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Filosofia , O Filosofar E A Educação

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Por:   •  26/11/2013  •  1.179 Palavras (5 Páginas)  •  295 Visualizações

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A Filosofia , o Filosofar e a Filosofia da Educação

A sociedade moderna, salvo alguns redutos muito específicos – as academias, marginalizou a Filosofia e o filosofar. As situações do cotidiano, da vida, os problemas, a educação, a economia, a política... não têm recorrido à Filosofia para seu diagnóstico. O que se percebe, pelo contrário, é uma incessante luta para desqualificá-la . A sociedade pragmática, consumista e tecnocrata criou a escola tecnicista e autoritária que baniu a filosofia dos currículos, expurgando-a das escolas. A ordem, hoje, é produzir uma massa passiva, homens sem consciência, mão-de-obra dócil à implantação e solidificação de um modo de produção mais preocupado com o capital do que com o próprio ser humano.

Karl Jaspers, filósofo contemporâneo (1965), assim caracterizou os tempos atuais a respeito da anti-filosofia:

“ Um instinto vital, ignorado de si mesmo, odeia a filosofia. Ela é perigosa. Se eu a compreendesse, teria de alterar minha vida. Adquiriria outro estado de espírito, veria as coisas à uma claridade insólita, teria de rever meus juízos. Melhor é não pensar filosoficamente. Muitos políticos vêem facilitado seu nefasto trabalho pela ausência da filosofia. Massas e funcionários são mais fáceis de manipular quando não pensam, mas tão somente usam de uma consciência de rebanho. É preciso que os homens não se tornem sensatos. Mais vale, portanto, que a filosofia seja vista como algo entediante. Oxalá dasaparecessem as cátedras de filosofia. Quanto mais vaidades se ensine, menos os homens estarão arriscados a se tocarem pela luz da filosofia. Assim, a filosofia se vê rodeada de inimigos, a maioria dos quais não tem consciência desta condição. A autocomplascência burguesa, os convencionalismos, o hábito de considerar o bem estar material como razão suficiente da vida, o hábito de só apreciar a ciência em função de sua utilidade técnica, o ilimitado desejo de poder, a bonomia dos políticos, o fanatismo das ideologias, a aspiração a um nome literário... tudo isso proclama a anti-filosofia”.

O interesse em promover o gosto pela filosofia, a partir desta constatação de Jaspers, é praticamente nulo. Para reverter este quadro é necessário mais do que simplesmente rever os juízos sobre os quais a consciência é postulada, é necessário rever as relações de poder, as imposições da mentalidade autoritária da classe dominante, e, mais do que isso, bem preparar os acadêmicos dos cursos universitários. No caso específico da disciplina de Filosofia da Educação, acreditamos que ela tem uma contribuição significativa neste processo, pois faz-se presente em todos os Cursos de Licenciatura das Universidades.

De fato os homens não estão habituados a pensar, a refletir filosoficamente. Mas o que significa reflexão? A palavra é oriunda do verbo latino “reflectere”, que significa voltar atrás. É, pois, um re-pensar, ou ainda, um pensamento consciente de si mesmo, capaz de avaliar, de verificar, de analisar. Refletir é o ato de retomar, reconsiderar os dados disponíveis, revisar, vasculhar numa busca constante de significado. É examinar devidamente, prestar atenção, analisar com cuidado. Neste sentido, toda reflexão é pensamento, mas nem todo pensamento é reflexão.

Para que uma reflexão seja, de fato, filosófica, deve ser radical, rigorosa e de conjunto. Radical porque a situação a ser investigada deve ser posta em termos radicais, ou seja, investigada desde suas raízes, desde seus fundamentos. Deve ser uma reflexão feita em profundidade. Rigorosa, porque não pode ser uma reflexão feita de qualquer jeito, dispersa, fragmentada, ametódica. Para ser filosófica tal reflexão deve ser desenvolvida seguindo um rigor determinado, colocando-se em questão as conclusões da sabedoria popular e as generalizações apresentadas pela ciência. E deve também ser de conjunto, ou seja, no sentido de que não pode ser parcial, tendenciosa, mas sim relacionada

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