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Teoria Da Adm

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Por:   •  21/9/2014  •  2.225 Palavras (9 Páginas)  •  487 Visualizações

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1. Teoria Clássica da Administração – Funções e Conceitos

Fayol parte da proposição de que toda empresa pode ser dividida em seis grupos de funções essenciais (Chiavenatto, 1993), São elas :

1. Funções Técnicas (relacionadas com a produção de bens ou serviços);

2. Funções Comerciais (relacionadas com a compra e venda de bens ou serviços e permutação);

3. Funções Financeiras (relacionadas com a procura e gerência de capitais);

4. Funções de Segurança (relacionadas com a proteção e preservação dos bens e das pessoas);

5. Funções Contábeis (relacionadas com os inventários, balanços, registros, custos e estatísticas).

6. Funções Administrativas (relacionadas com a integração de cúpula das outras cinco funções. As funções administrativas coordenam e sincronizam as demais funções da empresa).A função administrativa é designada habitualmente pelo nome de Administração.

Fayol define o ato de administrar como sendo Prever (visualizar o futuro e traçar o programa de ação), Organizar (constituir o duplo organismo material e social da empresa), Comandar (dirigir e orientar o pessoal), Coordenar (ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos) e Controlar (verificar para que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas). Escrivão Filho (1995) afirma que, de acordo com os estudiosos dessa abordagem, essas funções não ocorrem de forma seqüencial obrigatoriamente mas as atividades de prever, organizar, comandar, coordenar e controlar ocorrem simultânea e continuamente. Através do esquema apresentado abaixo, é possível verificar esta subdivisão com mais clareza :

Figura 1. As funções essenciais de uma empresa. Fonte : Chiavenato (1987).

A Abordagem do Processo pode ser dividida em três períodos ou fases distintas (Escrivão Filho, 1995): O período de formulação, iniciando-se em 1916, com o lançamento de “Administração Industrial e Geral” de Fayol, divulgando a sua proposta; o período de revigoramento, quando a visão de Fayol perdeu força (décadas de 30 e 40) principalmente devido ao fortalecimento da Escola de Relações Humanas e, posteriormente à Segunda Guerra Mundial, se fortaleceu novamente como a melhor resposta aos novos desafios (com a retirada da atividade de coordenação considerando-a implícita na atividade de direção, o processo do executivo, na metade da década de 50, toma a forma de quatro funções principais: planejamento, organização, direção e controle, sendo que as formulações dos diferentes autores variam pouco desse formato); e o período de integração, quando, nos anos 60 diversas questões surgem (teoria da decisão, teoria dos sistemas, responsabilidade social, métodos quantitativos) de pouca aplicabilidade e a concepção do trabalho executivo continua basicamente a mesma, ainda que seja pregada uma aplicação singular a cada situação.

Para ressaltar a importância da função administrativa para os chefes das empresas, Fayol atribui pesos às funções organizacionais para os diferentes níveis hierárquicos e tipos de empresas. Como conclusões gerais, o autor afirma que "em todas as classes de empresas, a capacidade essencial dos agentes inferiores é a capacidade profissional característica da empresa, e a capacidade essencial dos grandes chefes é a capacidade administrativa" (Fayol, 1989). E, de forma mais detalhada, afirma que "a capacidade técnica é a principal capacidade dos agentes inferiores da grande empresa industrial e dos chefes da pequena empresa industrial; a capacidade administrativa é a principal capacidade dos grandes chefes. A capacidade técnica domina na base da escala hierárquica, e a capacidade administrativa, no ápice". Para Fayol, existe uma proporcionalidade da função administrativa (ela se reparte por todos os níveis da hierarquia da empresa e não é privativa da alta cúpula). A função administrativa não se concentra exclusivamente no topo da empresa, nem é privilégio dos diretores, mas é distribuída proporcionalmente entre todos os níveis hierárquicos. À medida que se desce na escala hierárquica, mais aumenta a proporção das outras funções da empresa e, à medida que se sobe na escala hierárquica, mais aumenta a extensão e o volume das funções administrativas (Chiavenato, 1993).

Proporcionalidade das Funções Administrativas

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Fayol afirma que, em todos os tipos de empresas, a capacidade essencial das pessoas situadas nos níveis inferiores é a capacidade profissional caracterizada da empresa, e que a capacidade essencial dos grandes chefes é a capacidade administrativa. Suas condições são: A capacidade principal de um operário é a capacidade técnica; À medida que se eleva na escala hierárquica, a importância relativa da capacidade administrativa aumenta, enquanto a capacidade técnica diminui (a equivalência entre essas capacidades se estabelece no nível do terceiro ou do quarto grupo da hierarquia); A capacidade principal do diretor é a capacidade administrativa (quanto mais elevado o nível hierárquico do diretor, mais essa capacidade domina); As capacidades comercial, financeira, de segurança e contabilidade têm máxima importância para os agentes do 5° ou 6° grau hierárquico. À medida que se sobe, a importância relativa dessas capacidades no valor de cada categoria de agentes, diminui e tende a nivelar-se ; À partir do 4° ou 5° grau hierárquico, o coeficiente aumenta à custa das outras funções que diminuem (Chiavenato, 1993).

