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Nietzsche

Por:   •  5/12/2015  •  Seminário  •  5.289 Palavras (22 Páginas)  •  139 Visualizações

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                         Nietzsche e a filosofia niilista

        Fisósofo alemão, nascido em Röcken, em 1844, Friedrich Wilhelm Nietzsche provém de uma família de protestantes. Tendo recebido uma formação voltada para os estudos da teologia, viria, mais tarde, contrapor-se, niilisticamente, à ideia da existência de Deus, afirmando peremptoriamente: Deus está morto. O niilismo, termo oriundo do latim nihil, nada -, é uma doutrina que consiste em reduzir todos os entes, as coisas, o mundo e os valores a nada. Sua principal teorização encontra-se em seu livro A vontade de poder.[1] O que o motivou a adotar, filosoficamente, essa concepção foi a decadência da sociedade moderna. Defendia o niilismo pela falta de resposta ao por quê, pela falta de uma causa final para a vida. Segundo ele, os valores supremos – Deus, a verdade, o bem -, desvalorizam-se, i.e., perdem o valor. Mas esse caráter negativo que caracteriza o niilismo adquire um sentido positivo quando possibilita nova posição de valores baseada na vontade de poder, na afirmação da vida. Este é o niilismo caracteristicamente nietzschiano. Muitos foram os pensadores do século XX que receberam sua influência, entre eles, Georg Simmel, Oswald Splenger, no livro Decadência do Ocidente, o romancista Thomas Mann, o filósofo Martin Heidegger.

        Em Leipzig, Nietzsche dedicou-se ao estudo de filologia, tendo sido professor dessa cátedra na Universidade de Basileia, durante dez anos, até tornar-se doente. Ao ler A. Shopenhauer, O mundo como vontade e representação, teve neste filósofo um mestre, encontrando aí o fundamento de sua crítica à racionalidade. Publicou sua obra de juventude em 1872, O nascimento da tragédia no espírito da música, que teve excelente repercussão na época. Faleceu em 1990, em Weimar. Em 1889, foi vitimado pela loucura, numa rua de Turim (Itália), vagando desconhecido entre a multidão.

        A obra de Nietzsche traduz o pensamento da segunda metade do século XIX, concernente, principalmente, à filosofia e à arte. Sua preocupação fundamental gira em torno da questão moral, uma ferrenha crítica aos valores da cultura ocidental. Suas ideias podem ser classificadas sob três pontos de vista: o estetismo helênico e o pessimismo de Shopenhauer; o intelectualismo positivista e o anti-racionalismo.

        A teoria nietzschiana critica, niilisiticamente, a noção de verdade, de conhecimento, de metafísica, de religião. Segundo ele, a verdade não é verdadeira em si. Para Nietzsche, só há vontade de poder, vontade de superar-se a si mesmo. O desejo fundamental do homem é a vontade de potência.[2] A vontade, termo utilizado por Shopenhauer, tem em Nietzsche o mesmo sentido: força interior, que deseja e aspira, sempre, eternamente. Desse modo, toda fonte de energia é admitida, mesmo se for manifestada contra a verdade e a justiça. Nietzsche investe contra a concepção da Verdade absoluta, sua filosofia consiste na relação entre ética e estética e a arte se encontra no nível superior ao da ciência, daí a supremacia do homem, movido pelo pathos, sobre o homem dotado de razão. Tal pensamento é uma tomada de posição contra a cultura filiteísta do mundo moderno, contra a racionalidade do mundo ocidental, do mundo da ciência, o que o leva a voltar-se para o mundo helênico, que é baseado no critério da beleza e não no que é útil. Cria a ideia do Super-homem - alijado da moral, da religião, de qualquer valor que iniba a vontade de poder. Usando a linguagem da psicanálise freudiana, diríamos que o Super-homem nietzschiano é aquele que não se deixa submeter ao mal-estar da civilização, que não permite o recalque de seus desejos em função desta. O Super-homem é, nietzschianamente, aquele que se posiciona além do bem e do mal.

        Nietzsche foi amigo do compositor alemão Richard Wagner,  de ideal romântico, cujos leitmotives, i.e., temas musicais, versavam sobre o caráter individual.  Deste sofre influência quanto a seu ideal artístico. Por meio da música, apreende-se a experiência estética que possibilita a manifestação da vontade, condição essencial à existência do sujeito no mundo. Em O nascimento da tragédia, opôs-se à decadência do racionalismo, criando as categorias estéticas apolínea e dionisíaca, que têm como fonte a mitologia grega, a qual lhe inspira sua metafísica de artista, ou seja, sua concepção de verdade e beleza, aparência e essência, sendo, no seu entender, a aparência necessária à vida e a essência uma via essencial à arte.[3] Apolo e Dioniso são deuses representantes do Imaginário grego.

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Apolo, identificado com o Sol, recebera o epíteto de Febo. É o deus grego da beleza e da harmonia entre o corpo e o espírito.

        Notável intérprete das ideia de Nietzsche, no capítulo sobre a arte trágica e a apologia da aparência, em seu livro Nietzsche e a Verdade, Roberto Machado cita Nietzsche comentando sobre a arte apolínea:

                A arte apolínea é a arte da beleza: se os deuses olímpicos não são necessariamente         bons ou verdadeiros – eles são belos. Para o grego, beleza é medida,         harmonia, ordem,         proporção, delimitação, mas também significa calma e liberdade com         relação às emoções, isto         é, serenidade. Contra a dor, o sofrimento, a morte, o grego diviniza o mundo criando a beleza.                  (pp.18-19).        

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