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Teorias Do Jornalismo

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Por:   •  29/5/2013  •  5.902 Palavras (24 Páginas)  •  879 Visualizações

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Vídeo 3 – As teorias do jornalismo

Capítulo 4 - As Quatro Teorias do Jornalismo

Fonte: http://www.benoliveira.com/2011/07/teorias-do-jornalismo-newsmaking.html

As teorias da notícia buscam entender e esclarecer o conceito, o papel e o processo de produção da notícia na sociedade. De um modo geral, elas buscam responder às seguintes perguntas:

- Por que as notícias são como são?

- Qual o papel dos jornalistas na produção das notícias?

- Qual o papel do jornalismo na sociedade?

São perguntas que tentam ser respondidas desde que o jornalismo se tornou um campo de estudo. Teóricos de diversas correntes analisaram – e continuam analisando – questões que colocam o jornalismo ora de um lado, ora de outro. Enquanto alguns entendem o jornalismo como um campo aberto capaz de mobilizar todos os agentes sociais, outros pesquisadores defendem que se trata de um campo fechado a serviço da manutenção do status quo, ou seja, do estado atual das coisas.

Depois de muitos estudos realizados ao longo de décadas, foi possível sistematizar as várias teorias que buscam responder às questões acima, mas é preciso destacar, como afirma Pena (2010, p. 9), que “qualquer teoria não passa de um reducionismo”. Teorizar sobre um assunto significa enquadrá-lo sob um determinado ponto de vista, independentemente do método utilizado e dos diferentes conceitos. O resultado de uma pesquisa pode significar uma explicação interessante e plausível sobre uma questão, mas dificilmente responde a problemas mais complexos, ou a conjuntos elaborados e interligados de princípios e proposições. É preciso compreender o relativismo teórico e perceber que as diferentes teorias do jornalismo não se excluem mutuamente.

Vamos partir, em primeiro lugar, de um enfoque normativo sobre o funcionamento dos meios noticiosos, que mostra que a imprensa molda suas notícias de acordo com as estruturas sociais, políticas e econômicas nas quais está inserida. O teórico alemão Michael Kunczik(2002) resgata os estudos desenvolvidos por Siebert, Chramm e Peterson, em 1956, para apresentar as “quatro teorias da imprensa”: a teoria autoritária; a teoria liberal; a teoria do comunismo soviético; e a teoria da responsabilidade social.

A mais antiga é aTeoria Autoritária. Remonta ao surgimento da filosofia estatal do absolutismo no século XVI, período em que o papel da imprensa era o de promover a política do governo e servir ao Estado. Isso levava ao controle e à censura dos meios. A situação se modificou com o Iluminismo, ou a Era da Razão. A maioria dos iluministas associava o ideal de conhecimento crítico à tarefa do melhoramento do estado e da sociedade. O crescimento das liberdades políticas, econômicas e religiosas possibilitou uma inversão no papel da imprensa: ao invés de servir ao Estado, passou a controlá-lo e a buscar a “verdade”. Nesse momento surge a Teoria Liberal, que teve seu apogeu no século XIX. A Teoria Liberal foi a primeira a chamar a atenção para o papel do jornalismo como o “quarto poder” sobre o “livre mercado de ideias”.

Dessas duas teorias surgiram as outras duas. A Teoria do Comunismo Soviético se desenvolveu a partir dos conceitos da Teoria Autoritária porque, segundo ela, a principal função da imprensa é a de apoiar o sistema e o partido socialistas. Os meios, controlados diretamente pelo Estado, são considerados extensões do governo. Não visam o lucro e veiculam notícias nas quais a interpretação é secundária. A Teoria da Responsabilidade Social destaca o fato de que o financiamento comercial do “livre mercado de ideias” trouxe prejuízos ao público, já que considera que a auto-regulamentação e o autocontrole dos meios de comunicação de massa não passam de fantasia. Dessa forma, defende que a imprensa deve ser livre, mas socialmente responsável. Ela tem a função de servir ao sistema político para que haja acesso aos atos públicos, deve informar o público para que ele adote ações autônomas, deve proteger os direitos do indivíduo através da vigilância sobre o governo, deve servir ao sistema econômico através da publicidade, mas precisa preservar sua autonomia financeira.

Foi a partir dessas quatro grandes teorias da imprensa que se desenvolveram os estudos e as demais teorias.

Capítulo 5 - O Jornalismo como Espelho e a Teoria Gnóstica

Fonte: http://www.benoliveira.com/2011/06/teorias-do-jornalismo-teoria-do-espelho.html

A Teoria do Espelho

A Teoria do Espelho foi a primeira que buscou responder por que as notícias são como são, aproximando o jornalismo do método científico. Com origem nos séculos XIX e XX, tem como princípio o fato de que o jornalismo reflete exatamente a realidade, isto é, as notícias são como são porque a realidade assim as determina. A teoria considera que fatos e opiniões são separados por meio de uma linguagem neutra, o que faz do jornalista um mero observador desinteressado do real. Assim, o jornalista é apenas um observador desinteressado que relata os acontecimentos com isenção, equilíbrio, honestidade e de maneira objetiva, sem emitir opiniões e impressões pessoais.

Pena (2010, p.125) resume: “seu dever é informar, e informar significa buscar a verdade acima de qualquer outra coisa”. Nessa tarefa, seguindo a teoria, o jornalista separa fato de opinião.

A Teoria do Espelho surgiu nos Estados Unidos com as mudanças ocorridas na imprensa de 1920. Os fatos deveriam substituir os comentários, pois a palavra reflete a realidade observada tal como ela se apresenta. Nesse mesmo período, a imprensa americana ganha regras e procedimentos narrativos que devem seguir o formato do lead, da pirâmide invertida, evitando a subjetividade. O jornalista passou a ter como objetivo a neutralidade e o poder de síntese na representação do que observava.

Com desenvolvimento da indústria do jornal no século XIX e com as mudanças na imprensa norte-americana no século XX, a busca da objetividade passou a representar o reflexo da realidade pela palavra. O uso do método científico poderia reduzir a subjetividade no texto e a objetividade seria a estratégia de legitimação de um tipo de produto dentro de um campo jornalístico em formação, caracterizado por duas tendências principais: o crescimento e a consolidação da circulação massiva de jornais e a crescente internacionalização das atividades de

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