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Resenha - Cultura e Empresa

Por:   •  6/11/2017  •  Resenha  •  1.054 Palavras (5 Páginas)  •  282 Visualizações

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Introdução

  • “moda” de se falar sobre a cultura organizacional:

O termo vem sido crescentemente abordado em estudos de administração, todavia existe muita reação adversa dos antropólogos quanto ao uso do termo e a apropriação de “cultura” sem consulta prévia. A autora disserta entre essa diferença de abordagem do termo entre administradores x antropólogos no decorrer de todo o texto.

Cultura Organizacional

  • a cultura organizacional foi o primeiro dos termos a surgir e se popularizar como resultante da combinação do conceito de cultura com os outros oriundos do universo organizacional e de negócios.
  • A autora divide a inserção do termo nos estudos divididos em três períodos: início da década de 1960 até o final; início da década de 1980 até meados de 1990; e final da década de 1990 até hoje.
  • Primeiro período (1960 - 1970)
  • concepção humanística do que seriam os valores organizacionais;
  • retórica do autodesenvolvimento;
  • importância dos aspectos culturais para desenvolvimento na empresa;
  • pouco interesse em tratar a cultura como uma vantagem competitiva;
  • cultura como instrumento para melhoria da organização mediante o aprimoramento de seus processos humanos;
  • cultura organizacional como ferramenta gerencial.
  • Segundo período (1980 - 1990)
  • contexto histórico: entrada dos produtos japoneses em meio a intensas competitividades entre empresas norte americanas e europeias. Os produtos japoneses surpreenderam os líderes do mercado mundial na época, pois o Japão não estava na lista das futuras potências comerciais da época. A explicação para o sucesso dos produtos foi atribuído à cultura da sociedade e das organizações japonesas. O impacto para os norte americanos foi maior no aspecto simbólico do que no econômico, ou seja, não foi a competição (que é, por sua vez, enaltecida por eles), mas o competidor;
  • reconhecimento da incerteza como uma variável da sociedade (mundo incerto, inovações tecnológicas) onde a cultura aparece como algo que pode fornecer um norte;
  • questão importante: a cultura seria uma variável produzida pela organização ou trazida para o seu interior pelos seus membros?
  • a cultura nas organizações era vista como um todo homogêneo que levava ao compartilhamento de uma determinada visão de mundo e de como agir diante de situações da vida organizacional;
  • identificar  e classificar os diferentes tipos de cultura e medir sua eficácia tornaram-se um imperativo gerencial;
  • cultura organizacional como chave para o sucesso e como estratégia de competitividade;
  • críticas: os estudos da época apenas se voltaram para grandes empresas e não outras modalidades como organizações sociais, sindicatos, universidades etc; os autores focalizaram apenas nas grandes empresas, deixando de lado as que mais geram emprego (cada objeto de estudo tem sido tratado como um universo fechado e descolado de seu contexto social, cada cultura organizacional é estudada como um caso único); rejeição dos debates das ciências sociais, com uso de “manejar” e “intervir” diretamente ligados ao termo cultura. Em vez de ser um conceito para se acessar a realidade, ele se tornou uma variável da realidade;
  • Terceiro período (1990 - hoje)
  • percepção da cultura como uma variável com valor instrumental (ainda);
  • tratamento da cultura como variável estratégica: forte adaptação e constante mudança (as companhias mais bem sucedidas do futuro serão aquelas capazes de se adaptarem raptamente às mudanças, aproveitando oportunidades e melhorando a qualidade de seus produtos);
  • definição como um artigo intangível das organizações (mensuração);
  • associação dos valores organizacionais com valores éticos;
  • cultura organizacional como bem intangível, estratégico e mensurável

Cultura Corportativa

  • a cultura corporativa ou empresarial que é utilizada de forma intercambiável com cultura organizacional. Conceitualmente, seria fácil traçar fronteiras entre os três conceitos, mas na prática não;
  • Embora toda empresa seja organização, o contrário não é recíproco. E embora toda corporação seja uma organização, a corporação é um tipo específico de organização: geralmente é um conjunto de pessoas com objetivo de governo (segmentos gerenciais e administrativos);
  • Quando uma empresa diz que “nossos funcionários são nosso maior patrimônio”, está se referindo à forma como quer ser reconhecida pelos funcionários, por outras organizações e pelo mercado. Entre vários outros elementos organizacionais, alguns são escolhidos para construírem a identidade organizacional. Mas essa escolha, ao contrário do que se pensa, não é feita a partir de uma análise de representações simbólicas de todo o corpo da organização, mas sim pela definição estratégica feita pelos altos escalões organizacionais. Por isso, é melhor que se fale em identidade ou cultura corporativa nesse contexto, pois ela diz mais respeito aos valores que instruem a gerência do que a toda a organização;
  • É necessário que se fale dos demais funcionários, criando diferentes perspectivas. Porém, há uma grande diferença entre se falar de participação de funcionários e implementá-la na prática;
  • link com Hannah Arendt: o poder reside em grande parte na capacidade de se definir a realidade para os outros. A sua legitimidade consiste na capacidade de transformar essa definição sobre realidade em um consenso e, a partir desse consenso, transformá-lo em uma ação coordenada. O poder coordena mesmo na ausência da autoridade, pois todos concordam com as regras;
  • A cultura “nacional” (dimensão simbólica mais ampla onde encontra-se as organizações) vai determinar os limites das variações, mas não o que se vai produzir no âmbito de uma organização.

Cultura Empresarial

  • nos últimos anos,  termo cultura empresarial ganhou espaço fora da discussão estritamente organizacional e incorporou uma conotação política e econômica;
  • é o resultado de processos independentemente gerados em todo o mundo ocidental a partir da década de 1970;
  • âmbito da filosofia política: reinterpretação das doutrinas do liberalismo clássico; igualdade e liberdade; políticas fiscais;
  • âmbito da política partidária: eleição de candidatos de direita; retorno das vozes da periferia; mudanças institucionais e ideológicas;
  • âmbito da esfera produtiva: perda de poder dos produtores para os consumidores; empreendedorismo; introdução de tecnologias de informação; desestruturação do modelo fordista;
  • âmbito gerencial: crescente grau de autonomia dos segmentos de base da hierarquia;
  • a cultura empresarial vem a ser um conjunto de percepções acerca da alocação de prioridades e organização de atividades na sociedade e no mercado, segundo as quais a criação de riqueza é a medida de sucesso de uma sociedade;
  • virtudes individuais que fomentam a riqueza: empreendedorismo, autonomia, ambição, competitividade.

Observações finais

  • analogia da árvore: no topo da árvore, está o conceito de cultura organizacional. Nos ramos logo abaixo, temos 1) culturas organizacionais com fins lucrativos (cultura empresarial),subdividida em várias modalidades (empresa privada, estatal, familiar etc) e 2) organizações sem fins lucrativos (culturas das organizações sociais, de classe). Todas essas modalidades poderiam ainda ter suas respectivas culturas corportativas.
  • antropólogos x administradores

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