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Método Canguru

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Por:   •  6/6/2014  •  2.216 Palavras (9 Páginas)  •  471 Visualizações

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MÉTODO CANGURU

O método Mãe-Canguru (MMC) foi criado em 1978 pelo dr. Edgar Rey Sanabria, no Instituto Materno-Infantil (IMI) de Bogotá, na Colômbia. O método consistia em colocar o bebê entre os seios maternos, em contato pele a pele, na posição supina (postura preventiva para refluxo gastroesofâgico e aspiração pulmonar). Desta forma, mantendo-se aquecidos com o calor do corpo de sua mãe, os bebês poderiam sair mais cedo da incubadora e, conseqüentemente, ir mais cedo para casa, minimizando um grave problema da época: superlotação e infecção.

Além dessas vantagens, observou-se. Desde o início, que o contato pele a pele precoce e duradouro entre a mãe e o seu filho também favorecia a formação de vínculos afetivos e um melhor desenvolvimento do bebe, o que despertou interesse do Unicef por pesquisas e observações desta nova prática. O trabalho inicial teve continuidade com o dr. Hector Martinez Gómez e, posteriormente, com o dr. Luís Navarrete Perez, médicos pediatras da mesma instituição colombiana (Charpak ET AL., 1999).

Todos os anos nascem no mundo 20milhões de recém-nascidos de baixo peso, muitos em conseqüência de um parto prematuro. Isso contribui de maneira substancial para a elevada taxa de mortalidade neonatal ainda existente nos países pobres (OMS< 2004). No Brasil, desde o início da década de 1990, a Mortalidade Neonatal passou a ser o principal componente da Mortalidade Infantil, em função, principalmente, da redução proporcional de óbitos pós-neonatais e da manutenção do componente neonatal precoce (LANSKY ET AL., 2002).

Para compreender a trajetória do Método Canguru como Política Nacional de Saúde , no Brasil, é necessário destacar que a humanização no ambiente da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) é uma questão de importância crescente na qualidade da atenção ao recém-nascido. Portanto, humanização e qualidade da assistência não podem ser vistas como fenômenos dissociados.

O Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, São Paulo, foi o primeiro a utilizar o cuidado canguru, no Brasil, em 1992; no ano seguinte a metodologia foi adotada pelo Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP), na cidade de Recife, em Pernambuco (Prochnik & Carvalho, 2001).

A partir dessas experiências, vários outros hospitais brasileiros começaram a utilizar a posição canguru, porém nem sempre com metodologia e critérios adequados (Oliveira, 2004). Em março de 1999, por iniciativa do BNDES, foi organizada uma Conferência Nacional sobre o Método Canguru, no Rio de Janeiro, na qual foram apresentadas as mais diversas experiências sobre a utilização do método nos diferentes estados brasileiros.

Com a intenção de padronizar esse tipo de cuidado, melhorando a eficiência e a eficácia do Método Canguru, a Área Técnica de Saúde da Criança do Ministério da Saúde constitui uma equipe multiprofissional, formada por consultores com experiência profissional e acadêmica nos diversos aspectos que compõem o complexo universo da Terapia Intensiva Neonatal, desde o atendimento em sala de parto até o seguimento dos egressos (MS, 2002).

No Brasil, hoje, mesmo aqueles profissionais que não utilizam o método em seus serviços e até os que fazem restrições a ele têm buscado compreender melhor a proposta nacional de utilização que foge da perspectiva de substituição de incubadora, utilizando o Método Canguru como mais uma tecnologia disponível para o cuidado do bebê internado em terapia intensiva neonatal.

A Norma brasileira deixa bem estabelecida a diferença entre Método Canguru e Posição Canguru. Segundo o Ministério da Saúde (2002), Método Canguru é um tipo de assistência neonatal que implica contato pele a pele precoce entre a mãe e o recém-nascido de baixo peso, de forma crescente e pelo tempo que ambos entenderem ser prazeroso e suficiente, permitindo uma maior participação dos pais no cuidado a seu recém-nascido e o envolvimento da família. A Posição Canguru consiste em manter o RN de baixo peso, ligeiramente vestido, em decúbito prono, na posição vertical, contra o peito de um adulto.

O Método Canguru é mais abrangente e ultrapassa a Posição Canguru. Muitas vezes o bebê ainda não tem estabilidade clínica para poder ser colocado em posição canguru, mas as ações que envolvem o método já foram iniciadas através do acolhimento à família, da construção de rede social e da atenção individualizada ao bebê.

O Programa, no Brasil, não tem como objetivo a substituição de incubadora ou de qualquer outra tecnologia ou recursos humanos e sim a promoção de uma mudança institucional na busca de atenção à saúde, centrada na humanização da assistência e no princípio de cidadania da família (MS, 2002).

A Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso – Método Canguru é, portanto, uma estratégia de qualificação do cuidado pautada na atitude dos profissionais de saúde diante do bebê e de sua família a partir de um conceito de assistência que não se limita ao conhecimento técnico específico. Sob essa perspectiva, ao proporcionar mais contato entre o bebê e sua mãe, seu pai, irmãos e avós, busca construir uma rede social de apoio para a mãe e contribui para diminuição dos efeitos negativos da internação neonatal.

Vantagens

▶ favorece o vínculo mãe‑filho;

▶ reduz o tempo de separação mãe‑filho;

▶ melhora a qualidade do desenvolvimento neurocomportamental e psico‑afetivo do RN de baixo-peso;

▶ estimula o aleitamento materno, permitindo maior frequência, precocidade e duração;

▶ permite um controle térmico adequado;

▶ favorece a estimulação sensorial adequada do RN;

▶ contribui para a redução do risco de infecção hospitalar;

▶ reduz o estresse e a dor dos RN de baixo peso;

▶ propicia um melhor relacionamento da família com a equipe de saúde;

▶ possibilita maior competência e confiança dos pais no manuseio do seu filho de baixo peso, inclusive após a alta hospitalar;

▶ contribui para a otimização dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva e de Cuidados Intermediários devido à maior rotatividade de leitos.

População a ser atendida

▶ gestantes de risco para

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