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REFLEXÕES SOBRE O ENSINO BILÍNGUE NA ESCOLA DEAF EDUCATION

Por:   •  20/12/2022  •  Pesquisas Acadêmicas  •  5.759 Palavras (24 Páginas)  •  64 Visualizações

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Revista Educação Inclusiva - REIN, Campina Grande, PB, v.5, n.01, jan/dez. - 2021, PUBLICAÇÃO CONTÍNUA - 2021 EDUCAÇÃO DOS SURDOS: REFLEXÕES SOBRE O ENSINO BILÍNGUE NA ESCOLA DEAF EDUCATION: REFLECTIONS ON BILINGUAL EDUCATION IN SCHOOL Carlos Ryan Silva de Araújo1 Resumo A Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS é a língua natural da pessoa surda que é utilizada como meio de comunicação e expressão pela comunidade surda brasileira que, após a aprovação da Lei 10.436 de 24 de abril de 2002, vem ganhando espaço em todas as áreas socioeducacional com os modelos de educação dos surdos, o bilinguismo tem provocado inquietações por parte dos docentes nas aulas de Língua Portuguesa nas metodologias aplicadas em sala de aula com os alunos surdos de forma ampla nas explicações para contribuir na aprendizagem da segunda língua – L2. Este trabalho tem por objetivo refletir sobre a relevância do ensino bilíngue na educação dos surdos no contexto da escola inclusiva. A metodologia adotada nesta pesquisa deu-se pelo método bibliográfico, fundamentado diante de (Damazio,2007), (Pereira, 2014), (Santana, 2012), (Skliar,2007) e (Almeida,2015) para além, foi realizado uma busca em fontes já publicadas em revistas, livros e artigos e com embasamento em experiências próprias em instituições educacionais. Os resultados apontaram que a educação bilíngue está cada vez sendo desenvolvida e adaptada pelos educadores para atribuir uma educação de qualidade para os surdos com uma parceria insubstituível as salas de recursos multifuncionais-SRM complementado e suplementado a língua escrita e a LIBRAS nos ambientes educacionais com parceria com outros profissionais e educadores. Palavras-chave: Inclusão. Bilinguismo. Metodologias. Abstract The brazilian sign language - LIBRAS is.the natural language ofereci the deaf person that is used as ameans of communication and expression by the.brazilian deaf community, which, after the approval of law 10.436.of april 24,2002,has been making room in all socio educational areas with the models of education for the deaf, bilingualism has caused concerns on the part of teachers in portuguese language classes in methodologies applied in the classroom with deaf studants in a broad way in the explanation to contribute to the learning of the second language L2.This work aims to reflect on the relevance of bilingual education in the education of the deaf in the context of the inclusive school. The methodology adopted in this research was based on the bibliographic method, based on (Damazio, 2007), (Pereira, 2014), (Santana, 2012), (Skliar, 2007) and (Almeida, 2015), in addition, a searches in sources already published in magazines, books and articles and based on own experiences in educational institutions. The results showed that bilingual education is increasingly being developed and adapted by educators to assign quality education to the deaf with an irreplaceable partnership, the multifunctional resource rooms-SRM complemented and supplemented by the written language and LIBRAS in educational environments with partnership with other professionals and educators. Key words: Inclusion. Bilingualism. Methodologies. 1 Especialista (Latu Sensu) - Língua Brasileira de Sinais- Libras no Instituto Federal da Paraíba-IFPB. Professor atuante nos cursos de graduação em Pedagogia e Pós-graduação em Educação Infantil e Psicopedagogia Clínica e Institucional Nas Universidades São Judas Tadeu e FERPI- Faculdades Entre Rios do Piauí. E-mail carlosryansilva22@ gmail.com Recebido em 09 de fevereiro de 2021 Aceito em 23de março de 2021 EDUCAÇÃO DOS SURDOS: REFLEXÕES SOBRE O ENSINO BILÍNGUE 25 NA ESCOLA Introdução Na sociedade em que estamos vivendo, a comunicação é a clave de maior utilidade para desenvolvimento social e profissional, para os surdos a Língua de Sinais é o canal comunicativo entre os membros da comunidade, portanto, é possível perceber que a pessoa com surdez apresenta uma dificuldade aguçada referente à questão da compreensão e aprendizagemda Língua Portuguesa –L2, obtendo umgrau de dificuldade para entendimento e concordância na forma escrita em sala de aula e até mesmo no cotidiano vivenciado. A língua materna da pessoa com surdez deve ser a principal base para o desenvolvimento da segunda língua, ou seja, através das