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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E TEÓRICO-METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL

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Por:   •  26/7/2014  •  3.047 Palavras (13 Páginas)  •  474 Visualizações

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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E TEÓRICO-METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL

A partir da década de 40 do século XX, os novos profissionais procuraram um aprimoramento técnico e metodológico, tendo como fundamento as Ciências Sociais e, com elas, a visão funcionalista americana foi absorvida pelo serviço social brasileiro. Amplia-se a influência norte-americana na América Latina e no Brasil, a partir do segundo pós-guerra se expande, principalmente através de uma ideologia de planejamento e desenvolvimento econômicos, e que faz recuar a influência européia.

Esta influência norte-americana se dá também na profissão, com a incorporação das teorias estrutural-funcionalistas e das metodologias de intervenção, especificamente os métodos de Serviço Social de Caso, Serviço Social de Grupo, Organização de Comunidade e, posteriormente, Desenvolvimento de Comunidade.

Serviço social de casos: “Processo pelo qual se desenvolve a personalidade, através de ajustamentos realizados conscientemente entre os indivíduos e seu meio.” (Mary Richmond).

Pode ser definido como a arte de ajudar as pessoas a ajudarem-se a si mesmas, cooperando com elas a fim de beneficia-la e, ao mesmo tempo, à sociedade em geral.

Outra definição ressalta que o problema é essencialmente do cliente e que, portanto, está ele envolvido ativa e responsavelmente na sua solução.

Serviço social de grupo: “É um método do Serviço Social que auxilia os indivíduos a melhorar-se no seu funcionamento social através de específicas experiências de grupos e a se defrontar mais eficientemente com seus problemas pessoais, do seu grupo e da sua comunidade.” (Konopka).

Serviço social de comunidade: Penetrou no Brasil em decorrência do movimento provocado por organizações internacionais e de uma política nacional – ambos interessados na expansão do sistema capitalista e na modernização do meio rural – sendo a bandeira da educação de adultos, desfraldada como grande estratégia para tais propósitos.

“Devemos educar os adultos para que o país possa ser mais coeso e mais solidário” (Lourenço Filho, Ministro Educação)

A preocupação do Serviço Social brasileiro com o Desenvolvimento de Comunidade atrela-se a um movimento de âmbito internacional, deflagrado oficialmente pelas Nações Unidas e referendado por inúmeros organismos interessados na expansão da ideologia e do modo de produção capitalista.

Reproduzindo as características americanas da Organização Social da Comunidade, centra sua estratégia na obra social concebida esta como “uma estrutura através da qual um grupo de indivíduos procura, sem idéia de remuneração ou lucro, solucionar e prevenir problemas , educar indivíduos e grupos e promover o bem-estar da comunidade”.

A conceitualização sobre organização de comunidade revela uma perspectiva profundamente funcionalista no trato da questão social e o seu desenvolvimento.

A identificação das necessidades e a alocação de recursos reduzem a questão social a problemas técnicos, construindo, a partir deles, uma fórmula central que contempla múltiplas variantes de intervenção profissional.

Este modelo de formação profissional sustenta sua interpretação do desenvolvimento como resultante das capacidades individuais e culturais, a partir de numa visão harmônica da sociedade, e concentrando-se no estudo do comportamento dos indivíduos, tendo o empirismo como tendência dominante, em que a atuação profissional exigiria ênfase na instrumentalização técnica, com a valorização do método, deslocando-se o eixo teórico de influência do neotomismo para pressupostos funcionalistas da sociologia.

Pautando-se por uma ação racionalizadora no enfrentamento dos problemas sociais, tem grande importância a sistematização das atividades na prática profissional, como o plantão, a triagem, acompanhamentos, aconselhamentos, distribuição de auxílios, socialização, através dos grupos e engajamento em equipes multiprofissionais.

O desenvolvimentismo é amplamente difundido nos países latino-americanos, iniciando-se um programa de cooperação técnica e financeira para com estes por meio da ONU e do governo norte-americano, por conta da preocupação destes com os riscos sociais que os países subdesenvolvidos poderiam trazer para a ordem socioeconômica do capitalismo no continente.

Neste período o chamado Desenvolvimento de Comunidade (DC) toma impulso, sua proposta pauta-se no estímulo a correção das disfuncionalidades engendradas pelo sistema capitalista, sendo então instrumento ideológico para integração da população pobre à ordem social capitalista.

No decorrer deste processo (Governo JK) os profissionais do Serviço Social participam deste movimento, inserindo-se em programas de DC em todo o país, sendo que neste período temos também o desenvolvimento da profissão, tento quantitativa quanto qualitativamente através do aumento do número de escolas e abertura de novos espaços ocupacionais, como nas pequenas prefeituras, indústrias e também com requisição de atuação em coordenação e administração de programas sociais que passam a ser desenvolvidos em diferentes áreas.

Já nos anos 60 a proposta governamental direcionava-se no sentido de superação do subdesenvolvimento do Brasil, em sua marginalização concorrencial no sistema capitalista mundial e pobreza generalizada; tal superação se daria por meio da aceleração econômica com o investimento na indústria pesada e abertura ao capital internacional.

Este é um período em que a profissão toma novos rumos, em termos teórico-metodológicos, direcionando sua ação, por um lado, para os desajustamentos psicossociais, muito influenciados pela prática norte-americana; por outro lado, ampliam-se a abordagem grupal e comunitária.

No plano político vive-se uma conjuntura de maior participação política e radicalização de lutas sociais, momento em que a inserção de alguns assistentes sociais (mais engajados) nos projetos de DC se dá pelo viés das transformações estruturais, num período de reivindicações por reformas de base (Governo João Goulart).

Em meio ao agravamento da questão social e crescimento dos níveis de empobrecimento da população trabalhadora, acirra-se o debate e a mobilização política, os discursos se radicalizam e novos atores sociais entram em cena: partidos, sindicatos, movimento sociais.

O Serviço Social não fica alheio a este processo e passa por inflexões que levam a um movimento inicial de crítica ao viés assistencialista e integrador das práticas tradicionais

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