Fichamento - Raquel Rolnick- A Cidade E A Lei
Trabalho Universitário: Fichamento - Raquel Rolnick- A Cidade E A Lei. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: bbelorte • 15/6/2014 • 939 Palavras (4 Páginas) • 891 Visualizações
Fichamento -Raquel Rolnick
O proletariado virtual
Bairros como Brás, Mooca, Água Branca, Lapa etc. cresceram marcados por uma paisagem de fabriquetas, casebres, vilas e cortiços. Por se encontrarem perto das linhas ferroviárias e pelo seu baixo preço devido aos terrenos insalubres, desenvolveu-se um parque industrial paulistano.
A maior parte destes estabelecimentos eram pequenos e a condição do emprego de fábrica regular e assalariado era baixo.
A política imigrantista da burguesia cafeeira favoreceu o crescimento da população desempregada. Fora isso a crise financeira da Primeira Republica atingiu a produção fabril, fechando alguns estabelecimentos e consequentemente, diminuindo o emprego. Tal fato ocasiona a persistência de salários baixos, a necessidade de toda a família compor rende e a proliferação de trabalhos por conta própria.
A maior parte das famílias imigrantes pobres, a rua e o espaço doméstico eram lugares de produção. Nos fins do séc. XIX e começo do séc. XX observa-se a predominância de pequenas ocupações autônomas e do trabalho informal. Setores incluídos na chamada economia invisível, oculta, submersa, paralela, não oficial.
Assim, nos fundos de quintais funcionavam alfaiatarias, ateliês de pintura, marcenarias etc. Eram negócios tocados pelo próprio dono e auxiliados pelo grupo familiar. Esse empreendimento familiar definia uma multifuncionalidade no espaço da casa e do quintal. A mulher sempre complementava a renda com a produção de doces e quitutes caseiros, ou costurando, isso quando não saiam para trabalhar como faxineira nas casas burguesas.
Outra estratégia para aumentar a renda era o aluguel de casas ou cômodos.
O espaço não regulado como renda: nasce o subúrbio popular
Bairros como Bom Retiro, Lapa e Brás, que se transformaram em subúrbios populares, eram constituídos por chácaras. A partir do loteamento delas, constituiu-se pequenos núcleos urbanos que se ligavam ao centro da cidade, atravessando grandes vazios.
O Brás era uma região bastante procurada para chácaras e já possuía um núcleo urbano desde o séc. XVIII. Porém era essencialmente rural. Quando em 1877 foi atravessado pela estrada de ferro Norte, houve um processo de ocupação mais intensa da região. Loteou-se chácaras para a implantação de indústrias e residências. Assim instalou-se manufaturas de massas, móveis, funilarias e fábricas de tecidos.
Imigrantes italianos instalaram-se no Brás pela facilidade de transporte, oportunidades de trabalho e baixo preço dos terrenos considerados insalubres devido as inundações. Dessa forma o Brás tornou-se um dos primeiros subúrbios populares.
Além do mercado imobiliário, atuava nos subúrbios outro tipo de investidor: as indústrias. Os empreendimentos se vendiam como um modelo de cidade industrial, como exemplo temos a Vila Prudente (que na verdade não deu certo), uma vez que a Light não quis investir no Bairro.
O mais comum era o fato do proprietário/empreendedor residir no interior do próprio negócio. Por exemplo, comerciantes e artesãos que se estabeleciam no bairro com quitandas, vendas ou oficinas, edificavam o fundo do lote ou compravam outro lote para fazerem casinhas ou cômodos e alugar.
As casinhas ou cômodos situavam-se em lotes de 9x60m com um portão lateral que dava acesso a elas. Havia também quem sublocasse cômodos no interior de suas casas alugadas para complementar sua renda. Foi gerado assim, uma ampla gama de alternativas de aluguel, para várias faixas de renda.
Podemos concluir então, que o mercado imobiliário representava uma das principais possibilidades de mobilidade social para imigrantes que chegavam com pouca ou nenhuma poupança.
O investimento imobiliário
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