LIBRAS - L1 é o caminho para aquisição da aprendizagem de outra língua de forma escrita, não subjugando erros ortográficos. Entretanto a Língua Portuguesa escrita deve ser trabalhada em sala de aula pelos professores de forma lúdica, envolvendo uma língua acessível para que o aluno surdo possa desenvolver suas habilidades e competências cognitivas, favorecendo uma aprendizagem. A Língua Portuguesa na sua complexidade torna-se um caminho difícil no processo aprendizagem do aluno surdo devido aos conectivos, artigos, preposições, entre outros, o que na língua materna torna-se diferenciada devido ao contexto linguístico concreto, resultando numa dificuldade que os surdos enfrentam para transcrever textos, poemas escritos na questão da falta de coesão e coerência que muitos não conhecem a estrutura gramatical e gestual dos surdos achando que seja um erro, mas e apenas o desenvolvimento escrito da segunda língua que é a Língua Portuguesa. Entretanto, a educação bilíngue para o surdo deve ser ministrada no seu ensino a aquisição de duas línguas (LIBRAS – L1 e a Língua Portuguesa – L2), dando oportunidade para que possa ter contato com as regras gramaticais entre ambas e o enriquecimento do seu vocabulário, preconizando o que os estudiosos afirmam, a criança surda deve dominar a língua de sinais para após desenvolver a aprendizagem da Língua Portuguesa na modalidade escrita. O bilinguismo seria um fenômeno relativo que se apresenta de forma dinâmica se modificando na trajetória de vida dos indivíduos e assume diversas formas e variações no domínio e o uso das línguas. A problemática poderá estar interligada ao processo de aquisição da linguagem que, quanto mais cedo o surdo obtiver o contato com a língua materna, assim poderá desenvolver de forma significativa o processo de aprendizagem da Língua Portuguesa- L2, moldado pela proposta bilíngue. Dessa forma, o presente artigo é construído a partir do seguinte problema de pesquisa: qual a relevância do ensino bilíngue no processo de aprendizagem do aluno surdo no contexto educacional? E diante deste problema, temos como objetivo geral, refletir sobre o ensino bilíngue no processo de aprendizagem do aluno com surdez na escola. E, com objetivos específicos: a) contextualizar teoricamente sobre a importância do atendimento educacional especializado na educação dossurdos; b) apresentar a proposta do ensino bilíngue na educação dossurdos; c) analisar sobre o papel do Professor de Libras no ensino bilíngue. A metodologia adotada nesta pesquisa é de cunho bibliográfico descritiva, com base nos autores Damázio (2007), Gagliare (2015), Skiliar (2001), Pereira (2014), Solé (1998) que fundamentam os estudos referentes ao tema. Para além destes autores, esta pesquisa conta com o aporte de materiais já publicados em revistas, dissertações, livros que assegurem confiabilidade na proposta estabelecida a temática abordada que está sendo discutida e fundamentada em discursões relação à surdez e as práticas abordadas em sala de aula a respeito do bilinguismo e a língua materna dos surdos. O ensino da Língua Portuguesa em sala de aula como método do bilinguismo com alunos surdos deve ser estudado, observando a desenvolvimento da aprendizagem de cada aluno, pois devemos analisar a sua língua materna para dar ênfase ao processo de ensino da sua segunda língua que é a LIBRAS sendo a língua materna e de mais conhecimento do mesmo, assim deverá dar continuidade na língua portuguesa em um aspecto não EDUCAÇÃO DOS SURDOS: REFLEXÕES SOBRE O ENSINO BILÍNGUE 26 NA ESCOLA avassalador, mas de forma adequada na compreensão de textos, formação de frases e palavras salientando que a escrita de um surdo e diferente de um ouvinte não havendo artigos, preposição e conectivos de acordo com a língua utilizada, ou seja, a língua materna. Espera-se que este trabalho venha orientar e ajudar a todos os docentes com o objetivo de sanar as dúvidas sobre a educação dos surdos em relação às aulas de Língua Portuguesa, o bilinguismo em suas metodologias e práticas em sala de aula. 2 Fundamentação Teórica Este artigo propõe em realizar uma análise nas obras de autores que abordam sobre a educação dos surdos: reflexões sobre o ensino bilíngue na escola. Portanto, dividimos o referencial teórico: na primeira seção será apresentada a Lei da LIBRAS e a sua regulamentação. Na segunda Abordagem teórica sobre a Sala de Recursos Multifuncionais – SRM, terceira o Atendimento Educacional Especializado para pessoa com surdez, quarta, o ensino em LIBRAS como L1 para surdos, quinta, o ensino Bilíngue para surdos e encerrando a fundamentação com o professor de LIBRAS como facilitador na educação bilíngue. 