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O IDEALISMO DE BERKELEY

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Por:   •  3/11/2013  •  1.767 Palavras (8 Páginas)  •  1.012 Visualizações

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Introdução

George Berkeley

Uma etapa ulterior do fenomenismo empirista é representada por Berkeley. Ele suprime, criticamente, as qualidades primárias, as sensações objetivas de Locke, evidenciando que são semelhantes às secundárias e, logo, também elas subjetivas. E suprime também, definitivamente, o conceito lockiano de substância material, que deveria ter sido a causa misteriosa de nossas sensações, objetivas, visto que, no empirismo, a substância não passa de um nome. Isto não impede que Berkeley - por motivos práticos, morais e religiosos - incoerentemente, conserve ainda no seu empirismo os conceitos de substância, causa e espírito, isto é, os conceitos de substância e causa espiritual. Este resíduo realista e transcendente será definitivamente eliminado pela crítica radical e coerente de Hume, o último e o maior dos empiristas pré-kantianos. Ele declara não compreender o que seja uma idéia abstrata. Não existe espaço objetivo, espaço "em-si", para Berkeley. A filosofia de Berkeley é a filosofia do realismo concreto levada às suas últimas conseqüências: o que existe é o que vemos e tocamos..

Vida e Obras

George Berkeley nasceu em 1685 perto de Dysert Castle, na Irlanda, de uma família de origem inglesa. Estudou no Trinity College em Dublin, formando-se mestre em artes em 1707. Ordenado pela Igreja anglicana ensina grego, hebreu e teologia no Trinity College. Desde 1709 ele escreve sua Nova teoria da Visão. Seu Tratado sobre os Princípios do Conhecimento Humano é publicado em 1710. Berkeley então viaja pela França e pela Itália; em seguida se decide a propagar o pensamento cristão nas possessões americanas da Inglaterra, partindo para as Bermudas, onde sonha fundar um colégio, idéia à qual deve renunciar, posto que o governo inglês não lhe envia os fundos prometidos. Nessa época, ele lê Plotino sobretudo. Ao retornar, é nomeado bispo anglicano de Cloyne. Publica uma nova obra contra os livres-pensadores, "Alciphrom ou o filosofúsculo". Em 1740, sobrevém uma epidemia na Irlanda, que o improvisa como médico; cuida de suas ovelhas com água de alcatrão (receita que conheceu na América), na qual vê um remédio universal, o que o leva a uma cadeia (seiris, em grego) de reflexões muito platônicas sobre a natureza, a Providência e Deus, que ele nos oferece em sua última obra, "Síris ou Reflexões e pesquisas filosóficas concernentes às virtudes da água de alcatrão e diversos outros temas conexos entre si e originados um do outro" (1744). Na Teoria da Visão, Berkeley parte do seguinte problema (colocado pelo físico Molyneux): Como podemos ver a distância de um objeto? O raio luminoso, orientado perpendicularmente ao olho, só projeta um ponto que invariavelmente é o mesmo, quer a distância seja longa ou curta. Por conseguinte, falando estritamente, não vemos a distância. A distância, portanto, não é percebida, mas julgada a partir de signos tais como a grandeza aparente ou da luminosidade mais ou menos viva dos objetos. Por conseguinte, a experiência me ensina a interpretar aparências visuais como o sinal da distância maior ou menor dos objetos.

Dessa análise psicológica, Berkeley tira conclusões importantes:

1ª Não existe espaço objetivo, espaço "em-si", para Berkeley. Existem dois espaços distintos: um visual, relativo ao sentido da visão, e o que possui apenas duas dimensões, e um espaço tátil que me ensina a decifrar as correspondências entre esses dois tipos de sensações.

2ª As correspondências existentes entre os dados visuais e a distância dos objetos não podem ser previstas a priori. É a experiência, e só ela, que me faz conhecer a ligação entre uma mudança de claridade e uma mudança de distância, a aprendizagem da língua natal me faz conhecer a ligação convencional entre os objetos e as palavras que os designam. Não mais existem relações entre um e outro. É por preconceito que acredito na existência de "objetos". Os dados visuais são o signo dos dados táteis.Toda linguagem é a instituição de um espírito, por conseguinte, uma linguagem universal da natureza só pode ser obra de um Espírito universal. As correspondências entre o atlas tátil e o atlas visual simplesmente manifestam a Providência de Deus.

Nominalismo de Berkeley

a) Ele declara não compreender o que seja uma idéia abstrata. Por isso ele se aproxima de Locke e do ponto de vista de todos os outros empiristas ingleses.Ele dizia que não devemos discutir coisas das quais não temos idéias.Para ele, todas as idéias são simples.

b) Todavia, se Berkeley nega a idéia abstrata, ele admite a idéia geral. A imagem concreta se torna geral quando se transforma em signo, em substituto de outras imagens concretas. Pensar não é aprender uma essência abstrata, mas passar de uma imagem a outra graças à função simbólica.

O Imaterialismo

É a outra doutrina fundamental de Berkeley que facilmente vemos estar ligada ao seu nominalismo. Para ele, toda abstração é ilegítima. E, por exemplo, não tenho o direito de dizer, como Descartes, que a extensão existe objetivamente, ao passo que a cor é subjetiva, pois todos os objetos me são dados simultaneamente como extensos e coloridos. De um modo mais geral, nada me autoriza a imaginar, por abstração, a existência de pretensos objetos materiais fora de meus estados de consciência. "Não posso representar em meus pensamentos uma coisa sensível ou um objeto isolados da sensação que deles tenho; o objeto e a sensação são idênticos e não podem ser abstraídos um do outro." Eis uma porta alta e sólida, pintada de verde e contra a qual me choco dolorosamente. Não é verdadeiramente uma coisa material que existe como tal, fora de minhas sensações! Absolutamente, responde Berkeley. Esta porta nada mais é do que uma soma de representações mentais, um conjunto de "idéias". Sua forma e a extensão que ela ocupa são sensações; sua cor verde uma sensação visual, o contato de minha mão com ela uma sensação tátil e a própria dor que sinto após o choque é um estado de consciência. Não possuo mais o direito de dizer que tenho uma ou várias idéias da porta, posto que ela não passa de um conjunto de idéias. Não tenho a menor razão de abstrair da realidade sensível que é a dos meus estados de consciência, pretensas coisas materiais que, misteriosamente, existiriam além de minhas percepções. A única realidade das coisas é serem percebidas, "Esse est

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