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A SAÚDE MENTAL E O CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS) II

Por:   •  31/3/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.714 Palavras (7 Páginas)  •  174 Visualizações

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SAÚDE MENTAL E O CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS) II

RESUMO

Este artigo tem por objetivo sistematizar algumas reflexões suscitadas sobre a saúde mental, sua trajetória histórica seus desafios, ressaltando, a importância do Centro de Atenção Psicossocial ( CAPS) II. Constatou-se que houve muitas conquistas e um grande progresso nesse segmento, porém, ainda existem grandes barreiras a serem superadas, como é o caso do preconceito, nesse sentido é necessário que o estado atue com o intuito promover a inserção social dos que possuem transtorno mental, visando sempre a qualidade de vida e o convívio social desses indivíduos. Foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica, na qual foram empregamos leituras de livros e artigos, além disso, foi utilizada a entrevista como técnica de coleta de dados e foram realizadas discussões a respeito deste tema.

Palavras-chave: Saúde mental. Desafios. Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) II.

1 .INTRODUÇÃO

O tema saúde mental se torna complexo pois, existe uma visão deturpada em relação ao mesmo. Acredita-se que as pessoas portadoras de transtorno mental são doidas e irão precisar usar camisa de força, tomar remédios fortes e etc. Nesse sentido essas pessoas acabam sendo marginalizadas pela sociedade.

 No Brasil, por muito tempo o tratamento da pessoa com transtorno mental foi por meio do modelo hospitalocêntrico, no qual existiam ações que reforçavam o preconceito, a estigmatização e o isolamento social. Com o passar dos anos e transformações começaram a acontecer, fazendo surgir um novo modelo que preconiza uma atenção em saúde articulada à perspectiva de liberdade e cidadania.

Objetivo desse trabalho é trazer uma reflexão crítica a respeito da saúde mental, debater a respeito das concepções preconceituosas, com intuito de remediar os desafios enfrentados por esse viés.

  1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A pouco tempo, passou-se a denominar loucura como doença mental. Antes da medicina iniciar sua atuação nessa área, loucura foi vista como manifestação sobrenatural motivada por deuses e demônios entre outras coisas. Ademais, esse viés sofria grande influência de ideologias religiosas.

A História da Loucura mostra que a associação à doença somente foi feita no século XIX, com a construção do conceito de doença mental pela psicopatologia geral positivista e da criação do asilo psiquiátrico. Após a revolução francesa, quando já não mais se justificava o sequestro do louco e sua mistura com todo tipo de comportamento desviante surge, através de medidas judiciais, o asilo psiquiátrico. A história da loucura, assim contada, atribui a sociedade, altamente produtiva, à criação do louco, do marginal, que em nosso imaginário se apresenta como uma figura agressiva e amedrontadora (DESVIAT, 1999).

Os indivíduos que sofriam de doenças mentais, por estarem fora dos padrões morais, eram excluídos da sociedade, ficavam confinados e as vezes até acorrentados em grandes asilos e hospitais destinados a todos indesejáveis daquela época. O tratamento exercido em manicômios ou hospitais, fundamentando-se principalmente na reeducação dos alienados, no que tange as normas e condutas morais. De acordo com Foucault (1997, p.48).

A prática do internamento, no começo do século XIX, coincide com o momento no qual a loucura é percebida menos em relação ao erro do que em relação à conduta regular e normal; no qual ela aparece não mais como julgamento perturbado, mas como perturbação na maneira de agir, de querer, de ter paixões, de tomar decisões e de ser livre.

Apesar de ter ocorrido uma melhora no tratamento das pessoas com transtorno mental, por conta da reforma promovida por Philipe Pinel, ainda havia muitos pontos negativos nesse tratamento.

Durante o século XIX os hospícios aumentaram e começaram a abrigar em um espaço pessoas marginalizadas (criminosos, mendigos, pessoas portadoras de deficiência) com doentes mentais, o tratamento que ambos recebiam dos profissionais lotados nestas Instituições era de forma desumana, imoral. A função mais remota era de recolher os loucos, juntamente com outras minorias, isolando-os em edifícios antigos mantidos pelo poder público ou por grupos religiosos (RAMMINGER, 2002).

A partir do século XX, se iniciou a luta antimanicominal tendo como um dos seus principais percursores, o psiquiatra italiano, Franco Basaglia. E foi fortemente marcada pela defesa dos direitos humanos e a recuperação da cidadania dos portadores de doenças metais. Esse movimento se espalhou por todo mundo e também chegou no Brasil,

No Brasil as condições dos que carregam doenças mentais se assemelhavam aos demais países. “Ao fim da década de 1950, a situação era grave nos hospitais psiquiátricos: superlotação; deficiência de pessoal; maus-tratos grosseiros; falta de vestuário e de alimentação; péssimas condições físicas; cuidados técnicos escassos e automatizados” ( MINAS GERAIS,  2006)

Um grande retrato desse quadro de moléstia era o estado de Minais Gerais que possuía altos índices de pessoas internadas em manicômios, que viviam em condições desumanas.

A partir anos 70, se iniciaram as reformas na psiquiatria, no Brasil, que foram influenciadas pela reforma italiana, que tinha como ideias que “quando dizemos não ao manicômio, estamos dizendo não à miséria do mundo e nos unimos a todas as pessoas que no mundo lutam por uma situação de emancipação” (BASAGLIA, 1982, p. 29).

Com a Reforma Psiquiátrica houve um avanço significativo da qualidade de vida daqueles que sofrem com algum transtorno mental.

Conforme defendido por Amarante (2003, p.58) a Reforma Psiquiátrica visa “construir um novo espaço social para a loucura”, não é mais sobre, apenas fornecer um tratamento adequado para os portadores de transtornos mentais, mas, sim sobre criticar e promover mudanças nas práticas da psiquiatria tradicional, e nos outros âmbitos sociais”.

Em 1989, prosseguindo com a Reforma Psiquiátrica foi elaborado o Projeto de Lei do Deputado Paulo Delgado, que somente depois 12 anos de tramitação no Congresso Nacional foi sancionada. Com o intuito de regulamentar os direitos das pessoas com problemas de saúde mental e sua aprovação proporcionou efetivamente a expansão dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

O CAPS é disponibilizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para oferecer um atendimento para pessoas que sofrem de transtornos mentais, psicoses, neuroses graves, dependentes químicos entre outras patologias psiquiátricas. Esta instituição busca realizar algo novo no tratamento da saúde mental, foi criada para combater os antigos manicômios. Com o objetivo de promover a recuperação dos doentes mentais e a sua reinserção na sociedade através de um trabalho e conjunto com família.

No município de Barcarena – PA há um CAPS na modalidade CAPS II. Que iniciou dia 12 de julho de 2010 para atender a demanda de sua área de abrangência. Está entidade visa, não apenas tratar através de um acompanhamento médico, e clinicar através de drogas controladas, mas também de estimular a integração dos pacientes com a sua família e a comunidade.

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