2.1 A Lei da LIBRAS e sua regulamentação A Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS é a língua natural das pessoas surdas. No Brasil, a comunidade surda utiliza este canal visual e motor para se comunicar e interagir com o mundo social. Com a aprovação da Lei 10.436 de 24 de abril de 2002, abriram as portas para novas perspectivas na vida do surdo. Na escola, os reflexos centrais foram maiores, com a inserção de profissionais de Libras na mediação comunicativa e o professor para o ensino da língua materna. O direito de qualquer pessoa surda que seja matriculada em escolas regulares tem auxílio de um Professor de LIBRAS que é o interprete para ensinar e mediar à comunicação e o processo de ensino e aprendizagem. Por longos anos e com muitas lutas a educação especial passou por várias transformações, sendo: a exclusão, a integração, a segregação e por fim, a inclusão, na qual estamos vivenciando e que as escolas buscam se adaptar com metodologias diferenciadas para atender à necessidade dos alunos surdos inseridos nas escolas regulares. (Brasil, 2005). Atualmente os surdos são reconhecidos por lei federal que garante educação bilíngue de qualidade amparada pela lei de n° 10.436 de 24 de abril de 2002 que assegura todo aquele que tem a perda da auditiva que possa interagir e compreender o mundo em suas manifestações culturais e sociais dentro da sociedade e qualquer departamento seja educacional ou social o uso da Libras para comunicação. (Brasil, 2005). De acordo com esta lei assegura todos os discentes devidamente matriculados em unidades educacionais documentados que for surdo tem o direito de um interprete para melhor entendimento e comunicação dos conteúdos transmitidos em sala de aula para assim de fato o aluno surdo incluído no meio educacional interagindo e compreendendo o que está sendo dito e prescrito pelo sistema educacional. Comesta lei implantada muda todo senário educacional para os discentes e docentes incluindo a formação dos docentes em cursos superiores e também em diversas áreas assegurando a inclusão e a preparação para recebimento e tratamento adequado com os surdos dentro da sociedade para que seja menos preconceituosa diante das diversas especificidades em nosso meio social, profissional e educacional. EDUCAÇÃO DOS SURDOS: REFLEXÕES SOBRE O ENSINO BILÍNGUE 27 NA ESCOLA O Decreto Federal 5.626, que regulamenta a Lei da Libras assegura: Art. 10. Asinstituições de educação superior devem incluir a Libras como objeto de ensino, pesquisa e extensão nos cursos de formação de professores para a educação básica, nos cursos de Fonoaudiologia e nos cursos de Tradução e Interpretação de Libras - Língua Portuguesa. De acordo com o decreto n° 5.626, de 22 de dezembro de 2005 afirma no artigo 10 sobre os cursos superiores e universidades que oferecem formação de professores oferecendo cadeiras que possa os futuros docentes conhecerem o mundo bilíngue e possa interagir e entender os surdos diante da comunicação dentro de uma sociedade que poucos conhecem a cultura surda e sua língua para ocorrer uma comunicação nas diversas eventualidades cotidianas. O Decreto Federal foi oficializado no dia 22 de dezembro de 2005, abrindo um leque de grandes oportunidades para os profissionais e entre outros que não conhecia a Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS mas tinha o desejo de conhecer e entender até mesmo se aperfeiçoando na área, desta forma oferecendo oportunidade de conhecimento e desenvolvimento de grandes profissionais na área da LIBRAS em nossas escolas como interpretes e outros departamentos que necessita deste profissional. (Brasil, 2005). De acordo comPereira (2014) uso da língua de sinais contribuiu em muito para a aprendizagem dos alunos surdos, já que, por ser visual-espacial, não oferece dificuldades para ser adquirida. Diante dessa afirmação, podemos analisar que para a Língua Portuguesa e a aprendizagem ocorra de forma eficaz na compreensão, o surdo necessita de uma interligação interprete para que o mesmo entenda e compreenda o que está acontecendo ao seu redor e o que está sendo dito entre o locutor que é o professor e o interlocutor para que possa haver comunicação e interação nas diversas aulas apresentadas no decorrer das aulas explicativas, dialogadas e nas rodas de conversas formais que acontece constantemente em sala de aula. Segundo Pereira (2004, p.145) afirma que a aquisição da Língua Portuguesa na modalidade escrita: [...] a obrigatoriedade das escolas