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Da Idéia De Universidade à Universidade De Idéias

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Por:   •  6/5/2013  •  3.340 Palavras (14 Páginas)  •  931 Visualizações

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Da Idéia de Universidade à Universidade de Idéias

A sociedade cobra cada vez mais das Universidades e o Estado restringe , cada vez mais as políticas de financiamento, e a Universidade não parece preparada para tais desafios. Os aspectos da universidade atual é discutido e relatado propostas para uma nova universidade. É uma crítica construtiva à postura da universidade frente às necessidades sociais e políticas atuais.

I. Os Fins sem Fim

Karl Jaspers definia a missão da universidade como “ o lugar onde por concessão do Estado e da Sociedade uma determinada época pode cultivar a mais lúcida consciência de si própria.

Alguns objetivos da universidade tradicional estão implícitos: conhecimento superior, isolamento, produção de ciências. Partindo da afirmação de Jaspers que a missão eterna da universidade é a busca da verdade, os objetivos da universidade na civilização ocidental são: Investigação, Centro de cultura, Formação integral (transmissão da verdade).

A idéia de universidade uma vinculada à unidade do conhecimento.

A universidade tradicional tinha as seguintes funções: transmissão da cultura,ensino das profissões,investigação cientifica,educação dos “novos homens das ciências”.

A partir de 1960, tendo em vista a transformação do contexto social e consequentemente da sociedade, a universidade passa a ter as funções de ensino, investigação e prestação de serviços.

As políticas universitárias geraram para a universidade uma multiplicidade de funções que culminaram com o aumento da população estudantil e do corpo docente, uma proliferação de universidades, expansão do ensino e da investigação universitária a novas áreas do saber.

Em 1987 a OCDE expandem as funções da universidade à: educação geral pós secundária, investigação,fornecimento de mão de obra qualificada,educação e treinamentos altamente especializados,fortalecimento da competitividade e da economia, mecanismo de seleção para empregos de alto nível através decredenciamento,mobilidade social para os filhos e filhas das famílias operarias,prestação de serviços à região e à comunidade local,paradigmas de aplicação de políticas nacionais,preparação para os papeis da liderança social.

É certo que, diante de tantas funções que foram atribuídas à universidade, contradições e incompatibilidades fossem identificadas entre algumas destas novas atribuições. A função de investigação colide com a função do ensino. No domínio da investigação, os interesses científicos dos investigadores podem ser mais insensíveis em fortalecer a competitividade da economia.No domínio do ensino, os objetivos da educação geral e de preparação cultural colidem no interior da mesma instituição, com os da formação profissional ou da educação especializada.As universidades, longe de tratar as causas das tensões, atuam apenas como gestora das tensões com o foco de mantê-las sob controle. Em gestão de tensões tem sido particularmente problemática em três domínios:

Primeiro, contradição entre a alta cultura e a cultura popular, que se traduz nos níveis de conhecimento difundidos ou disseminados na universidade, a saber: cultura e conhecimento destinados à formação das elites,cultura e conhecimento médios e úteis destinados à tarefa de transformação social e formação de força de trabalho qualificada para o desenvolvimento industrial

Segundo, hierarquização dos saberes especializados, o que confronta com as políticas sociais da democratização e igualdade de oportunidades

E por último, autonomia das universidades na definição de valores e objetivos institucionais e a necessidade de submeter-se aos critérios de eficácia e produtividade de origem e natureza empresarial.

A contradição entre o conhecimento de alto nível e o conhecimento funcional leva a uma

crise de hegemonia.A contradição entre a hierarquização e democratização gera

a crise de legitimidade.A contradição entre a autonomia institucional e a produtividade social gera a crise institucional. Assim, a universidade tende a submeter-se a modelos organizativos vigentes de outras instituições, de caráter mais eficaz.

A crise da hegemonia

O modelo de universidade do século XIX e as exigência sociais trazem as seguintes dicotomias: alta cultura e cultura popular,educação e trabalho,teoria e prática.No século XIX, o modelo de universidade era o modelo alemão, o qual tinha as seguintes características:- produção exemplar- excelência nos produtos culturais e científicos- criatividade da atividade intelectual- liberdade de discussão- espírito crítico- autonomia- Universalismo de objetivos.A Universidade era uma instituição isolada, de grande prestigio social e imprescindível para a formação das elites.É este o modelo que se contrapõe as exigências sociais do conhecimento médio e técnico para o desenvolvimento econômico e social.

Alta cultura-cultura popular

Alta cultura: é uma cultura–sujeito, ou seja, oriunda do conhecimento cientifico e a universidade é o centro desta cultura.Cultura-popular: é uma cultura-objeto, ou seja, é construída através das ciências emergentes, do folclore, o que é convertido em ciências universitárias e denominado cultura de massas.

O processo de democratização da universidade acentuou a dualidade entre a universidade de elite e a universidade de massas, ou seja, “traduziu-se na diferenciação-hierarquizada entre universidades e estas outras instituições de ensino superior”.A explosão de cursos, de vagas e de universidades geraram deficiência na educação, inclusive na formação de professores, que levam ensino deficiente a estas instituições.Este cenário traçado a partir dos anos 60 , trouxe a tona a degradação da produção cultura nas universidades e no anos 80, houve uma forte tendência para elitizar novamente a universidade, com prevalência da alta cultura.Verifica-se do exposto que a transformação das funções da universidade a partir de 1960 buscou primeiramente atender às exigências sociais, o que culminou com o surgimento das universidades voltadas para cultura de massas; depois, talvez por entender que o modelo aplicado gerou contradições entre os objetivos tradicionais da universidade e a aclamação social, tentou-se retornar ao passado,buscando a alta cultura e o seu isolamento .

Educação-trabalho

A

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