Teoria da Organização

Marca a preocupação exacerbada da Teoria Clássica com a estrutura e coma forma de organização, esta baseada em rigidez, hierarquização, limitação e na estática. Seus principais aspectos dentre os princípios da Administração são: Divisão de trabalho (segundo Chiavenato, esta conduz à especialização e a diferenciação das tarefas-> heterogeneidade, é também base para organização pode-se dividir em dois: vertical->de acordo com a cadeia escalar de Fayol com diferentes níveis de autoridade definidas pela graduação de responsabilidades; horizontal-> refere-se aos diferentes tipos de atividades desenvolvidas na organização, como na especialização de Fayol, há também departamentalização), Autoridade e responsabilidade, Unidade de comando, Unidade de direção, Centralização e Cadeia escalar.

Elementos da Administração

Os seguidores de Fayol não aceitaram os elementos da administração como o velho mestre afirmava, isto é, a previsão, organização, comando, coordenação e controle. Cada autor clássico define do seu modo os elementos da Administração, porem não se afastam muito da concepção de Fayol.

Elementos da Administração para Urwick

Para Urwick, os elementos da administração, ou seja, as funções do administrador são:

• Investigação

• Previsão

• Planejamento

• Organização

• Coordenação

• Comando

• Controle

Os elementos da organização para Urwick constituem a base de uma boa organização, uma vez que uma empresa não pode ser desenvolvida em torno de pessoas, mas de sua organização.

Elementos da Administração para Gulick

Luther Gulick, considerado o autor mais erudito da Teoria Clássica, propõem sete elementos da Administração:

• Planejamento (planning): é a tarefa de traçar as linhas gerais das coisas que devem ser feitas e dos métodos de fazê-las, a fim de atingir os objetivos da empresa.

• Organização (organizing): é o estabelecimento da estrutura formal de autoridade, por meio da qual as subdivisões de trabalho são integradas, definidas e coordenadas para o objetivo em vista.

• Assessoria (staffing): é a função de preparar e treinar o pessoal e manter condições favoráveis de trabalho.

• Direção (directing): é a tarefa contínua de tomar decisões e incorporá-las em ordens e instruções específicas e gerais, e ainda a de funcionar como líder da empresa.

• Coordenação (coordinating): é o estabelecimento de relações entre as várias partes do trabalho.

• Informação (reporting): é o esforço de manter informados, a respeito do que se passa, aqueles perante quem o chefe é responsável; pressupõe a existência de registros, documentação, pesquisa e inspeções.

• Orçamento (budgeting): é a função relacionada à elaboração, execução e fiscalização orçamentárias, ou seja, o plano fiscal, a contabilidade e o controle.

As palavras (planning, organizing, staffing, directing, coordinating, reporting, budgeting) forma a palavra POSDCORB, que Gulick utiliza para memorizar os elementos da Administração. Gulick enumera o planejamento, organização, comando e coordenação mencionados por Fayol, porém os elementos staffing, reporting e budgeting são novos.

Princípios de Administração para Urwick

São quatro princípios de Administração:

1. Princípio da especialização: cada pessoa deve preencher uma só função, o que determina uma divisão especializada do trabalho. Esse princípio dá origem à organização de linha, a de staff e a funcional.

2. Princípio da autoridade: deve haver uma linha de autoridade claramente definida, conhecida e reconhecida por todos, desde o topo da organização até cada indivíduo de base.

3. Princípio da amplitude administrativa: cada superior deve ter um certo número de subordinados. O superior tem pessoas para supervisionar, bem como as relações entre as pessoas que supervisiona. O número ótimo de subordinados varia segundo o nível e a natureza dos cargos, complexidade do trabalho e preparo dos subordinados.

4. Princípio da definição: os deveres, autoridade e responsabilidade de cada cargo e suas relações com os outros cargos devem ser definidos por escrito e comunicados a todos.

Abordagem Simplificada da Organização Formal

Os autores da Teoria Clássica olham a teoria apenas em termos lógicos, formais, rígidos e abstratos, não considerando o seu conteúdo psicológico e social com a devida importância. Restringi-se apenas a organização formal, sendo com isso muito prescritivos e normativos, isto é, a preocupação com as regras é essencial. As regras dizem como o administrador deve conduzir-se em todas as situações através do processo administrativo e quais os princípios gerais que deve seguir para obter a máxima eficiência.