possibilitarem aos alunos surdos uma educação bilíngue, na qual a Língua Brasileira de Sinais é a primeira língua e a Língua Portuguesa é a segunda, trouxe a língua de sinais para a educação depois de quase cem anos de proibição. Diante da afirmação da autora citada acima, podemos nos depara com uma realidade bastante inovadora na educação dos surdos, pois a grande problemática nesta educação bilíngue e a questão da Língua Portuguesa escrita que muitos discentes sentem dificuldade na escrita de textos, poemas e até mesmo em responder pequenas questões escritas por eles mesmos sem auxílio do professor regente de sala de aula ou o interprete que tem com função ajudar na transmissão de conhecimentos ditos pelo professor, ou seja, um intermediador de aprendizagem. 2.1.1. Abordagem teórica sobre a Sala de Recursos Multifuncionais – SRM As salas de recursos Multifuncionais-SRM são salas especializadas com material didático para diversas especificidades compostas por profissionais capacitados para atender a demanda de alunos que necessita de acompanhamento para desenvolvendo cognitivo, educacional para complementar a educação regular. Em 2008 quando iniciou-se a implantação das salas de recursos multifuncionais nas escolas, foi um grande passo no processo inclusivo e a abertura de cursos preparativos para os professores do campo nas instituições, criando um elo de renovação das práticas pedagógicas, pois a inclusão não veio apenas para alunos mas para toda a escola em si quebrando todas as barreiras arquitetônicas e atitudinais, pois é um grande EDUCAÇÃO DOS SURDOS: REFLEXÕES SOBRE O ENSINO BILÍNGUE 28 NA ESCOLA problema que atualmente algumas escolas enfrenta em pleno século XXI com acessibilidade e o atendimento educacional especializado. (Pereira, 2014). A finalidade das SRM são desenvolver nos discentes em seus diversos aspectos social ou educacional para favorecer melhor desempenho em sua vida educacional e familiar pois o profissional que atende nas salas de recursos tem um elo de trabalho coletivo com o professor da sala regular de ensino e a família cujo objetivo e devolver as habilidades e competências dos alunos acompanhados para facilitar sua caminhada educacional e social. O público alvo de atendimento são alunos com deficiência, tais como: superdotação, surdos, cegos, cadeirantes e crianças que perderam sua mobilidade para readaptação de locomoção favorecendo desenvolvimentos nos aspectos sociais e educacionais. (Santana, 2014). Os recursos de tecnologia assistiva e pedagógica são: computadores com programas especificados para trabalhar as especialidades de forma adequada, impressora para imprimir atividades adaptadas, cadeiras e mesas adaptadas para as especialidades, reglete punção para escrita em braile e jogos educacionais, objetivando atender as necessidades específicas dos alunos. (Santana, 2007, p.18) . 2.1.2 O Atendimento Educacional Especializado para pessoa com surdez Para que ocorra a aprendizagem e o desenvolvimento da Língua Portuguesa como L2 para alunos surdos, o atendimento educacional especializado é o serviço ofertado pela escola que visa complementar os conhecimentos dos alunos. O desenvolvimento cognitivo e educacional deverá ser conduzido por um Professor de Libras para desenvolver o ensino de Libras, o ensino em Libras e o ensino da Língua Portuguesa para surdos como L2, na modalidade escrita. (Santana, 2007, p.21) O atendimento educacional especializado requer metodologias e estratégias de ensino diferenciado, além de, um acompanhamento entre o professor de Língua Portuguesa do ensino regular, o Professor de Libras e a família. A SRM onde é ofertado o serviço de AEE, visa atender o aluno surdo em horário oposto do ensino regular, oferecendo um trabalho voltado para a o ensino em Libras sua língua materna e a Língua Portuguesa como L2, para o desenvolvimento do aluno surdo no processo de ensino e aprendizagem e aquisição da língua. Afirma a função das salas de Atendimento Educacional especializado: O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio de disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem. (Brasil, 2009, p. 302). O mesmo ressalta que o atendimento vem auxiliar o professor de Libras a desenvolver estratégias de comunicação e metodologias que atendam às necessidades dos alunos surdos, além de, buscar meios que minimizem barreiras de acesso ao ambiente e de comunicação. O Atendimento Especializado de Libras é outro momento didático pedagógico para os alunos com surdez incluídos na escola comum. Ele ocorre no horário contrário ao das aulas, é um trabalho