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Resenha Peter Gay

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Por:   •  21/5/2013  •  698 Palavras (3 Páginas)  •  1.335 Visualizações

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Nos cinco primeiros capítulos de “O século de Schnitzler”, Peter Gay se propõe a entender a burguesia do século XIX. Ele revela que embora existam aspectos que aproximasse todos os membros dessa classe social, ela não era completamente homogênea e coesa, e tratá-la como uma unidade simplifica a sua diversidade e despreza as suas variações singulares.

Ao contextualizar o século XIX, o autor enfatiza a realidade social desestabilizante e coloca que o surgimento da burguesia como classe social está ligado a um contexto histórico específico do século XIX, em que existia certo grau de mobilidade social. Isso garantia a certos indivíduos excepcionais a possibilidade de acúmulo de riqueza e, consequentemente, ascensão de status. Muitos estudiosos da época (entre outros, Tocqueville e Marx) consideravam que a burguesia havia conseguido dominar o poder e obter o controle do governo, pelo menos na França. Atualmente, entende-se que isso acontece apenas no início do século XX, uma vez que muitos países da Europa ainda contavam com um Estado absolutista, em que a maior parte dos cargos públicos estavam ocupados por aristocratas.

Quando analisadas segundo o contexto nacional, as classes médias apresentam muitas disparidades entre si. Um dos principais fatores de diferenciação é exatamente a forma com que se relacionavam com as elites que as governavam. Enquanto em muitos lugares havia burgueses ativistas que buscavam uma maior participação política, em outros encontrava-se principalmente o que Sthendhal chama de “burguês toscano”, interessado apenas em sua tranquilidade, bem-estar e pouco interessado em ocupar um lugar no governo. Existe, então, uma relação de proporcionalidade entre o envolvimento político e a subserviência dessa classe. Se por um lado havia certa disseminação da auto-confiança burguesa, por outro, em muitos casos o que se construiu foi uma relação de dependência com as classes dominantes. Nesses casos, as maiores mudanças, desde industriais até no que diz respeito à participação política, ocorriam por iniciativas do Estado, influenciado por seus vizinhos.

O autor também frisa os constantes conflitos de interesses das classes médias referente às tarifas, à distribuição de favores, ao voto, à participação da mulher e à questão da escravidão. Havia ainda uma grande disparidade entre as esferas do eleitorado burguês e o grau de influência desses na sociedade. Segundo o autor, um dos responsáveis por isso é a própria burguesia, que se dividia quanto aos critérios para o exercício de direitos políticos. Enquanto alguns defendiam o sufrágio universal, muitos defendiam a sua limitação com medo de que a falta de consciência das classes mais baixas acabassem restabelecendo o poder monárquico e repetissem o episodio de Napoleão.

Apesar de todas essas disparidades, o autor coloca que é possível pensar na burguesia como uma classe coesa. Essa identidade era construída sobretudo em negativas. O episodio da Revolução Francesa ainda presente na memória coletiva, sustentou substancialmente a mentalidade que unia todos os burgueses tornando-os os atores principais do que o autor chama de “Partido da Ordem”. Conscientes de que estavam em menor número e de sua origem plebéia, os burgueses, desde o mais humilde até o mais bem sucedido, estavam preocupados em diferenciar-se das massas, o que faziam através de suas roupas,

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