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O Estereótipo Nas Relações Públicas.

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Por:   •  21/11/2013  •  2.752 Palavras (12 Páginas)  •  333 Visualizações

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1. O estereótipo

Para falarmos sobre estereótipo é necessário aprofundar a discussão sobre o que é atitude.

Atitude é um sistema relativamente estável de organização de experiências e comportamentos relacionados com um objeto ou ocasiões especiais.

Psicologicamente falando, através dela surgem, entre outros, o preconceito e o estereótipo.

Entende-se o Preconceito como uma atitude negativa que um indivíduo está predisposto a sentir, pensar e, conduzir-se em relação a determinado grupo de uma forma negativa previsível.

O preconceito é o resultado das frustrações das pessoas, que em determinadas circunstâncias podem se transformas em raiva e hostilidade. As pessoas que se sentem exploradas e oprimidas frequentemente não podem manifestar sua raiva contra um alvo identificável ou adequado; assim, deslocam sua hostilidade para aqueles que estão ainda mais “baixo” na escala social. O resultado é o preconceito e a descriminação (ALLPORT, 1954, p. 79).

A palavra estereótipo, originalmente, pertence ao vocabulário da editoração gráfica. Trata-se de uma chapa de chumbo fundido que traz em relevo a reprodução de uma página de composição e permite a tiragem de vários exemplares. A prancha estereotipada representa a fôrma que imprime fielmente o padrão da matriz.

O conceito de Estereótipo foi formulado por Walter Lippman em âmbito sociológico no ano de 1922. Os estereótipos são idéias, rótulos, imagens e conceitos prontos, que são formulados sem base teórica e absorvidos pelo indivíduo através do processo de socialização, já que o pensamento parte da coletividade para o sujeito.

Podemos dizer que estereótipo é um conjunto de características presumidamente partilhadas por todos os membros de uma categoria social. É um esquema simplista, mas mantido de maneira muito intensa e que não é baseado de forma empírica. Pode envolver praticamente qualquer aspecto distintivo de uma pessoa - idade, raça, sexo, profissão, local de residência ou grupo ao qual é associada.

“Estereótipos são ideais, imagens, concepções a respeito e pessoas, objetos, fatos, etc. que as pessoas criam, aprendem ou simplesmente repetem, sem avaliar se são ou não verdadeiros – são vícios de raciocínio” (FILHO, 1985, p.25).

Os estereótipos são as negações do pensamento experimental e inovador; são contrários aos espíritos crítico e científico. Eles resistem à mudança, sendo transformados lentamente. Essas transformações programadas pela Indústria Cultural, mesmo seguindo a linearidade de seus produtos, são usadas como ferramentas para um sucesso garantido.

Os estereótipos são englobados pela mídia, e assim, usados em todos os lugares: anúncios publicitários, cinemas, televisão, etc. Eles se tornam capazes de produzir identidades. De maneira dialética, deslocam o particular para o geral, recolocando o geral no particular.

O estereótipo sempre é imposto às minorias e aceito pelas maiorias, sem qualquer tipo de contestação, que formam uma imagem cristalizada de determinado grupo, que na maioria das vezes, não é condizente com a realidade vivida por aquele grupo. O estereótipo se fortalece porque os grupos tendem a ser monolíticos, extinguindo o desejo de mudar ou perder aquele pré-conceito que lhes foi imposto.

Às vezes, os estereótipos estão ligados à projeção de um desejo, mas, na maioria dos casos, eles surgem como explicação simplista de um fenômeno muito mais complexo, significando assim, uma forma de economizar o pensamento, sendo contrários ao espírito crítico e ao pensamento experimental e inovador.

A utilização de estereótipos pela Indústria Cultural é eficaz, porque facilita a assimilação da “massa” aos seus produtos. As características dos objetos ficam reduzas e simplificadas, o que facilita a compreensão e apreensão pelos indivíduos.

Para Barthes, o estereótipo é:

A palavra repetida, fora de toda magia, de todo entusiasmo, como se fosse natural, como se por milagre essa palavra que retorna fosse a cada vez adequada por razões diferentes, como se imitar pudesse deixar de ser sentido como uma imitação: palavra sem-cerimônia, que pretende a consistência e ignora sua própria insistência (BARTHES, 1973, p.57).

1.1 O estereótipo e a verdade

Segundo a concepção de Nietzsche, a verdade é uma soma de relações humanas, um conjunto de artifícios lingüísticos, que mesmo após longo uso, são difundidas aos indivíduos de maneira sólida e obrigatória. Ele define a verdade como uma ilusão, a solidificação de antigas metáforas. Dessa maneira, vê-se o estereótipo como o meio atual de alcance da verdade.

O grande problema com os estereótipos é que eles trazem idéias que não são reais, apenas representam imagens criadas e divulgadas pelos meios de comunicação.

Com o isolamento de determinado grupo social e a conseqüente diminuição de novas oportunidades empíricas, há uma contribuição para o fortalecimento das imagens estereotipadas, podendo estas tornar-se correntes de opinião de grande influência. Se associadas às instituições de prestígio social, há uma propagação ideológica mais “eficiente”.

Não existe uma formação de estereótipos neutra. Os mais importantes e os mais trabalhados estereótipos, inclusive pela Indústria Cultural, em uma determinada época histórica, são aqueles que emanam da classe que detém o poder econômico e o político. São mecanismos de defesa do status quo.

No processo de interação interpessoal, o ser humano considera não apenas o que se vê ou ouve, mas tudo o que dispõe sobre o grupo social a que pertence e o que pertence à pessoa com quem interage. É com os estereótipos que se criam os preconceitos transcendentes do objeto de interação.

A propagação e aderências desses rótulos formados impedem o processo de desdobramento da verdade pelos indivíduos. Cada situação requer análises distintas. Não se pode generalizar e nem se utilizar desses conceitos simplistas em um estudo das relações humanas, pois se sabe de complexidade dos sistemas que se relacionam com o ser humano e dele próprio.

2. As relações públicas.

2.1 Definições de Relações Públicas.

Em

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