realizado pelo professor ou instrutor de Libras (preferencialmente surdo). Inicialmente é feito o diagnóstico do aluno, onde o atendimento será planejado a partir dos conhecimentos que o aluno tem sobre Libras. (Damázio, 2007, p.32) EDUCAÇÃO DOS SURDOS: REFLEXÕES SOBRE O ENSINO BILÍNGUE 29 NA ESCOLA O referido atendimento é oferecido gratuitamente em todo sistema de ensino público, as salas são acompanhadas por profissionais capacitados para tal função como afirma Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica no art. 2 “para atuação do AEE, o professor deve ter formação inicial que o habilite para o exercício da docência e formação especifica pra a educação especial” ( Almeida, 2015), então tal afirmação mostra que o exercício dos profissionais e sua formações tem que ser de qualidade para tal atuação. 2.2 O ensino em LIBRAS como L1 para surdos. A educação para com os surdos denominada como LIBRAS- L1, sua língua materna traz para o meio educacional grandes motivações para andamento de uma educação formal cuja aplicabilidade e através de sistema de ensino visual para melhor entendimento e desenvolvimento do surdo diante da LIBRAS. Hoje existem várias metodologias para o ensino em Libras para alunos surdos, com o uso adequado de equipamentos, programas, jogos, aplicativos de celulares e programas com softwares que facilitam no desenvolvimento da aquisição da língua materna. Sabemos e podemos perceber que estamos passando por grandes momentos de transição no ensino de LIBRAS para os surdos conforme o que cita Damázio “ A inclusão de pessoas com surdez na escola comum requer que se busquem meios para beneficiar sua participação e aprendizagem tanto na sala de aula como no Atendimento Educacional Especializado” (Damázio, 2007, p.14). Podemos perceber que para facilitar e beneficiar os alunos surdos em sua aprendizagem têm que buscar meios e práticas eficazes para que o ensino seja prazeroso para que ocorra uma educação de conhecimentos para os surdos em sua língua materna ou em sua segunda língua. As crianças surdas como as ouvintes, em todo o meio social e educacional necessitam conhecer sua própria língua, pois sem este conhecimento fica bloqueado para aquisição e entendimento de outra língua sem ter conhecimento da sua língua materna, pois com o conhecimento da LIBRAS as crianças surdas irão avançar de maneira significativa em seus respectivos aspectos de leitura e compreensão de textos. Buscando para cada participante envolvido métodos e práticas inovadoras para que possa desenvolver o aluno surdo em diversos segmentos social, cognitivo e saber resolver pequenos problemas no meio social onde está inserido, pois a escola prepara para as eventualidades do cotidiano, seja na parte social ou acadêmica. 2.1.4 O ensino Bilíngue para surdos O bilinguismo surgiu como um pleiteio da comunidade surda que lutaram e busca de uma educação que visa desenvolver os surdos na aquisição da linguagem: L1 (LIBRAS) e L2 (Português escrito). Atualmente a educação de uma forma ampla passou por uma formulação em seus currículos e documentação com a implementação de um documento normativo para unificar a educação brasileira a Base Nacional Comum Curricular – BNCC, que trouxe como um dos focos a educação bilíngue “as atividades humanas realizamse nas práticas sociais, mediadas por diferentes linguagens: verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e, contemporaneamente, digital. ” (Almeida,2015) o documento normativo enfatiza a importância da LIBRAS como uma linguagem visual e traz um conjunto de práticas para serem abordadas em sala de aula como habilidades e competências que os alunos ouvintes e surdos deve adquirir nas EDUCAÇÃO DOS SURDOS: REFLEXÕES SOBRE O ENSINO BILÍNGUE 30 NA ESCOLA aulas cotidianas nas escolas brasileiras. A inclusão do aluno com surdez deve acontecer desde a educação infantil até a educação superior, garantindo-lhe, desde cedo, a utilização de recursos de que necessita para superar as barreiras no processo educacional e usufruir seus direitos escolares, exercendo sua cidadania, de acordo com os princípios constitucionais do nosso país. (Damázio, 2007, P.14) O ambiente educacional que recebe um aluno surdo para ser trabalhado a Língua Portuguesa como uma segunda língua (L2), o aluno deve primeiramente ser alfabetizado visualmente pelas letras e imagens para que possa criar um elo entre ambas a imagem sinalizada com a palavras abaixo para que ocorra familiarização com as duas línguas (L1) e (L2) desde a alfabetização, para que o processo de socialização e alfabetização ocorra como