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Resenha Crítica

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Por:   •  8/9/2014  •  694 Palavras (3 Páginas)  •  256 Visualizações

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A PELE QUE HABITO (FILME)

A Pele que Habito (La Piel que Habito). Direção: Pedro Almodóvar. Duração: 117 minutos. Gênero: Suspense. Elenco: Antonio Banderas, Elena Anaya, Marisa Paredes, Jan Cornet, Roberto Álamo.

Pedro Almodóvar traz a história de Roberto Ledgard (Antonio Banderas), um grande cirurgião plástico atormentado pela morte da esposa e obcecado pelo objetivo de criar uma pele perfeita, à prova de agressões. Ele vive com a filha Norma (Bianca Suárez) que, depois do trauma pela morte da mãe, é estuprada por Vicente (Jan Cornet) durante um casamento. Confusa e traumatizada, Norma acusa o pai de ter cometido o abuso. É nesse momento que ele elabora um plano para se vingar do estuprador e, para isso, contará com a ajuda de uma mulher misteriosa e temperamental. Este filme rompe deliberadamente com expectativas de gêneros ao explorar o tema da construção sociocultural dos papéis masculino e feminino por meio da situação-limite da transexualidade forçada, que se origina de uma trama de vingança. A fotografia do filme inicia focando o movimento nas curvas de um corpo ideal, também mostra, o antes e depois, uma grade, uma câmera de segurança, um quarto trancado, local este que Vera, a mulher ideal, está presa por um cirurgião obcecado em uma pele artificial, sendo esta usada para seu experimento. Vera é aquela mulher do tipo ideal apresentada massivamente pela mídia, por estar dentro dos padrões de beleza. Analisando os pontos sobre o gênero, este pode ser entendido como conjuntos de normas sociais que vão dizer o que é ser mulher e ser homem, ou, nas políticas queer, essas dicotomias de gênero são atacadas, subvertidas, “denunciando qualquer tentativa de gravar as identidades sexuais e de gênero como se fossem pedras, fixas (Bento, 2006: 84). Seguindo a trajetória do filme, depois da cirurgia, Roberto, o médico dá algumas instruções que evidência uma imposição de gênero feminino e suas instruções mostra seu adestramento e construção de gênero em guiar sua cobaia sobre vestes, maquiagem, livros e etc. A busca por uma pele humana melhorada surge de um trauma egoísta, pessoal, mas sendo o meio necessário que beneficiará a todos. O domínio psicológico e o cárcere de sua cobaia ressaltando a relação de poder homem/mulher invertida através de uma assustadora punição para Vera. O próprio título do filme carrega sua filosofia: A pele que habito, ou seja, Vera é apenas uma consciência humana que habita um corpo que nem é seu. Habita presa, tanto mentalmente, quanto fisicamente. O que nos surpreende é que Vera, a mulher ideal, é na verdade um homem chamado Vicente. A mulher ideal, dentro dos padrões de beleza, que tenta responder seu homem na cama, mesmo depois de um abuso sexual, que procura cuidar de seu orifício como o mais precioso órgão do corpo, como se a vida dela dependesse desse orifício, como se respirasse por ele. Essa mulher ideal, biologicamente aqui é um homem. Roberto, com seu saber médico, com a sua racionalidade científica faz uma vaginoplastia em Vicente, com o fim de vingar-se do suposto estupro de sua filha. Após a cirurgia, Roberto inicia outra “operação”: as normas de gênero para projetar sua mulher ideal, tão perfeita que ele não resiste e apaixona-se por sua criação. Vera, que recebe uma vagina, logo tem que ser feminina, deve sentir desejo por seu oposto masculino,

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