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Saude De Povo Indigenas

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Por:   •  6/10/2014  •  1.218 Palavras (5 Páginas)  •  293 Visualizações

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A política atual de atenção integral à saúde das mulheres propõe a incorporação do princípio da integralidade e da dimensão de gênero nas práticas profissionais. Este estudo teve como objetivos: proporcionar reflexão e discussão sobre o cuidado à saúde das mulheres e identificar aspectos que fragilizam ou potencializam a integralidade. Tem abordagem qualitativa e foi realizado em uma unidade da rede básica de saúde, de Salvador-BA, com profissionais de níveis diferenciados de formação. A integralidade constituiu o eixo teórico, e o material empírico foi produzido por meio de oficinas de reflexão e analisado pela técnica de análise de discurso. A equipe multiprofissional reconhece que as mulheres usuárias enfrentam situações de desigualdades de classe e de gênero, além de se submeterem a relações desiguais e autoritárias no serviço. A integralidade inexiste, o que é reconhecido pelo grupo que identifica as fragilidades, mas não mobiliza seu potencial de organização coletiva para a mudança.

A integralidade, além de um princípio constitucional defendido como prerrogativa da humanização do cuidado em saúde, busca a possibilidade de apreender as necessidades mais abrangentes do ser humano, valorizando a articulação entre atividades preventivas e assistenciais. Como termo polissêmico, “tenta falar de um conjunto de valores pelos quais vale lutar, pois se relacionam a um ideal de uma sociedade mais justa e mais solidária”

.Todavia, o modelo teórico-conceitual do sistema de saúde, o da biomedicina, constitui um obstáculo epistemológico importante para a proposta de integralidade. Além disso, os problemas de saúde surgem articulados a contextos sociais, culturais, econômicos, políticos, que influenciam o processo saúd e-doença e extrapolam o campo das políticas exclusivamente de saúde, numa complexidade que impõe limites e uma multiplicidade de desafios. Soma-se a esses uma intersetorialidade precária, na qual se deve investir, pois as ações intersetoriais extrapolam a responsabilidade do setor saúde, o que indica uma possibilidade de enfrentar os problemas de saúde.

As estratégias para o desenho de práticas mais eficazes devem ser construídas no cotidiano da atenção à saúde, tornando-se imperativo o trabalho interdisciplinar e uma compreensão ampliada dos determinantes do processo saúdedoença. Assim, a integralidade deve ser considerada um ideal regulador, um devir, “impossível de ser plenamente atingível,mas do qual constantemente buscamos nos aproximar”

Nesse sentido, a postura dos(as) profissionais é algo fundamental para a integralidade e em muitas situações “só se realizará com incorporações ou redefinições mais radicais da equipe de saúde e de seus processos de trabalho [...] assim, a maneira como as práticas estão socialmente configuradas pode propiciar ou dificultar a realização da integralidade”

.Integralidade, nesse sentido, representa “uma recusa por parte dos que se engajam na formulação de uma política em reduzir o objeto de suas políticas, ou melhor, de reduzir a objetos descontextualizados os sujeitos sobre os quais as políticas incidem.

Políticas destinadas a dar respostas a um determinado problema de saúde, ou responder aos que atingem certo grupo populacional, podem trazer as marcas da integralidade. Assim ocorreu com o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), em 1984, fruto da luta feminista que construiu, ao longo do tempo, conhecimento sobre as demandas das mulheres para além das especificidades reprodutivas, o que representou uma ruptura com a perspectiva biologizante materno-infantil. Orientado por princípios que respeitam as especificidades do ciclo vital das mulheres, o referido Programa propõe-se a atender as necessidades mais amplas em saúde, valorizando o contexto sócio-histórico e cultural em que tais necessidades se apresentam. Ao longo de vinte anos, o PAISM passou por avanços e retrocessos, e, na atualidade, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) resgata os seus princípios, com ênfase na abordagem de gênero e na integralidade como norteadores das práticas de cuidado à saúde das mulheres.

Nessa perspectiva, as instituições de saúde constituem “um locus privilegiado de observação e de análise dos elementos constitutivos do princípio institucional da integralidade, seja quanto às práticas terapêuticas, seja nas práticas de saúde difundidas na coletividade”.

Na atenção à saúde das mulheres, compreendemos a integralidade como a concretização de práticas de atenção que garantam o acesso das mulheres a ações resolutivas construídas segundo as especificidades do ciclo vital feminino e do contexto em que as necessidades são geradas. Nesse sentido, o cuidado deve ser permeado pelo acolhimento com escuta sensível de suas demandas, valorizando-se a influência das relações de gênero, raça/cor, classe e geração no processo de saúde e de adoecimento das mulheres. Contudo, investigações científicas com profissionais do campo da saúde da mulher vêm identificando obstáculos para a construção da integralidade do cuidado. As equipes multiprofissionais,

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