desejado preparando para que produza textos e conheça o mundo interpretado pelo surdo de uma forma clara e objetiva para ele. A alfabetização de uma criança surda e diferenciada entre a língua materna e a segunda língua, pois Damázio afirma “que conheça os pressupostos linguísticos teóricos que norteiam o trabalho, e que, sobretudo acredite nesta proposta estando disposto a realizar as mudanças para o ensino do Português aos alunos com surdez” (Damázio, 2007, p.38). Diante da proposta para o ensino de Língua Portuguesa para os surdos como a Libras e correto afirmar que se trata de aspectos culturais e linguísticos são línguas naturais, mas com modalidades diferentes, LIBRASL1 e Português- L2, isso justifica a libras como espaço visual e a Língua Portuguesa oral-auditiva só sendo adquirida pelos surdos por meio de aprendizagem concreta e formal, sendo a Libras como sua língua materna. Quando analisamos a educação bilíngue no Brasil percebemos que são orientadas através de currículos e documentos normativos que muitas vezes perde a complexidade. Portanto quando analisamos do ponto de vista do ensino da Língua Portuguesa para os surdos, as considerações teóricas, políticas e ideológicas e legais adquirem contornos bem distintos. (Santana, 2007, p.28) E importante salientar que quando se trata da língua portuguesa para surdos está implícito a modalidade escrita centralizada em uma gramatica normativa focalizando em erros e acertos tomando como base esses fundamentos que não deve ser fundamentado na cultura surda, pois a Língua Portuguesa e a segunda língua para os surdos, devendo ter maior exploração com metodologias que possa facilitar o entendimento para o desenvolvimento nas aulas práticas em sala de aula com os surdos. (Santana, 2007, p.32) 2.2 O papel do Professor de LIBRAS na educação bilíngue. O processo de ensino da Língua Portuguesa como L2 realizado pelo Professor de LIBRAS deverá ser utilizado uma metodologia que visa contribuir na aprendizagem do aluno surdo, sendo desenvolvido o trabalho pedagógico, associando a língua materna com a segunda língua em aprendizado para que ocorra uma aprendizagem continua. A metodologia utilizada pelo professor de LIBRAS deverá que adaptar com a Língua Portuguesa através de textostrabalhados para que ocorra melhor compreensão pelo aluno, gerando conhecimento de outra língua. EDUCAÇÃO DOS SURDOS: REFLEXÕES SOBRE O ENSINO BILÍNGUE 31 NA ESCOLA O bilinguismo visa capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida social: a Língua de Sinais (que no Brasil é a LIBRAS), e a língua da comunidade ouvinte (Português). (Damázio, 2007, p. 20) Muitos alunos surdos são desestimulados e até mesmo desistindo da sua jornada acadêmica por falta de metodologias acessíveis, referente à Língua Portuguesa na questão da escrita por não conhecerem e sentir dificuldades nos conectivos da coerência na produção de textos e de frases trabalhadas por educadores. Diante da perspectiva abordada, toda escola que tem aluno com surdez deveria ter uma capacitação continuada como objetivo de preparar os professores como deve ser trabalhado emsala de aula por especialistas através de palestras e oficinas, pois a maior dificuldade e não ter conhecimento pelos demais e o próprio município, estado ou instituição particular não oferecer conhecimento como deve ser trabalhado. As pessoas comsurdez enfrentam inúmeros entraves para participar da educação escolar, decorrentes da perda da audição e da forma como se estruturam as propostas educacionais das escolas. Muitos alunos com surdez podem ser prejudicados pela falta de estímulos adequados ao seu potencial cognitivo, sócio – afetivo linguístico e político – cultural e ter perdas consideráveis no desenvolvimento da aprendizagem (Damázio, 2007, p.13). A pedagogia visual e a pratica essencial para acoplar as aulas escritas para alunos surdos não atendendo apenas para esta metodologia, mas que seja uma das tendências inovadoras para que possa chamar a atenção dos discentes nas aulas de língua portuguesa para que seja extinta o pensamento que devo frequentar e realizar as atividades, testes e avaliações por notas, mas por prazer e conhecimento. De acordo com Pereira (2004), “O professor deixa de ocupar o papel principal no processo de ensino e aprendizagem, de detentor do conhecimento, para assumir o papel de parceiro, ajudando cada aluno a progredir na aprendizagem” O processo de ensino e aprendizagem da escrita na perspectiva da Língua Portuguesa como segunda língua para os surdos é tema de discussão entre pesquisadores visando mostrar novas