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RESUMO SERVIÇO SOCIAL - IDENTIDADE E ALIENAÇÃO MARTINELLI

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Por:   •  5/3/2015  •  4.509 Palavras (19 Páginas)  •  12.315 Visualizações

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SERVIÇO SOCIAL – IDENTIDADE E ALIENAÇÃO

MARIA LÚCIA MARTINELLI

1. INTRODUÇÃO

“Assim, mais do que uma ou várias situações específicas com ele relacionadas, preocupava-me compreender o real significado da profissão na sociedade do capital, sua participação no processo de reprodução das relações sociais” (p. 15).

- Indagações: pensar a trajetória histórica do capitalismo é de fundamental importância para compreender a gênese do Serviço Social, porém será que essa trajetória prejudica o desenvolvimento da identidade profissional? Como a sua prática alienadora influenciava na categoria profissional? E quanto aos agentes, quando e como tiveram consciência que a sua identidade profissional e sua prática estava sendo atribuída por interesses burgueses de forma alienante?

“Tal aspecto é de fundamenta importância, pois somente no momento em que a profissão alcança sua identidade específica e distintiva é que atinge sua autonomia científica” (p. 16).

- Hipótese: “a ausência de identidade profissional fragilizava a consciência social da categoria profissional, determinando um percurso alienado, alienante e alienador de prática profissional” (p. 17)..

“a identidade profissional está sendo pensada dialeticamente, como uma categoria política e sócio-histórica que se se constrói na trama das relações sociais, no espaço social mais amplo da luta de classes e das contradições que a engendram e são por elas engendradas. Era preciso visualizá-la sempre como uma categoria essencialmente dinâmica, construindo-se permanentemente no confronto com as contradições do real e em meio às determinações sociais” (p. 17). Ela é contraditória pelos motivos antagônicos.

“Os modos de produção da identidade, como categoria histórica, social e política, estão profundamente relacionados com o movimento da história, o que torna impossível estudar a identidade profissional do serviço social sem estabelecer nexos de articulação com as revoluções burguesas, com o surgimento e ascensão do capitalismo e, em especial, com as lutas de classes, expressão contundente das contradições e antagonismos que marcam este modo de produção” (p. 18).

Para Martinelli, os assistentes sociais, devido a gênese da profissão ser marcada pelo capitalismo, eram alienados para atender aos interesses burgueses simplificando, assim, sua prática numa simples ilusão de servir. Os capitalistas o tinham como esperança para atender as demandas das relações sociais. Dessa maneira podemos perceber que o serviço social possuía uma identidade atribuída a fim de perpetuar os preceitos burgueses, tendo como consequência uma prática alienada, alienadora e alienante. Então, como diz a autora, era necessário se preocupar com a compreensão da categoria profissional no movimento da sociedade capitalista.

Conforme Martinelli, pensar o Serviço Social é analisar os movimentos das distintas épocas de contradição e antagonismos presentes nos modos de produção capitalista. Essas constantes mudanças do olhar realista do sistema vigente se reflete no pensar dialético. Portanto, Martinelli determinou e fundamentou que os fenômenos sócio-históricos e culturais são essenciais para a compreensão da categoria profissional. Assim, essa trajetória histórica se torna indispensável para o entendimento da indagação da identidade profissional e, por consequente, da prática dos assistentes sociais, adquirindo à sua materialidade.

“No que se refere ao serviço social, a pergunta sobre a identidade, embora não formulada com esta dominação, encontra-se presente na maior parte dos textos produzidos na América Latina durante as décadas de 70 e 80. Tais décadas assistiram ao apogeu, fluxo e refluxo de um movimento latino-americano de revisão crítica do Serviço Social, que no contexto da profissão recebeu a denominação de Movimento de Reconceituação do Serviço Social” (p. 20).

2. CAPÍTULO 01 – SERVIÇO SOCIAL: A ILUSÃO DE SERVIR

É bastante difícil precisar o momento certo do surgimento do Capitalismo, no entanto, o que melhor marca sua predominância é a posse e o uso da propriedade privada, assim como a dos meios de produção e a exploração de uma classe sobre a outra. E todas as transformações que vão ocorrendo, aos poucos, no âmbito social, levam consequentemente a ruptura entre as classes e gera a divisão social do trabalho. O capital favorece apenas alguns indivíduos, a partir dessa divisão começa a aparecer classes com mais condições, já outras apenas podendo negociar a sua força de trabalhado, tornando-a como uma mercadoria. “[...] o capitalismo passa a se assentar em relações sociais de produção capitalista, marcadas fundamentalmente pela compra e venda da força de trabalho” (p. 29).

“quanto mais acumulam riqueza, maior é o seu poder político, o que permite aos burgueses manter um controle exclusivo sobre o governo urbano, já no século XV” (MARTINELLI, 2011, p.32). Ao tempo em que o Estado promulgava leis para obrigar o operário a trabalhar e para punir os que se recusassem a isso.

Do século XVII ao XIX ocorreu varias transformações que fizeram com que o Capitalismo crescesse e expandisse cada vez mais, uma delas foi a Revolução Inglesa por volta de 1640-1660, favoreceu o auge de uma política econômica e social. Eventos que contribuíram muito para que o Capitalismo penetrasse a fundo na estrutura social, foram o surgimento de novas tecnologias, invenções tecnológicas, como a máquina a vapor (de James Watt) e o tear mecânico (de Richard Arkwright).

A Lei do Assentamento, de 1563, impedia-os de se mudar de aldeia sem permissão do senhor local, e a Lei dos Pobres, de 1597, declarava indigentes e retirava o direito de cidadania econômica daqueles que fossem atendidos pelo sistema de assistência pública.

Assim, recrutando coercivamente o trabalhador, a burguesia cuidava de manter sob controle a força de trabalho de que necessitava para expandir seu capital. Ao trabalhador, poucas alternativas restavam senão ingressar no mercado através do trabalho assalariado. (MARTINELLI, 2011, p.33)

“Toda a sociedade vai se dividindo, cada vez mais, em dois grandes campos inimigos, em duas grandes classes, que se enfrentam diretamente: a burguesia e o proletariado (Marx e Engels, 1981, p. 31).” (p. 37).

Os operários trabalhavam dobrado para alimentar as necessidades das fabricas, usavam não apenas homens para as funções de trabalho também eram usados mulheres, jovens adultos até crianças.

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