A Teoria Clássica proporciona uma visão simplória e reducionista da atividade organizacional, pois para a organização conseguir buscar a máxima eficiência possível, basta formular os princípios gerais da administração, como a divisão do trabalho, a especialização, a unidade de comando e a amplitude de controle

Ausência de Trabalho Experimental

Os autores da Teoria Clássica fundamentam seus conceitos na observação e no sendo comum, tornando seu método empírico e concreto, baseado na experiência direta e no pragmatismo, e não confrontam a teoria com elementos de prova. Wahrlich diz "seus princípios da Administração, contudo carecem de apresentação metódica, muitas vezes o autor apresenta-se enfático e dogmático em seus esforços para provar o acerto de suas opiniões". Em resumo, falta comprovação científica para as afirmações das teorias.

O extremo Racionalismo na Concepção da Administração

Os autores Clássicos se preocupam com a apresentação racional e lógica das suas proposições, sacrificando a clareza das suas idéias. A abstração e a formalidade são criticadas por levarem a análise da administração a superficialidade, simplificação e falta de clareza.

Alguns autores, pelo espírito pragmático e utilitarista, denominam a Teoria Clássica como Teoria Pragmática, isto é, leva-o a apelar para a experiência direta e não-representativa para obter soluções aplicáveis de modo imediato.

O racionalismo da Teoria Clássica visa a eficiência do ponto de vista técnico e econômico, em outros termos, a organização é um meio para atingir a eficiência máxima sob o aspecto técnico e econômico. Daí a visão anatômica da organização em termos de organização formal apenas, isto é, síntese dos diferentes órgãos que compõem a estrutura organizacional, suas relações e suas funções dentro do todo, que assegurem a máxima eficiência.

Teoria da Máquina

A Teoria Clássica recebe o nome de teoria da máquina pelo fato de considerar a organização sob o prisma do comportamento mecânico de uma máquina: a determinadas ações ou causas decorrerão determinados efeitos ou conseqüências dentro de uma correlação determinística. A organização deve ser arranjada tal como uma máquina.

Abordagem incompleta da Organização

Teoria Clássica somente se preocupou com a organização formal, descuidando-se da organização informal, ou seja, aquela que não está expressa no organograma. A Teoria Clássica, também chamada Teoria Formal da Organização não ignorava os problemas humanos da organização, porem não conseguiu dar um tratamento sistemático à interação entre as pessoas e os grupos informais, nem aos conflitos intra-organizacionais nem ao processo decisorial. Por tanto, a abordagem está simplificada e incompleta, pois não considera o comportamento humano na organização

Abordagem de Sistema Fechado

Teoria Clássica trata a organização como se ela fosse um sistema fechado, compostos de poucas variáveis perfeitamente conhecidas e previsíveis e de alguns aspectos que podem ser manipulados por meio de princípios gerais e universais de Administração.

Algumas Considerações

A Teoria Clássica também sofreu várias criticas, sua abordagem simplificada da organização formal em termos lógicos e formais, a ausência de trabalhos experimentais, o racionalismo da Teoria que visa o ponto de vista técnico e econômico como meio de atingir a eficiência máxima, abordagem incompleta da organização desprezando a organização informal, contudo tais críticas não chegam a apagar a importância dela para as bases da moderna teoria administrativa.

Henry Fayol, o fundador da Teoria Clássica, é considerado, juntamente com Taylor, um dos fundadores da Moderna Administração. Fayol analisa os aspectos organizacionais de cima para baixo (da direção para a execução) e do topo para as partes (da síntese para a análise), exatamente ao contrário da abordagem da Administração Científica. Várias críticas podem ser atribuídas à Teoria Clássica, entre elas : a abordagem incompleta e simplicada da organização formal, a ausência de trabalhos experimentais capazes de dar base científica à sua Teoria; o mecanismo de sua abordagem (Teoria da Máquina) e a visualização da organização de forma errônea - esquecendo que ela não é um sistema fechado. Porém, a Teoria Clássica da Administração é, assim como a Administração Científica, base para a nossa moderna Teoria Administrativa.

1. Bibliografia

ALBIN,George. Teoria Geral da Administração, 2001 disponível em: www.albin.hpg.com.br/TGA3.htm.

CHIAVENATTO, I. Teoria Geral da Administração. São Paulo. Makron, 1993. 818 p.

FAYOL, H. Administação Industrial e Geral. São Paulo, Atlas, 1989.

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