metodologias ativas para favorecer melhor rendimento e aprendizagem nos nossos meios educacionais. Porémdiversos estudos apontam para essas dificuldades que são provenientes para uma educação que não atende as demandas linguísticas, que deve ter como objetivo a língua de sinais, assim como o ouvinte entra em contato com outra língua diferente do seu idioma, o surdo com a Língua Portuguesa em sala de aula. Entretanto o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua para os surdos deve ser trabalhado através de uma pedagogia visual através de metodologias ativas que favorecem maior aprendizado em sala de aula para ser acessível à compreensão e a significação para os processos socioculturais, culturalmente, socialmente e ideologicamente. Podemos perceber para que haja uma educação diferenciada para os alunos surdos precisa de várias etapas de socialização, aceitação por parte da família até chegarmos ao ponto de chegada ao meio educacional para poder ser trabalhada de forma prazerosa para desenvolvimento do entender, saber conviver e viver junto como todo um processo de desenvolvimento da criança. EDUCAÇÃO DOS SURDOS: REFLEXÕES SOBRE O ENSINO BILÍNGUE 32 NA ESCOLA 3 Metodologia A pesquisa será do tipo bibliográfico com base nos estudos de autores como: Damázio (2007), Gagliare (2015), Skiliar (2001), Pereira (2014), Solé (1998) e o subsídio de materiais já publicados em revistas, jornais, livros e demais fontes que assegurem confiabilidade na proposta estabelecida a temática abordada que está sendo discutida e fundamentada em discursões relação à surdez e as práticas abordadas em sala de aula a respeito do bilinguismo e a língua materna dos surdos. A pesquisa bibliográfica é um pré-requisito para realização e fundamentação para qualquer pesquisa, pois nos fornece um banco de dados confiáveis que nos faz refletir sobre pontos cruciais diante das metodologias e práticas vivenciadas e praticadas por educadores nos sistemas educacionais. Segundo Lima e Mioto (2007) quando uma pesquisa bibliográfica é feita, é capaz de gerar, especialmente em temas pouco explorados, a postulação de hipóteses ou interpretações que servirão de ponto de partida para outras pesquisas favorecendo informações para serem questionadas e problemas para serem solucionados. 4 Resultados e Discussão A educação dos surdos está ganhando grande foco na perspectiva referente ao bilinguismo tanto no AEEAtendimento Educacional Especializado como nas salas regulares, educadores preocupados com melhores metodologias e práticas inovadoras para trabalhar o bilinguismo de forma clara e objetiva com os discentes para que seja significativa, concreta para facilitar a vida social, educacional dos surdos. Para Damázio (2007), o Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa acontece na sala de recursos multifuncionais e em horário diferente ao da sala comum. O ensino é desenvolvido por um professor, preferencialmente, formado em Língua Portuguesa e que conheça os pressupostos linguísticos teóricos que norteiam o trabalho, e que, sobretudo acredite nesta proposta estando disposto a realizar as mudanças para o ensino do português aos alunos com surdez. As instituições educacionais contribuem de forma significativa para a inclusão das crianças surdas no meio social, portanto o aprendizado da segunda língua a Língua Portuguesa de forma escrita e fundamental para a vida do surdo então o AEE para o ensino da Língua Portuguesa é indispensável para a educação dos surdos. A educação bilíngue atualmente deve ser inovada e praticada com materiais concretos, meios digitais e atividades práticas como é abordado no AEE- Atendimento Educacional Especializado não apenasteórica, mas deve ser praticado pelos discentes para que tenha utilidade em sua vida cotidiana para que tais eventualidades sejam surgidas tenha soluções pelos discentes. Para Damázio (2007, p. 20) o bilinguismo visa capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida social: a Língua de Sinais e a língua da comunidade ouvinte – Português para que, ocorra um bom desenvolvimento social e educacional e pessoal dos surdos incluídos em uma sociedade pouca instruída para se comunicar com os surdos tanto nas salas de aulas por parte dos educadores como em outros departamentos. As pessoas surdas interagem por meio da visualidade que está em seu alcance visual tendo o maior entendimento para socialização dos fatos e o que está sendo passado para aprendizagem, desta forma a EDUCAÇÃO DOS SURDOS: REFLEXÕES SOBRE O ENSINO BILÍNGUE 33 NA ESCOLA experiência visual e fundamental para a educação