forma, suas experiências, conhecimento e participação social.

Garantir a avaliação como conjunto de ações que auxiliam o professor a refletir sobre os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança, podendo modificar a sua prática conforme necessidades apresentadas pelas crianças. Modelos qualitativos e contínuos possibilitam organizar e interpretar as informações, obtidas através dos registros informais do processo de ensino, evidenciando as potencialidades e habilidades do aluno e apontando suas necessidades específicas e seus progressos frente às situações educacionais.” ( Referencial curricular nacional para a educação Infantil, p. 12)

A inclusão é um ponto favorável ao desenvolvimento da criança, ela vem com a finalidade de promover a integração entre os seres. Criando um ambiente natural no qual haja convivência com diversidade, pois assim as crianças aprendem desde cedo a conviver com igualdade, respeito uns aos outros independentemente das diferenças.

3 CONCLUSÃO

A proposta inclusiva merece ser amplamente refletida no contexto escolar, pois há muito que se fazer, pensar, pesquisar, debater sobre esse assunto que é complexo, pois envolve a escola, a comunidade e a política governamental. Dessa forma todos os agentes, sejam profissionais da educação ou não, precisam trabalhar integrados para a inclusão, e não para a exclusão dos portadores de necessidades especiais. A inclusão não é valida somente com a capacitação do profissional da educação, pois requer um trabalho com a comunidade, visando à parceria para integrar os portadores de necessidades especiais ao mundo social. Essa responsabilidade é de competência de todos os profissionais que farão parte da vida desses educando.

REFERENCIAS

Referencial curricular nacional para a educação infantil: estratégias e orientações para a educação de crianças com necessidades educacionais especiais. /Ministério da Educação – Brasília: MEC, 2000.

Estatuto da Criança e do Adolescente LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 Art.15 à 53.

Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988 Art. 205 à 208.

BUENO, J. G. Crianças com necessidades educativas especiais, política educacional e a formação de professores: generalistas ou especialistas. Revista Brasileira de Educação Especial, vol. 3. nº5, 7-25, 1999.

STAINBACK, Susan. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas Sul,1999.

Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa - Aurélio Buarque De Holanda

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