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1. Como Pode Descartes Separar O "ver E O Tocar" Do Pensamento De "ver E Tocar"? 2. O Que Significa "bem Conceber Uma Coisa"?

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Por:   •  17/3/2014  •  746 Palavras (3 Páginas)  •  912 Visualizações

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1) Como pode descartes separar o “ver e o tocar” do pensamento de “ver e tocar”?

O primeiro movimento de Descartes consiste em abandonar as coisas extra mentais, que o realismo filosófico havia introduzido, para retornar a um inventário, a uma descrição da experiência humana sem nada pressupor que a explique inicialmente de fora. No que diz respeito à percepção, a originalidade radical do cartesianismo consiste em se colocar no próprio interior dessa percepção, em não analisar a visão e o tato como funções de nosso corpo, mas apenas “o pensamento de ver e de tocar” isto quer dizer que ela não está apegada e nem dependente de um dado ideal extra mental ou mesmo realista, antes Descartes desviou a atenção do tato e da visão, que, segundo vivem nas coisas, para o pensamento de ver e de tocar, revelando assim o domínio indubitável das significações. Portanto, Descartes mostrou o sentido interior da percepção e do ato de conhecimento, permitiu acesso ao campo outrora velado nas análises filosóficas da tradição. “Mesmo que eu não veja e não toque nada que existe fora do meu pensamento, ainda assim é verdade que penso ver e tocar alguma coisa e que, sobre o sentido desse pensamento como tal, juízos certos são possíveis”. Com isso, através de um método geral, a saber, a dúvida metódica, o cogito permite acesso para um campo vasto de conhecimentos, a partir da própria certeza da existência do eu que duvida.

2) O que significa “bem conceber uma coisa”?

O fato de que, nada tendo admitido em mim a não ser o espírito, eu fale todavia da cerca que vejo e que toco, o que no entanto não se pode fazer sem olhos ou sem mãos; mas deveis haver notado que adverti expressamente que não se tratava aqui da visão ou do tato, que se fazem por intermédio dos órgãos corpóreos, mas somente do pensamento de ver e de tocar, que não necessita desses órgãos, como experimentamos todas as noites em nossos sonhos; e certamente vós o notastes muito bem, mas quisestes apenas mostrar quantos absurdos e injustas cavilações são capazes de inventar aqueles que não se empenham tanto em “bem conceber uma coisa” quanto em impugná-la e contradizê-la. Ora, o verdadeiro, e a meu juízo, o único meio para isso está contido na minha Meditação Segunda; mas é de tal ordem que não basta tê-lo encarado uma vez, cumpre examiná-lo amiúde e considerá-lo durante muito tempo, a fim de que o hábito de confundir as coisas intelectuais com as corporais, que se enraizou em nós no curso de toda a nossa vida, possa ser expungido por um hábito contrário, o de distingui-las, adquirido pelo exercício de alguns dias. E isso me pareceu uma causa bastante justa para que não versasse outra matéria na Meditação Segunda. Perguntais aqui como demonstro que o corpo não pode pensar; mas perdoai-me se respondo que ainda não dei lugar a tal questão, tendo apenas começado a tratá-la, pelas seguintes palavras: É suficiente que eu possa clara e distintamente conceber uma coisa sem outra, para ser certo que uma é distinta ou diferente da outra, etc. E pouco depois: Ainda que eu tenha um corpo que me seja mui estreitamente ligado, no entanto, porque, de um lado, possuo uma idéia clara e distinta de mim própria, na medida em que sou apenas uma coisa que pensa, e não extensa, e que, de outro, possuo uma idéia

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