dos surdos. Neste sentido, Skiliar (2001) [...] a experiência visual dos surdos envolve, para além das questões linguísticas, todo tipo de significações comunitárias e culturais, exemplificando: os surdos utilizam apelidos ou nomes visuais; imagens visuais, humor visual; definição das marcas do tempo a partir de figuras visuais, entre tantas outras formas de significações. Percebemos que a educação visual através de uma metodologia inovadora como trabalhar com materiais concretos visuais expostos em sala com imagens contextualizadas com a temática em trabalho e meios tecnológicos visualizadas com ilustrações, não esteja atrelada apenas as imagens no ambiente alfabetizador como mera ilustração, mas que tenha uma contextualização no que está sendo trabalhado após não ter mais utilidade deve ser retirado para inovação nas atividades realizadas em sala de aula. Com isso, a pedagogia visual torna-se uma prática pedagógica utilizada para explanação dos conteúdos em sala de aula com base na visualidade de imagens relacionadas a explicação dos conteúdos e nas atividades propostas aborda grande variedade de imagens explicativas facilitando o entendimento do objetivo que a atividade requer, então está e uma ferramenta inovadora tanto para os surdos. 5 Considerações Finais Diante de longos estudos e fundamentação em vários teóricos a surdez e a linguagem estão atreladas as práticas docentes e sala de aula cujo objetivo e desenvolver a língua materna para aprofundamento da segunda língua seja para surdos ou qualquer outra especificidade, pois da mesma forma que um discente surdo sente dificuldade na aquisição da segunda língua somos nós aprendendo uma língua estrangeira diferente da nossa iremos sentir várias dificuldades até desamino para desistir ao longo da caminhada não somos diferentes dos surdos por isso temos que ter empatia em nossas elaborações de aulas e materiais para utilizarmos em sala de aula. Podemos analisar que AEE- Atendimento Educacional Especializado e fundamental na educação dos surdos pois e uma complementação e suplementação na vida educacional, pois o professor da sala regular e a do AEE trabalham em conjunto tendo o foco principal o desenvolvimento da aprendizagem do aluno. A inclusão atualmente tem ocorrido em todo o país em todos os meios educacionais mas precisa educadores e formadores desempenhar um papel fundamental de ser agente inclusivo neste processo incluir melhores práticas para que ocorra o bilinguismo nas aulas de Língua Portuguesa, favorecer meios que a Libras seja reconhecida não como gestos ou mimicas, mas uma língua entendida e dialogada pois a LIBRAS não e mimica mas palavras sinalizadas em qualquer discurso público, social ou educacional. Saber lidar com as diferenças e superá-las nos momentos difíceis que são encontrados ao longo do caminho acadêmica então nós como transformadores e geradores de seres críticos possamos superar qualquer barreira que impeça os surdos de serem incluídos e terem aulas nos meios educacionais dignas de aplausos para que o nosso trabalho seja reconhecido e valorizados onde formos e onde chegarmos pois a inclusão e isto superar nossas fraquezas e nossos limites assim conquistamos nosso foco principal uma educação de qualidade. A educação bilíngue deve ser abordada e trabalhada desde a educação infantil para que o surdo venha de familiarizar com a duas línguas a materna e escrita que é a Língua Portuguesa para que ambas seja trabalhada desde de muito cedo na vida dos discentes, desta forma o surdo não sentira tanta dificuldade no futuro na vida sua acadêmica. EDUCAÇÃO DOS SURDOS: REFLEXÕES SOBRE O ENSINO BILÍNGUE 34 NA ESCOLA Referências Almeida, Djair Lázaro. SANTOS, Glaucia Ferreira Dias. LACERDA, Cristina Broglia Feitosa. (2015). O ensino do português como segunda língua para surdos: estratégias didáticas. Revista Reflexão e Ação, Santa Cruz doSul, v. 23, n. 3, p. 30 - 57, Set. /Dez. Brasil.(2005). DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005. Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Brasília Brasil. (2013). Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais da EducaçãoBásica. Volume único. Brasília: MEC/SEB. Cagliari, Luiz Carlos. (2009). Alfabetização e Linguística. São Paulo: Scipione. (Coleção Pensamento e Ação na sala de aula). Damázio, M. F.M. ( 2007). Deficiência Auditiva. Brasília, DF: MEC/SEESP. Damázio, Mirlene F. Macedo. (2007). Atendimento Educacional Especializado: Pessoa com Surdez. Brasília: SEESP/ MEC. Lima, T. C. S.; Mioto, R. C. T. (2007). 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