Cultura Um Conceito Antropológico de Roque de Barros Laraia

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

DISCIPLINA: SOCIOANTROPOLOGIA

PROFESSORA: NAYRA JOSEANE E SILVA SOUSA

RESUMO

“CULTURA: UM CONCEITO ANTROPOLÓGICO”

DE ROQUE DE BARROS LARAIA

                                                                                             

                                                                                               

Wellington Demes Coelho de Sousa

TERESINA – PI

2019

RESUMO

“Cultura: uma conceito antropológico” de Roque de Barros Laraia

Publicado em 1986, Roque de Barros Laraia reúne citações de diversos autores e teorias de diferentes filósofos e sociólogos em seu livro “Cultura: um conceito antropológico” para debater o conceito, a história e os desdobramentos de cultura na sociedade. Em pouco mais de 100 páginas, o autor expõe e contrapõe, em uma primeira parte, definições passadas de cultura ao longo da história até autores contemporâneos e, numa segunda parte, a sociedade se comporta e é influenciada pela cultura.

O primeiro conceito apresentado por Laraia é o determinismo biológico, no qual consiste em defender que a biologia é responsável por determinar o comportamento dos seres humanos. Essa teria, entretanto, é questionada e refutada pelo autor, que defende o conceito de endoculturação, ao afirmar que “um menino e uma menina agem diferentemente não em função de seus hormônios, mas em decorrência de uma educação diferenciada”. Dessa forma, entende-se que o comportamento é moldado através do aprendizado e que qualquer indivíduo normal pode ser educado em qualquer cultura.

Em seguida, o autor explana sobre o determinismo geográfico, outra teoria refutada que consiste em defender a influência do ambiente local sobre a diversidade cultural. Como argumento, o autor exemplifica diferentes culturas de diferentes povos coabitando o mesmo ambiente.

Laraia, então, inicia o processo de definição de cultura ao citar o autor Edward Tylor, que acreditava em etapas de desenvolvimento da cultura e a descreve como um “complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”. Como contraponto, o autor do livro também cita autores, como Stocking e Boas, que citavam a importância do relativismo cultural, em qual cada cultura opera dentro de sua própria história e que “cada cultura segue os próprios caminhos em função dos diferentes eventos históricos que enfrentou”.

Para concluir a primeira parte do livro, o autor levanta algumas proposições e o debate sobre qual seria a origem da cultura. Ao afirmar que “não existiria cultura se o homem não tivesse a possibilidade de desenvolver um sistema articulado de comunicação oral”, ele adianta uma das teorias mais relevantes sobre o criação da cultura. Diversos autores acreditam que ela pode ter surgido a partir do desenvolvimento do cérebro, do desenvolvimento das habilidades manuais, na formulação da primeira regra ou com o surgimento dos primeiros símbolos na sociedade.