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Evasão Nos Cursos De EAD

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Por:   •  24/9/2012  •  4.811 Palavras (20 Páginas)  •  1.341 Visualizações

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EVASÃO NOS CURSOS DE EAD: MITO OU REALIDADE?

Carlos Roberto Castilho

Curso de Pós-graduação em EAD

Polo de Pouso Alegre, MG

Orientadora: Marília Godinho Hokama

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo analisar os principais aspectos que envolvem a evasão de alunos dos cursos superiores na modalidade a distância no Brasil. De fato, este é um tema importante e recorrente nas discussões acadêmicas não apenas do Ensino a Distância (EAD), mas também na educação em geral. O presente estudo constitui-se numa pesquisa exploratória e tem como pilar a prospecção de conceitos, dados e informações de autores diversos e, também, as estatísticas oficiais disponíveis. Na medida do possível, o trabalho procura contextualizar o tema numa perspectiva contemporânea, uma vez que o fenômeno do crescimento da EAD no Brasil é bem recente, pois está associado às modernas tecnologias da informação.

Palavras-chave: EAD, evasão escolar, educação superior.

INTRODUÇÃO

O Ensino a Distância (EAD) no Brasil tem experimentado vertiginoso crescimento nos últimos anos, especialmente com o advento das modernas tecnologias da informação que eliminaram as antigas barreiras do tempo e do espaço e, também, com o amparo legal, através da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996, que deu legitimidade e incentivo à prática desta modalidade de educação.

O Ensino a Distância é uma modalidade de educação muito apropriada para o Brasil porque constitui-se em importante fator de inclusão de cidadãos que concluíram o ensino médio, mas não têm condições de frequentar uma instituição de ensino superior que atue no formato presencial. Os fatores preponderantes desta inclusão estão relacionados à indisponibilidade de tempo para freqüentar uma faculdade todos os dias, às dificuldades de locomoção e ao custo praticado pelas instituições particulares de ensino superior, uma vez que os preços das mensalidades dos cursos a distância são substancialmente menores por causa da economia de escala que as instituições desta modalidade de ensino têm.

A despeito dessas considerações, uma questão de significativa importância impera nas discussões acadêmicas da gestão da EAD que é a evasão de alunos dos cursos superiores, embora, ao que tudo indica, deveria haver muito mais estudos sobre este tema, pois há certas controvérsias sobre dados tornados públicos.

Os autores que têm tratado deste tema, relacionam a evasão a diversos fatores que vão desde a dificuldade financeira por causa, por exemplo, da perda do emprego do aluno, até o simples desinteresse imotivado do aluno em continuar o curso.

O presente estudo, em suma, respaldado na pesquisa bibliográfica, tem por objetivo abordar a temática da evasão de alunos de faculdades que atuam na modalidade de educação a distância, procurando identificar a extensão do problema e as principais razões que levam o aluno a abandonar o curso que iniciou, muitas vezes até com empolgação.

1. A IMPORTÂNCIA E O CRESCIMENTO DA EAD NO BRASIL

A importância e o crescimento da EAD no mundo e no Brasil podem ser diretamente relacionados a um único fator: a Internet. De acordo com Mill (2010, p.7), “antes da Internet, o foco da crítica à EAD em termos de interatividade estava nos longos tempos de pergunta-resposta em função do espaço/distância entre aluno e professor”. Portanto, com o advento da Internet, o Brasil, país de dimensões continentais, passou a ter na EAD uma nova opção de inclusão de pessoas no ensino superior.

Referindo-se ao impulso que a Educação a Distancia obteve na última década no Brasil, Mill (2010, p. 7) afirma que “o atual estágio de desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação trouxe consigo boas perspectivas de formação pela modalidade de educação a distância”.

Para Sales (2010, p. 1) “a Educação a Distância vem crescendo, cada vez mais, no Brasil e se tornando uma boa opção para quem busca uma graduação ou especialização, e a tendência é de expansão”. Esta autora sustenta sua afirmativa com base em estatísticas da Associação Brasileira de Ensino a Distância (ABED) que divulgou, em abril de 2009, os números de 2008 com o registro de 2,64 milhões de estudantes brasileiros nesta modalidade de ensino, nos 1.752 cursos distribuídos pelo país.

Grumbach (2002, p. 1) defende a adoção da EAD no Brasil sustentando que “num país pobre como este em que vivemos, apesar de o investimento financeiro para produção de materiais e implementação de cursos a distância ser muito alto, o custo médio é mais barato do que os métodos convencionais”. Esta autora procura, também, desmantelar o estigma que paira sobre a educação a distância ao afirmar que:

É preciso que se desmitifique a EAD, divulgando-a cada vez mais, de forma a explicitar suas características e suas vantagens. Desta forma, as pessoas podem a entendê-la melhor e aceitá-la como uma metodologia de ensino que promove a igualdade de oportunidades por permitir que qualquer um estude nas horas de sua conveniência; em locais que lhes convêm, não gastando tempo e dinheiro em locomoção; sem falar que o estudo é muito objetivo e a aprendizagem muito eficiente por conta de materiais de alta qualidade, disponibilizados a todos eqüitativamente (GRUMBACH, 2002, p.1).

De acordo com Moran (2010), o Brasil se encontra numa fase de consolidação da EAD, cujo crescimento é expressivo e sustentado. Este autor argumenta que o Brasil é um país que aprende rápido e os modelos de sucesso são logo imitados. A adaptação do Brasil às modernas tecnologias é tão ligeira que o país passou de importador de modelos de EAD para desenvolvedor de novos projetos. Moran (2010) explica também que o crescimento rápido da EAD no Brasil se deu em função da demanda reprimida de alunos não atendidos pelo sistema convencional, especialmente por causa de fatores econômicos e, também, em virtude da legalização do ensino superior na modalidade a distância pela LDB.

Giolo (2008) interpreta a evolução da EAD no Brasil na última década:

A educação a distância (EaD) tem, no Brasil, uma história curta, sob o ponto de vista de sua participação na oferta de cursos regulares. A LDB de 1996 desencadeou o processo, mas ele só se estruturou

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