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O Mundo Maravilhoso De Adam Smith

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Por:   •  25/5/2014  •  2.122 Palavras (9 Páginas)  •  1.483 Visualizações

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O Mundo Maravilhoso de Adam Smith

Adam Smith, ou melhor, Dr Smith, da Universidade de Glasgow, na Inglaterra, era bem conhecido, talvez famoso. Voltaire, por exemplo, soubera da sua existência. O Dr, Smith estava entre os mais destacados da sua época.

Em Glasgow, lecionava problemas de Filosofia Moral, disciplina que naquela época tinha um alcance muito maior do que hoje. Compreendia a Teologia Natural, Ética, Jurisprudência e Economia Política.

A Teologia Natural – a busca de uma finalidade na confusão do cosmo – tinha sido objeto das considerações racionais do homem desde os tempos mais antigos.

Se a sociedade inglesa dos fins do século XVIII sugeria alguma coisa, certamente não era de forma alguma a ordem racional nem o propósito moral. Saindo do centro de Londres, lugar de gente rica e mesquinha, observava-se capacidade, crueldade e degradação, ao lado dos hábitos mais irracionais e surpreendentes, de uma época anterior anacrônica. Era curioso como o Dr. Smith declarasse perceber ordem, finalidade e objetivo em tudo isso.

Estranho, cruel, fortuito mesmo, deve ter parecido esse mundo aos olhos do século XVIII, bem como aos olhos modernos.

Mais notável tornava-se, então, verificar que ele podia reconciliar-se com um esquema de Filosofia Moral idealizado pelo Dr. Smith, e que esse homem tão culto propunha-se estabelecer dentro do mundo as linhas perfeitamente delineadas das grandes leis segundo as quais a aparente luta cega pela vida poderia enquadrar-se num conjunto significativo e total.

Nascido em 1723, na cidade de Kirkcaldy, na Escócia, Adam Smith não era um homem com boa aparência. Um medalhão o descreveu como: “um lábio inferior que se ergue ao encontro de um nariz grande, aquilino, e olhos grandes e pesados que saiam de pálpebras também pesadas”. Ele também padeceu de um mal nervoso: sacudia a cabeça e tinha um modo estranho e vacilante de falar. Além disso, era um homem distraído.

Não foi somente a personalidade excêntrica que lhe deu prestígio. Em 1759 publicou um livro que causou sensação imediatamente. Seu título era A Teoria dos Sentimentos Morais e com ele Smith projetou-se imediatamente na primeira linha dos filósofos ingleses. A Teoria era uma indagação das origens da aprovação e da desaprovação moral. Por que razão o homem, que é uma criatura de interesses egoístas, pode formar julgamentos morais nos quais o interesse individual parece ser posto de lado, ou transplantado para um plano alto? Smith afirmava que a resposta está em terceira pessoa, de um observador imparcial, e desse modo formam-se uma noção simpática dos méritos morais de determinada circunstância, em oposição aos méritos egoístas.

O livro, com seus problemas, provocou grande interesse. Na Alemanha, Das Adam Smith Problem tornou-se um assunto preferido para debates. E, o que é mais importante para o ponto de vista, o tratado teve a aprovação de um homem brilhante e curioso chamado Charles Townshend.

M. Quesnay, médico da corte de Luís XV e médico pessoa de Mme. Pompadour, propôs para Adam uma escola econômica chamada fisiocracia e idealizara uma carta de Economia chamada tableau économique, no qual, contrariando o pensamento da época, que considerava ser a riqueza feita de ouro e prata, afirmava que a riqueza derivava da produção e circulava pelo país, de mão em mão, revigorando o corpo social, tal como a circulação do sangue.

Essa filosofia não era adequada a Adam Smith. A noção da circulação da riqueza foi por ele aceita de bom grado, mas a ideia de que a indústria era estéril e inútil parecia-lhe contrária ao mundo.

Smith conhece também Benjamin Franklin, que lhe deu numerosas informações sobre as colônias americanas e uma profunda análise do papel que poderiam vir a desempenhar algum dia.

Em 1776, a Riqueza das Nações fui publicada. Dois anos mais tarde, ele era nomeado comissário da Alfândega de Edimburgo, uma sinecura que lhe valia seiscentas libras por ano.

O livro foi considerado como “a explosão não apenas de uma grande mentalidade, mas também de toda uma época”. Entretanto, não é um livro “original”, no sentido estrito da palavra. Há uma longa linha de observadores, anterioa a Smith, que se aproximaram de sua interpretação do mundo.

A Riqueza das Nações não é, em qualquer sentido, um livro didático. Adam Smith escreveu para sua época, não para seus alunos, expôs uma doutrina que julgava importante para o governo ede um império, e não um tratado abstrato para distribuição escolar. É um livro revolucionário.

Smith formulou as leis do mercado. Buscava a “mão invisível”, como a chamava, pela qual “os interesses particulares e as paixões dos homens” são levados na direção “que é mais agradável aos interesses de toda a sociedade.

As leis do mercado constituem apenas uma descrição do procedimento que dá à sociedade a sua coesão. Algum outro elemento deve fazer com que ela se movimente. Noventa anos depois da Riqueza das Nações, Karl Marx faria a sensacional comunicação de que tinha descoberto “leis de movimento” que descreviam como o capitalismo caminhava de modo lento, relutante, mas inexorável, para o seu destino.

Em parte, a força que leva a sociedade a essa multiplicação dos bens e riquezas é o próprio mecanismo do mercado, pois o mercado reveste o poder criado do homem de um meio que o estimula, até mesmo o força, a inventar, inovar, expandir, correr riscos. Na verdade, Smith vê leis profundas de evolução que impelem o sistema de mercado numa espiral ascendente de produtividade. A primeira delas é a Lei da Acumulação; a segunda, Lei da População.

Smith foi o economista do capitalismo pré-industrial. Não chegou a viver para poder ver o sistema de mercado ameaçado pelas enormes sociedades anônimas, ou suas leis de acumulação e população prejudicadas pela evolução sociológica, depois de 50 anos. Quando Smith viveu e escreveu, não tinha havido ainda um fenômeno que pudesse ser tido como o chamado “ciclo econômico”.

Embora o sistema de evolução tenha sido superado, o grande panorama do mercado continua como uma concepção notável. Para ser exato, Smith não “descobriu” o mercado: outros o precederam na demonstração de como a interação dos interesses e concorrência provocaram o abastastecimente da sociedade. Mas Smith foi o primeiro a compreender toda a filosofia da ação exigida da ideia.

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