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Atividade Pos Libras

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Por:   •  9/10/2013  •  1.293 Palavras (6 Páginas)  •  521 Visualizações

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“TEORIA DA LINGUÍSTICA APLICADA”

Como aplicação da Lingüística, visando a construção de uma Teoria de Ensino de Língua, há exemplos abundantes no exterior e dentro do Brasil. Nesse paradigma, Gomes de Matos (1980) afirma que a LA tem como objetivo a aplicação de princípios, técnicas e resultados das investigações teóricas sobre as línguas para a solução de problemas educacionais e sócio-culturais. Segundo essa concepção, a LA teria aproximadamente 25 anos no Brasil em 1990. Entende-se que, a LA no sentido de ciência aplicada auto-consciente, preocupada em encaminhar soluções sistemáticas para questões reais de uso de linguagem, tem uma história bem mais recente no Brasil. É interessante também notar a diferença dos termos ciência para este autor, e científica para Gomes de Matos (1980). Para esse último a LA é científica porque tem a ciência da linguagem como sua base subjacente. Portanto, a LA é científica na medida em que definiu seu objeto de pesquisa, nomenclaturas e procedimentos explícitos de pesquisa.

Não são as várias ciências de contato da LA, como a Psicologia, a Sociologia, a Antropologia, a Estatística ou a Lingüística que lhe conferem cientificidade, portanto. Elas podem até contribuir com conceitos e modelos, mas o critério final de relevância científica das contribuições será sempre o de um paradigma da própria LA, que desenvolve procedimentos tendo em vista problemas construídos de uso de linguagem na prática que tenhamos à mão.

Na Europa e nos Estados Unidos, onde a Lingüística Aplicada tem uma história mais longa de etapas vencidas, o campo de investigação da LA tem sido freqüentemente interpretado como o outro lado da Lingüística. Buckingham e Eskey (1980), por exemplo, afirmam que a Lingüística e a LA precisam uma da outra, no sentido de que a LA precisa de teoria e os teóricos (isto é, os lingüistas) precisam testar as suas teorias nas aplicações. Num paralelismo com a famosa distinção de Chomsky entre competência e desempenho, esses autores sugerem que aos lingüistas caberia o estudo da linguagem enquanto sistema e aos lingüistas aplicados caberiam as tarefas de comportamento lingüístico. O que não fica resolvido é se basta teoria lingüística para resolver problemas reais compreendidos em comportamento lingüístico. Outros autores, como Anthony (1980), vêem LA como aquela porção do corpo de conhecimento acumulado chamado Lingüística que os praticantes de uma outra disciplina acham útil no desempenho do seu trabalho. Essa é a clássica concepção de LA como aplicação de Lingüística e nela há uma limitação natural, por força mesmo da posição epistemológica que a sustenta como veremos adiante.

Nos seus primórdios e até hoje, em alguma medida, a LA tem sido interpretada também como sinônima de Teoria de Ensino de Línguas. Campbell (1980), nesse sentido, afirma que a tarefa do lingüista aplicado se resume na definição das relações ou ligações entre teorias (visões, pressupostos) sobre a natureza da linguagem e o estabelecimento das condições otimizadas de ensino e/ou aprendizagem de línguas.

Lingüística Aplicada é, pois, um termo que tem merecido múltiplas interpretações. Assim, embora a palavra aplicada possa erroneamente induzir o leitor não especializado a imaginar que se trate de disciplina preocupada exclusivamente com a prática de língua, ou seu ensino e aprendizagem, nada seria tão improcedente. A LA está visceralmente ligada à pesquisa científica para evoluir no terreno teórico. O corpo de teoria que a LA vai gradualmente constituindo em forma de modelos e paradigmas permite ao lingüista aplicado usufruir de uma compreensão abrangente e articulada do mundo de usos de linguagem em que precisamos viver.

Como campo de investigação, é claro que há muitas maneiras (e quase todas úteis) de como iniciar a caracterização e definição de LA. Uma primeira maneira de entender LA seria observar os problemas ou tópicos que se transformaram em objetos de seu estudo e interpretação. Outra maneira de compreendê-la, seria examinar os seus fins ou objetivos.

A LA pode, como vimos, ter o sentido de aplicação de Lingüística. Nessa acepção, talvez nem houvesse necessidade de pesquisa em Lingüística Aplicada. Bastaria, quem sabe, separar o item rigorosamente escrito e/ou explicado lingüisticamente e aplicá-lo a alguma atividade prática. Nesse caso, quanto mais lingüista fosse o lingüista aplicado, tanto melhor aplicador ele seria. Ou por outra, para ser um bom lingüista aplicado, seria necessário e suficiente um forte embasamento teórico em Lingüística. Por esse raciocínio, quando o lingüista aplicado e o lingüista trabalham em uma mesma instituição, próximos um do outro, não seria incomum um sentimento de superioridade acadêmica de parte do lingüista teórico, que detém conhecimento científico primário. Isso se justificaria pelo fato do lingüista aplicado não ser um lingüista igual. A aceitação desse próprio pressuposto pelo lingüista aplicado pode levá-lo a um sentimento de inadequação teórica e, finalmente, a um indisfarçado sentimento de inferioridade.

Como se vê, a pressuposição do que implica ser lingüista aplicado pode não ser absolutamente neutra ou indiferente em termos de atitudes ou sentimentos acadêmicoprofissionais. Dentre os lingüistas aplicados que se dedicam

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