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ALGUMAS CONCEPÇÕES ACERCA DO PENSAMENTO POLÍTICO DE MONTAIGNE

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Por:   •  24/6/2014  •  1.301 Palavras (6 Páginas)  •  457 Visualizações

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ALGUMAS CONCEPÇÕES ACERCA DO PENSAMENTO POLÍTICO DE MONTAIGNE

Allan Medeiros do Nascimento

O presente trabalho pretende apresentar algumas considerações acerca do pen-samento político de Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592). Para isso, utilizaremos a sua obra Os Ensaios (1580) para o referido propósito. O contexto histórico do qual viveu Montaigne foi um período que surgiram inúmeras inquietações filosóficas sobre a melhor forma de governo. Pensadores como Nicolau Maquiavel (1469 – 1527), Thomas More (1478 – 1535), João Calvino (1509 – 1564), entre outros, idealizaram teorias para tentar solucionar questões postas por suas sociedades. Estes pensadores pretenderam renovar as formas de governos com as quais conviviam. Entretanto, ao contrário desses filósofos, Montaigne se mostrava avesso às essas ideias que visavam à mudança. Sem dúvidas, ele tinha vários motivos para ter pensado assim, pois conviveu em um período conturbado de guerras civis e com os tentames decepcionantes das revoluções. Seu pensamento político derivava da experiência cotidiana, por isso, não acreditava nessas ideias da tradição filosófica sobre a melhor forma de governo, pois, para ele, era impossível coloca-las em prática. Para Montaigne, o governo adequado para cada região era aquele que servia e vinha servindo desde o momento da sua concretização. Sua política se baseava na não interferência do Estado na vida privada dos indivíduos, era a adepto que estes tivessem certa liberdade dentro do quadro das leis. Em relação a sua razão de Estado, acreditava que nem tudo era permitido ao Estado para se manter a ordem e a paz. Portanto, de acordo com nossa pesquisa, chegamos a essas conclusões em relação ao pensamento político de Montaigne.

Palavras- chave: MONTAIGE; OS ENSAIOS; PENSAMENTO POLÍTICO.

Michel de Montaigne (1533-1592) foi um escritor, político e filósofo francês re-nascentista. Publicou os Ensaios, sua principal obra filosófica. Nesta, escreveu sobre os temas mais diversos. Atuou na política como Conselheiro do Parlamento de Bordeaux e como prefeito desta mesma cidade.

O contexto histórico do qual viveu Montaigne foi um período que surgiram inúmeras inquietações filosóficas sobre a melhor forma de governo. Pensado-res como Nicolau Maquiavel (1469 – 1527), Thomas More (1478 – 1535), João Calvino (1509 – 1564), entre outros, idealizaram teorias para tentar solucionar questões postas por suas sociedades. Estes pensadores pretenderam renovar as formas de governos com as quais conviviam. Entretanto, ao contrário desses filósofos, Montaigne se mostrava avesso às essas ideias que visavam a mudança. Além disso, as guerras de religião assolavam a França do século XVI, acontecimentos que ameaçavam a ordem. Foi nesse período de contestação da ordem vigente e de guerras civis que viveu Montaigne.

O pensamento político de Montaigne deve mais a sua vivência do que a formulações teóricas. Porquanto, para Marilena Chauí, Montaigne “considerou impossível formular teorias válidas para todo o sempre” . Apesar de ter lido vários pensadores que tratam sobre política, como Platão, Thomas More e João Calvino, considerava que as ideias políticas desses filósofos eram incompatíveis com a realidade, pois não era possível colocá-las em prática sem destruir o corpo social, como afirma nesse trecho de os Ensaios:

“alguns desses projetos de governo poderiam talvez aplicar-se a um mundo novo, mas estamos em um mundo já velho em que reinam certos costumes... quais quer que sejam as possibilidades que tenhamos de corrigi-lo e reorganiza-lo, não podemos, sem o quebrar, dobrá-lo até perder o vinco antigo” .

Para Montaigne, as instituições se estabelecem pelo costume, a estabilidade entre as forças acabam por se impor, independente do modo. Em relação às leis, Montaigne lembra que devemos obedecê-las porque mantém a ordem e não porque são justas, esse é o seu fundamento. As leis se originam dos acontecimentos imprevistos, ou seja, do acaso.

Montaigne adverte que a melhor forma de governo para cada Estado é aquele que serviu e vem servindo desde sempre. Para ele, os homens ao cons-tatar os males que um governo pratica e tentando acabar com esses inconvenientes, correm o risco de destruir a estrutura social.

Percebe-se, deste modo, o conservantismo de Montaigne, mas o seu repúdio à mudança se revela pelo seu descontentamento com as guerras civis que aterrorizavam a França no século XVI. Portanto, não se trata de uma atitude mesquinha, que visava apenas a manutenção de privilégios, pois suas formulações teóricas são derivadas, fundamentalmente, de sua experiência cotidiana.

Entretanto, de acordo com Maurice Weiler, Montaigne “não se opõe as mudanças inevitáveis, e entende que quando uma revolução se torna necessá-ria ela ocorre e é preciso aceitá-la sem prevenção” (WEILER, 92). Foi o que aconteceu com a atitude adotada em relação à reforma protestante, Montaigne era contrário a esta no início, mas quando ela se concretizou, ele se conformou perante a realidade consolidada. Mas

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