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RETIFICAÇÃO DO RIO TIETÊ

Por:   •  5/12/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  605 Palavras (3 Páginas)  •  618 Visualizações

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Retificação Rio Tietê

No início do século XX, desenvolveu-se o mito “São Paulo não pode parar”, um processo de ocupação territorial e de industrialização “caótico” no Estado, em que não houve preocupação com a sustentabilidade e qualidade de vida da cidade. Desta forma, este denominado “progresso” acabou impactando de forma muito negativa, contribuindo para a impermeabilização dos terrenos.

Entretanto, a preocupação com a retificação do Tietê surge de tempos antigos, pois, em 1866, João Alfredo Correia de Oliveira, então presidente da Província de São Paulo, assegurava sua indigência a fim de utilizar os terrenos das várzeas do Tamanduateí e do Tietê.

A administração pública, no final do século XIX, organizou a Comissão de Saneamento, em que atribuiu ao Tietê a responsabilidade pelas cheias (DAEE, s.d.). Na década de 20, sob o comando do engenheiro e sanitarista Francisco Rodrigues Saturnino de Brito, surgiu a Companhia de Melhoramentos de São Paulo que reuniram sanitaristas e engenheiros que defenderam a necessidade de retificação do curso sinuoso do rio e o desassoreamento do seu leito. Em 1926 Saturnino publicou um relatório reforçando a importância de ter o rio como um manancial de abastecimento. Tal regularização tinha como objetivo controlar as enchentes e permitir a navegação, assim como havia sido feito nos rios europeus, Sena e Tâmisa (OLIVEIRA, 2014).

Consistindo-se de um canal escavado com taludes inclinados, propôs duas hipóteses:

a primeira uma seção trapezoidal com base inferior de 91 m e um talude de 3,50 m de altura colocado sob outro trapézio de base inferior com 105 m e com taludes de 1m de altura e 37,50 m de largura cada um. A pista viária da margem esquerda estaria 180 m distante da pista viária da margem da direita (OLIVEIRA, 2014, p. 276).

A segunda hipótese era uma seção múltipla trapezoidal, com duas faces laterais mais profundas e separadas por uma ilha que teria como objetivo ser submersa em caso de cheia. As vias marginais também distariam 180 m.

Conforme Figura 2, previa ainda a construção de duas lagoas, cada uma com capacidade de um milhão de metros quadrados, que além de poderem ser utilizadas para a prática de esportes e recreação previa a navegação e implantação de quatro eclusas.

Descartado o projeto de Saturnino de Brito pela administração seguinte, em 1927, João Florence de Ulhoa Cintra que estava à frente da Comissão de Melhoramentos do Tietê modificou o projeto, eliminando as comportas e os lagos. Em 1928 preferiu-se implantar o “Plano de Avenidas”, elaborado pelo engenheiro e então coordenador da Comissão para Melhoramentos do Rio Tietê e futuro prefeito de São Paulo, Francisco Prestes Maia. Com a intenção de aproveitamento da várzea, essa comissão projetou a construção de duas extensas avenidas marginais e de 20 pontes de concreto armado, permitindo assim sua ocupação por loteamentos e logradouros públicos, além da instalação de um grande terminal ferroviário que centralizaria as comunicações com a capital.

Com a canalização do rio sua várzea não foi mantida, e ao longo de suas margens empresas se instalaram. Desta maneira o rio sofreu um processo de destruição de sua paisagem natural, tendo como base “a ocupação do seu

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