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Representações sao fatos sociais

Por:   •  16/5/2016  •  Projeto de pesquisa  •  1.676 Palavras (7 Páginas)  •  1.047 Visualizações

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Representações são fatos sociais:
modernidade e pós-modernidade na antropologia.

No artigo de Paul Robinow o autor esboça algumas ideias de Richard Rorty, Ian Hacking e Michel Foucault ele explora os pensamentos e trata de debates sobre a produção de textos etnográficos.

No livro de Richard Rorty o autor argumenta que a epistemologia como o estudo de representações mentais surgiu no século XVII e retrata nossa obsessão como uma mudança acidental. Ele chega a fazer uma desconstrução da epistemologia e diz que o reino da filosofia é a mente. A epistemologia estuda a origem, a estrutura e os métodos do conhecimento. Significa ciência, conhecimento.

 “a preocupação eterna da filosofia é ser uma teoria geral de representações, uma teoria que divida a cultura em áreas que representam a realidade bem, em áreas que a representam não tão bem assim, e naquelas que de maneira alguma a representam”. A filosofia moderna nasceu quando um sujeito conhecedor, dotado de consciência e de seus conteúdos representacionais, tornou-se o problema central para o pensamento, paradigma de todo saber.

Foi somente no final do iluminismo que apareceu a concepção da filosofia como juíza de todo o conhecimento possível, canonizada na obra de Kant.

A filosofia como disciplina, fundamenta reinvindicações de conhecimento, foi desenvolvida por neokantianos no século XIX e institucionalizada em universidades alemãs no mesmo século. A filosofia alemã escreveu sua própria historia, trabalhando entre filosofia e psicologia. Até hoje em cursos introdutórios de filosofia, a narrativa da historia da filosofia continua sendo apresentada como uma serie de grandes pensadores. Por volta de 1920, somente filósofos e calouros acreditavam que a filosofia era qualificada para fundamentar e julgar produções culturais.

Os pensadores Wittgenstein, Heidegger e Dewey concordam com a noção de conhecimento como uma representação acurada. Estes pensadores não procuraram construir teorias melhores e alternativas da mente ou do conhecimento; o objetivo deles não era melhorar a epistemologia, mas sim jogar de forma diferente. Rorty chama este jogo de hermenêutica. Isso significa conhecimento sem fundamentos: um saber que essencialmente é uma conversação edificante.

Na evidencia de que a filosofia não funda nem legitima as reivindicações de saber de outras disciplinas, sua tarefa passa a ser comentar os trabalhos destas e engaja-las em conversação.

VERDADE VERSUS VERDADE E FALSIDADE

Rorty fez a desconstrução da epistemologia. Vale frisar que rejeitar a epistemologia não dignifica rejeitar a verdade, a razão ou padrões de julgamento.

Se Rorty separa certeza e verdade, hacking traça a distinção entre as filosofias envolvidas na busca da verdade e aquelas que abrem novas possibilidades ao procederem em termos de “verdade ou falsidade”. Hacking apresenta uma questão muito simples que em geral é tido como “verdade”, dependendo do evento histórico anterior, uma maneira de pensar sobre verdade e falsidade estabelece condições para se considerar se uma preposição é capaz de ser verdadeira ou falsa.

Hacking diz que logica é a preservação da verdade enquanto que um estilo de raciocínio é o que introduz a possibilidade de verdade e falsidade... Hacking não é contra a logica, mas opõe-se as suas reinvindicações de fundar e basear toda a verdade. A logica funciona no seu próprio domínio, mas este domínio é limitado. Ao fazer esta distinção, evita-se o problema de relativizar totalmente a razão ou de transformar as diferentes concepções históricas de verdade e falsidade numa questão de subjetivismo, concepções essas que são fatos históricos e pessoais. Ele diz que as proposições só são candidatas a verdade como consequência de um evento histórico.

O que Foucault chamou de regime de verdade e falsidade é tanto um componente quanto um produto de práticas históricas.

Existe uma pluralidade cultural e histórica desses domínios especializados, bem como diversos estilos a ele associados. A partir da aceitação dessa diversidade de estilos históricos de raciocínio, métodos e objetos, hacking conclui que os pensadores geralmente entenderam corretamente, resolveram problemas e estabeleceram verdades. Esta posição não é relativismo, mas também não é imperialismo. Rorty chama sua versão generalizada de tudo isto hermenêutica. Para Hacking isto é anarco-realismo, que vem a ser “tolerância para com outras pessoas, combinada com a disciplina dos próprios padrões de verdade e razão.

Nas obras de Foucault, “arqueologia do saber” e “A ordem do discurso” são as tentativas mais desenvolvidas de apresentar uma teoria do que Hacking denomina de “verdade e falsidade” e “estilos de pensamento”. Em a ordem do discurso , Foucault discute algumas das condições e restrições implicadas na produção de verdade e afirma que podem ser consideradas verdadeiras ou falsas. Ele diz que para existir uma disciplina, deve existir a possibilidade de se formular novas proposições, elas devem conformar-se a condições especificas de objetos, sujeitos, métodos e etc.

A conversação entre indivíduos e culturas somente é possível dentro de contextos moldados e limitados por relações históricas, culturais, politicas e praticas sociais parcialmente discursivas que as constituem. O que esta ausente da explicação de rorty é uma discussão sobre como o pensamento e as praticas sociais se interconecta. O pensamento não é nada mais e nada menos do que um conjunto de praticas historicamente localizáveis.

REPRESENTAÇÕES E SOCIEDADES

O trabalho de Michel Foucault nos oferece instrumentos para analisar o pensamento como uma pratica publica e social. Foucault aceita os principais elementos dos relatos nietzschianos e heideggerianos acerca da metafisica e da epistemologia ocidental apontadas por Rorty.

Foucault difere de Rorty ao tratar as ideias filosóficas como praticas sociais e não como mudanças gratuitas numa conversação ou na filosofia.

Foucault também discorda de muitos pensadores marxistas que veem problemas artísticos como sendo por definição epifenômenos ou expressivos do que “realmente” acontece na sociedade. Ele escreve: “por detrás do conceito de ideologia existe uma certa nostalgia por uma forma de saber quase transparente, livre de todo erro e ilusão”. Neste sentido, o conceito de ideologia esta intimamente ligado ao conceito de epistemologia.

Para Foucault, o conceito moderno de ideologia tem as seguintes características inter-relacionadas:

1 – por definição, ideologia opoese a algop que se apresenta como verdade, como se representações pudessem ser falsas.

2- a ideologia é produzida por um sujeito (individual ou coletivo) a fim de esconder a verdade;

3 – a ideologia é secundaria a algo mais real, a uma dimensão infra-estrutural na qual a ideologia é parasitaria. Foucault rejeita todas elas.

O projeto de Foucault não era decidir sobre a verdade ou a falsidade de reinvindicações na historia “mas ver historicamente como efeitos de verdade são produzidos dentro de discursos que, não são nem verdadeiros nem falsos”. Ele propõe estudar o que chama de “regime da verdade” como sendo um componente efetivo na constituição das praticas sociais.

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