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A Arte Poética de Horácio

Por:   •  22/12/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.480 Palavras (6 Páginas)  •  1.270 Visualizações

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Arte poética de Horácio

  Por Catarina Carrilho 1º ano Design de Cena

  A obra de Horácio, autor lírico romano, visa expor a suas ideias e preceitos sobre a composição poética, segundo uma epístola escrita aos Pisões (família Pisão que seriam posteriormente os patronos das artes liberais) que, teria a finalidade de lhes proporcionar (a seu ver) os meios para a escrita de uma poesia de qualidade. Esta foi provavelmente a causa do poeta lírico ter escrito uma obra fora da sua zona habitual de trabalho.

 Horácio apresenta uma grande admiração pela civilização grega e pelo seu processo de trabalho e de formação artística que, se caracterizava por uma aprendizagem à maneira grega e que se destacava da romana por ser mais exigente e, ainda que não dispensasse as críticas relativas ao trabalho desenvolvido (neste caso às obras, defendendo que estas deveriam ser avaliadas após a sua conclusão com o prepósito de posteriormente serem alteradas e melhoradas se necessário). Assim Horácio na sua teoria sobre a criação poética aponta alguns problemas comuns referentes à criação poética, tentando ao mesmo tempo transmitir e reforçar a essência da poesia.

  Horácio defende que um poeta tem que dominar certas técnicas e conhecimentos para poder produzir uma boa obra, nomeadamente a sua linguagem e a linguagem poética. Pois apesar do autor acreditar na capacidade inata e natural dos artistas, estes não se devem a elas cingir e limitar, mas sim continuar a tentar progredir e a desenvolver a sua técnica e os aspetos que dominam menos, para que esta possa ser útil e de qualidade elevada.  

  No início da obra o autor convoca a importância da coerência e da ordem na forma do poema através de do uso de metáforas que abrangem as várias áreas artísticas, estabelecendo uma comparação entra a arte poética, a arte da palavra, com as demais artes. Assim através dos exemplos que ilustram claramente (para a altura em causa), pela ausência de coerência e de ordem, obras de má qualidade e até ridículas, mostrando que o mesmo resultado se verifica num livro quando este carece na coerência e concordância nos assuntos tratados. O primeiro assunto tratado nesta obra é em simultâneo o princípio da coerência e da unidade, pois no fundo sem um não se tem o outro, e é importante para Horácio dar atenção a mesma atenção a todas as partes do poema e ao mesmo tempo avaliar o seu o seu prepósito na obra e a forma como todas se encaixam de modo a criar uma ação una e consistente, que tenha um começo um meio e um fim ligados por uma lógica coerente.

  Seguidamente Horácio defende a simplicidade do texto, relativamente ao tema e aos pormenores, pois o facto de prolongar demasiado um certo tema ou assunto ou por outro lado o facto de embelezar demasiado um assunto conciso não é de todo um ponto a favor do artista. Em vez disso o autor defende que os assuntos sejam abordados o mais diretamente possível, sem rodeios ou detalhes a mais. E com isto é invocado o principio da necessidade, que tal como o nome indica, defende que só os assuntos e factos crucias devem ser descritos no poema, pois Horácio, tal como Aristóteles dava menos importância aos poemas longos e épicos. Outro aspeto importante a ser considerando é o arranjo das palavras no texto, e assim defende que os artistas devem apostar em novas frases e criar novos termos e até mesmo se for pertinente novas palavras, ou até mesmo palavras e termos caídos outrora em desuso, de forma a enriquecer o texto, porém aquando da utilização de algum destes aspetos devem sempre ter em consideração a descrição e, o bom senso. E esta noção de bom senso deve também ser aplicada aquando da escolha do metro correto, pois Horácio não estabelece qual o metro que deve ser usado, pelo facto de este defender que tal coisa deveria ser algo que os poetas saibam, tendo em conta que essa é a sua função. No entanto defende ainda que qualquer que seja o metro escolhido, este deve adaptar-se ao tipo de poema, não usando por exemplo o metro heroico (típico de uma tragédia) numa comédia.

  Horácio afirma que a importância do ator para a transmissão das emoções e sentimentos que a obra deve transmitir ao público é crucial. Deste modo fica estabelecido que o ator deve agir e atuar em conformidade com a peça e demonstrar os sentimentos sugeridos por ela quando a estiver a recitar, através de gestos, movimentos, expressões e tonalidades vocais. Do mesmo modo, defende que as personagens icónicas têm de ser respeitadas, apresentando todas as suas características, de modo a que o seu caracter seja representado fidedignamente. Deve também existir uma coerência entre as ações, falas, e os caracteres das personagens com a sua idade, para que jovens não sejam representados como velhos, nem vice-versa. Já no caso de o poeta querer formular e inventar novas personagens nunca antes vistas, deve preocupar-se com a coerência da personagem, ou seja deve formar o seu caracter de uma forma linear.

  Para além disto também é referido um aspeto a ter em conta bastante característico do teatro grego, que se traduz no facto de certas ações não serem representadas em palco, mas sim dadas através de palavras ou mensagens, assim é o caso da violência e da morte, que no teatro da Grécia Antiga, não eram permitidas serem representadas em cena perante o público. Também as obras não devem exceder os cinco atos nem os três atores. Já o coro deve atuar como se de um ator se tratasse e a mesma importância a ele deve ser dispensada.

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