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Roteiro Radionovela Romance a Hora da Estrela

Por:   •  1/11/2015  •  Artigo  •  1.314 Palavras (6 Páginas)  •  9.282 Visualizações

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ROTEIRO - A HORA DA ESTRELA.

Apresentação da obra:

Narrador: O romance A Hora da Estrela é uma obra da brilhante escritora Clarice Lispector, escrita em 1977. Esse importante clássico da literatura brasileira aborda o contato do imigrante nordestino com os grandes centros urbanos. Uma obra com forte cunho político e psicologismo, característica marcante de Clarice.

Narrador: Conheça a história de Macabéa e mergulhe num universo de encontros e desencontros vividos pela protagonista, que apesar da vida sofrida e aparência frágil, terá seu momento de gloria.

CENA 01:

(BARULHO DE RÁDIO CHIANDO E MÁQUINA DE DATILOGRAFIA).

Narrador: Em um dia comum, uma moça de aparência frágil está trancada num escritório mal iluminado. Ela está datilografando algo, um documento a ser entregue ao seu chefe.  Enquanto isso, dois funcionários fazem conferência do estoque.

PEREIRA: Raimundo! (Fale gritando).

RAIMUNDO: Sim senhor.

PEREIRA: Que porcaria é essa? Esse documento está sujo! (fale em tom de irritação).

RAIMUNDO: Foi a nova datilografa, a Macabéa.

PEREIRA: Maca o que? Isso lá é nome de gente?

RAIMUNDO: Foi a única que aceitou um salário tão baixo.

Narrador: Macabéa se aproxima da sala, mas ela é advertida pelo chefe, senhor Pereira.

PEREIRA: Aguarde lá fora, depois o Raimundo fala com você. Vá logo menina, feche a porta.

(BARULHO DE PORTA FECHANDO E PASSOS).

RAIMUNDO: Olha quanta sujeira no papel, desse jeito você será demitida. Lave as mãos antes de trabalhar. (Fale com tom imperativo, porém amável).

MACABÉA: Desculpa o aborrecimento.

Narrador: Neste momento, sem nenhuma delicadeza, ela limpa o nariz na barra da blusa, olha o relógio e vai para casa.

(Melodia Triste)

Narrador: A moça raquítica, de nariz deformado e ombros curvados, perdera os pais quando tinha 2 anos. Macabéa foi morar com uma tia, em Maceió. Uma beata que vivia espancando a menina,

Narrador: Com a morte da tia a moça passou a dividir um quarto com balconistas das lojas Americanas.

Narrador: Macabéa não tinha nenhuma diversão. Sempre acordava cedo aos domingos, pois queria ficar mais tempo sem fazer nada.

(TOCAR MELODIA TRISTE).

CENA 02

GLÓRIA: - Preciso de 80 cruzeiros para resolver o problema.

        - Você não está acreditando? Deu positivo.

        - Sua mulher vai gostar de saber.

- Ok. Te encontro no bar da esquina.

(BARULHO DE TALHERES)

AMANTE DE GLÓRIA: - Aí está o dinheiro.

(BARULHO DE TALHERES E PASSOS).

GLÓRIA: - Você já fez isso antes? (fale com boca cheia de comida)

MACABÉA: - O que?

GLÓRIA: - A-BOR-TO (Fale quase soletrando). Nossa! Então você é virgem! (fale abismada). Quantos anos você tem? (BARULHO DE TALHERES)

MACABÉA: - Fiz 19 anos no mês passado.

GLÓRIA: - Perdi minha virgindade com 15 anos. Sabe quantos abortos já fiz? CIN-CO (FALE QUASE SOLETRANDO).

MACABÉA: - E você não teve medo?

GLÓRIA: - Eu não. Muita gente fala que é pecado, mas não acredito nisso mesmo.

GLÓRIA: - Você é virgem porque é muito desbotada. Devia parar de comer lanche com coca-cola. Tem que comer comida, para ficar com peitinho, bundinha. Assim como eu.

MACABÉA: Ah, eu como porque é barato. Mas o que gosto mesmo é goiabada com queijo.

(MÚSICA DE RÁDIO).

CENA 03

Narrador: Após arrumar uma desculpa para não ir trabalhar, Macabéa aproveita o tempo vago para passear, e ao entardecer encontra um rapaz, fazendo pose e arrumando os cabelos para uma foto.

Eles trocam olhares e neste momento começa a chuva. (BARULHO DE CHUVA DURANTE TODA A CENA 03).

Ele com seu sotaque cantante de nordestino, chegou perto da moça e perguntou:

OLIMPICO: - E se me desculpe, senhorita, posso convidar a passear?

MACABEA: - Sim.

OLIMPICO: - E se me permite, qual é mesmo a sua graça?

MACABEA: - Macabea.

OLIMPICO: - Maca – o que?

MACABEA: - Bea.

OLIMPICO: - Me desculpe, mas até parece nome de doença, doença de pele.

MACABEA: - Também acho esquisito, mas foi minha mãe que botou ele por promessa.

Narrador: Sem saber como se passeia, eles andavam sob a chuva grossa e paravam de frente as vitrines das lojas. Macabea com medo do silêncio, disse ao seu recém-namorado:

MACABEA: - Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?

(BARULHO DE CHUVA E MELODIA NOSTALGICA).

CENA 04

(BARULHO DE CHUVA DURANTE TODA A CENA)

Narrador: Já no terceiro encontro, chovia novamente, e irritado o rapaz dispara:

OLIMPICO: Você só sabe mesmo é chover!

MACABEA: Desculpe.

Narrador: Ela já o amava e por fim perguntou o seu nome.

OLIMPICO: Olímpico de Jesus Moreira Chaves.

Narrador: Lógico que ele havia mentido. Apenas era Olímpico de Jesus, mas queria impressionar.

(Melodia triste)

Narrador: Eles conversavam sobre assuntos do passado: farinha, melado, carne do sol. Ela pensava nos dois casados e ele em ficar rico.

Narrador: Assim como Macabea, Olímpico também era uma vítima do sistema, mas diferente dele, ela era inocente.

CENA 05

MACABEA: A rádio relógio diz que dá a hora certa, cultura e anúncios. Que quer dizer cultura?

OLIMPICO: Cultura é cultura.

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