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Serviço Social

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Por:   •  8/9/2014  •  Seminário  •  3.366 Palavras (14 Páginas)  •  107 Visualizações

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Ainda na apresentação, o autor chama a atenção que se trata de um texto que dará ênfase as diversas teorias que buscam explicar as origens do Serviço Social e consequentemente seus respectivos teóricos. Deixa claro, no entanto, que se trata de um texto de clara orientação ensaística, com finalidades sintética e didática. Deste modo o livro tem por objetivo fundamental apresentar de forma sucinta a discussão feita, ao longo das últimas três décadas, a respeito da gênese do Serviço Social, assim como os rebatimentos da lógica predominantemente positivista, que foi herdada desde a emersão desta profissão.

Logo no primeiro capítulo, será feita uma distinção entre as duas teses que serão contrapostas, sobre as causas, a lógica, os atores e o momento histórico, na tentativa de explicar a gênese do Serviço Social.

Haverá, portanto, a preocupação de:

Resgatar o essencial sobre tais questões e, por outro lado, interpelar uma tese contra a outra (...) já que a primeira tese é fundamentalmente vinculada tanto às concepções tradicionais quanto, num extremo oposto, ao debate da reconceituação, enquanto a segunda surge a partir da década de 80, particularmente vinculada ao debate que retoma os fundamentos marxianos da ontologia do ser (...) a primeira é a visão dominante dos países hispano-americanos e a segunda hegemoniza o debate brasileiro (MONTAÑO, s/d, p. 4).

A tentativa é clara, de demonstrar com clareza e riqueza de detalhes todos os pormenores que norteiam cada teoria, sempre buscando seu “néctar” principal, que deste modo, aplique-se melhor a explicação do surgimento do serviço Social, assim como sua institucionalização e sua apreensão pela sociedade, ganhando assim uma identidade ideológica.

O texto busca, essencialmente, trazer à tona explicitamente e verdadeiramente o momento que marca o surgimento da profissão, além do real fundamento que explica sua emersão.

CAPÍTULO I – A NATUREZA DO SERVIÇO SOCIAL NA SUA GÊNESE:

Inicialmente o autor informa que é antigo este debate, em que autores e profissionais trilham por duas determinadas teses (escolhendo uma ou outra), na esperança de melhor encontrar respostas para a explicação da natureza e da gênese do Serviço Social. Estas teorias contêm um poder literato heurístico e teórico-metodológico que vai além da simples explicação desta gênese. E é através da apreensão de uma ou de outra tese, que poderemos ser capazes de compreender o tripé que envolve políticas sociais, gênese do Serviço Social e legitimação. Notando, essencialmente, que estas teses não são de fato antagônicas, mas que convivem de forma pacífica, gerando certas semelhanças, onde o que mais as difere é a abrangência com que tratam a questão da origem do Serviço Social, uma de maneira mais particular e individualista e outra de maneira totalizante.

1. A GÊNESE DO SERVIÇO SOCIAL: duas teses sobre a natureza profissional:

Existem duas teses que, necessariamente não são antagônicas, mas que são opostas e que tratam da gênese do Serviço Social, de maneira que aparecem como alternativas e são reciprocamente excludentes.

1.1 A perspectiva Endogenista:

Sustenta que a origem do Serviço Social advém de um processo de evolução, organização e profissionalização das antigas formas de ajuda, da caridade e da filantropia, que se encontra, há certo tempo, atrelada à ‘questão social’.

Maioria dos teóricos do Serviço Social sustenta esta tese, o que significa que ela é bastante difundida e ‘debatida’. Trata-se de um conjunto de teóricos que defendem a ideia do Serviço Social tradicional mais os autores que buscam ou têm a intenção de ruptura. Nesta mesma perspectiva há autores que entendem e que aceitam toda e qualquer forma de ajuda como antecedente do Serviço Social, assim como há aqueles que compreendem essas formas de ajuda atreladas à organização e vinculadas à ‘questão social’.

Os principais representantes desta tese são: Herman Kruse, Ezequiel Ander-Egg, Natálio Kisnerman, Boris Alexis Lima, Ana Augusta de Almeida, Balbina Ottoni Vieira, José Lucna Dantas, etc. Analisaremos aqueles que mais se destacam neste debate.

Herman Kruse (1972) usando-se do pensamento de Greewood entende que o “serviço social é uma tecnologia, pois sua ação procura a mudança” (KRUSE apud MONTANO, s/d, p. 10). Deste modo ele identifica um paradigma do Serviço Social, justamente porque o coloca como aplicação de teorias, ou, no mínimo, entendendo sua prática como fonte de teorias.

Com certa semelhança, Natálio Kisnerman (1980) tenta remeter a origem da fundação do Serviço Social para o Positivismo de Augusto Comte, remontando para o século XIX. Compreende a gênese do Serviço Social identificada como uma forma de ajuda sistemática, de orientação Protestante e, por outro lado, como uma forma prática da Sociologia. Para ele “o processo do Serviço Social é dialético (...) e que durante muitos anos não se pode confrontar com outra forma de auxílio ele aparece como antítese, negando a Assistência Social como momento, mas fica alienado a não fundar uma nova teoria” (KISNERMAN apud MONTAÑO, s/d, p. 11).

Ainda seguindo praticamente a mesma linha de raciocínio Ezequiel Ander-Egg (1975) e Juan Barriex (s/d.) fazem uma perfeita distinção entre Serviço Social e Assistência Social, sendo este último uma profissão "paramédica, parajurídica, asséptica, tecnocrática e desenvolvimentista". Já Trabalho Social é a ação conscientizadora que intervém de forma revolucionária. Deste modo “a atenção aos pobres e desvalidos, durante a época da expansão capitalista, surge principalmente nos ambientes cristãos (...), implicando que a Assistência Social que se organiza então se assemelhe àquela desenvolvida na Idade Média” (ANDER-EGG apud MONTAÑO, s/d, p. 12).

Por outro lado, Boris Aléxis Lima (1986), identifica quatro grandes etapas que caracterizam o Serviço Social, historicamente falando, são elas: pré-técnica, técnica, pré-científica e científica. Deste modo compreende-se uma ‘pseudo-evolução’ de uma fase empírica, não-institucionalizada para uma atividade metodologicamente científica e baseada numa postura profissional. Para esse autor, a história do Serviço Social, “encontra-se ligada aos chamados ‘precursores do trabalho social’, os

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