Processo De Comunicação Nos Grupos

Cristina Boencio Albres

Jamille Oliveira Carvalho

Marcondes Santos

O PROCESSO DE

COMUNICAÇÃO NO GRUPO

Cuiabá – MT

2012

11.. IInnttrroodduuççããoo

As pessoas passam cerca de 70% de suas horas de vigília se comunicando. Assim, é razoável afirmar que uma das principais forças que podem impedir o bom desempenho de um grupo é a falta de comunicação eficiente (ROBBINS, 2002).

O autor caracteriza a comunicação, como a transferência de significados de uma pessoa para outra. Em sua visão, os significados necessitam ser compreendidos pelas pessoas ou pelo grupo, enfatiza que:

Uma idéia, por melhor que seja, é inútil a menos que seja transmitida e compreendida pelos outros. A comunicação perfeita, caso possível, seria como se um pensamento ou idéia fosse transmitido de uma pessoa para outra de tal forma que a figura mental percebida pelo receptor fosse idêntica à do emissor. (ROBBINS, 2002, p. 276)

Zimerman (2000) afirma que a importância do processo intra e intergrupal podem ser mensuradas a partir do princípio de que o grande mal da humanidade é o problema do mal-entendido. As pessoas pensam que se comunicam, na maioria das vezes. Mas, mesmo quando propõem um ‘diálogo’, o resultado são monólogos isolados, onde cada um não escuta o outro porque, segundo o autor, eles estão mais interessados em defender o seu ponto de vista.

A primeira observação que deve ser feita é a de que falar não é o mesmo que comunicar. Assim, a fala tanto pode ser utilizada como instrumento essencial da comunicação, como pelo contrário, pode estar a serviço da incomunicação (ZIMERMAN, 2008, p. 168).

Deste modo, podemos considerar a comunicação um dos aspectos mais importantes a compreensão do funcionamento dos grupos. No presente texto, abordaremos as funções, o processo, os tipos, barreiras e as habilidades de comunicação.

22.. FFuunnççõõeess ddaa CCoommuunniiccaaççããoo

Ao abordar o processo de comunicação e os aspectos que envolvem a comunicação eficaz, precisamos rever, de forma resumida, as funções da comunicação. Tomamos como referência os grupos em um contexto organizacional.

A comunicação no campo organizacional proporciona significativos ganhos de produtividade decorrente da redução de custos operacionais, da eliminação de funções que não agregam valor e do incremento na rapidez e precisão das decisões. A dinâmica empresarial envolve a coordenação dos recursos humanos, materiais, financeiros e tecnológicos para atingir os objetivos, por meio da interligação dos membros grupais que são informados e informam ininterruptamente sobre seu andamento.

Relacionando o comportamento humano ao fator da comunicação no cenário organizacional conservador, percebe-se uma necessidade de seguir um modelo institucional formalizado em uma política interna sustentada por seus níveis hierárquicos. “Quando esses são informados de que devem, por exemplo, comunicar qualquer problema de trabalho primeiro a seu superior imediato, seguir suas instruções de trabalho ou, ainda, adequar-se a políticas da empresa” (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, p.326).

Nesse contexto podemos afirmar que a comunicação age no controle do comportamento das pessoas de diversas maneiras, mesmo que essa comunicação seja informal, ao exemplo da atitude grupal quando boicotam algum de seus membros em virtude de uma ação produtiva, ou seja, “Quando um grupo de trabalho hostiliza um membro que está produzindo demais e assim faz que o resto do grupo seja mal avaliado, esses indivíduos estão se comunicando informalmente e controlando o comportamento do colega. (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2011, p.326).

A comunicação dentro do grupo identifica-se como sendo o mecanismo fundamental para que seus membros expressem suas frustrações ou satisfação. Ou ainda dizer que a comunicação viabiliza a expressão emocional dos sentimentos e a satisfação de necessidades sociais. “Para apresentar um bom desempenho, os grupos precisam ter algum tipo de controle sobre seus membros, estimulá-los a se esforçar, oferecer os meios para sua expressão emocional e para a tomada de decisões”. (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010)

Para obter melhor compreensão do efeito da comunicação no grupo precisamos entender suas finalidades básicas, dentre as quais se destacam em: “entender o mundo, relacionar-se com os outros e transformar a si mesmo e a realidade”. (REIS; TONET; Jr; COSTA, p.100). Nesse conceito percebe-se que a

amplitude das funções vai além do simples fato de transmitir ou receber uma mensagem. Em outra corrente de entendimento (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010) acredita que a função final da comunicação é facilitar a tomada de decisões, isto é, a comunicação proporciona informações de que as pessoas e os grupos precisam para tomar decisões ao transmitir dados para que se identifiquem e avaliem alternativas.

33.. OO PPrroocceessssoo ddaa ccoommuunniiccaaççããoo

Ao analisarmos o processo da comunicação com fins de aprimorar ou desenvolver nossas habilidades devemos começar respondendo: o que desejamos e esperamos que acontecesse como resultado da mensagem que vamos transmitir? Tendo estabelecido um objetivo a ser comunicado e uma resposta a ser obtida, o que se espera é que a comunicação seja a mais fiel possível. Por fidelidade entende-se que o emissor expressará perfeitamente o que pretende e o receptor compreenderá a mensagem com exatidão.

Para o entendimento do processo da comunicação utilizaremos como modelo a estrutura apresentada por (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010). Esses autores acreditam que o processo da comunicação divide-se em: o emissor, a codificação, a mensagem, o canal, a decodificação, o receptor, o ruído e o feedback.

Trazendo a definição de cada aspecto da comunicação relacionada acima a partir da discussão dos autores: (SNELL e BATEMAN, 2007) e (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010).

(SNELL e BATEMAN, 2007) afirma que o emissor possui um significado que ele deseja comunicar e o codifica na forma de símbolos (por exemplo, as palavras escolhidas para a mensagem). Então o emissor transmite, ou envia, a mensagem através de um canal como um meio verbal ou escrito.

O receptor decodifica a mensagem (por exemplo, lê) e, tenta interpretar o significado pretendido pelo emissor. O receptor pode fornecer feedback ao emissor por meio da codificação de uma mensagem como resposta à do emissor.

O processo