O Movimento Feminista Durante A Ditadura Militar No Brasil E No Chile
Trabalho Escolar: O Movimento Feminista Durante A Ditadura Militar No Brasil E No Chile. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: leticiarick • 21/9/2014 • 2.072 Palavras (9 Páginas) • 1.557 Visualizações
O movimento Feminista durante a ditadura Militar no Brasil e no Chile
Com a ditadura militar começaram a surgir certos movimentos sociais que lutavam a favor da liberdade de expressão e contra a repressão dos governos autoritários. Em meio a esses movimentos surgiu um que era direcionado a reivindicações especificas das mulheres o movimento feminista, esse movimento surgiu no auge da ditadura militar e inicialmente lutava apenas pelo direito ao corpo e a sexualidade.
A ditadura no Brasil e no Chile foi marcada por autoritarismo, violação dos direitos humanos e inibição da liberdade de expressão. Nos dois países o governo marcava seu autoritarismo com muita violência tortura censura e perseguições.
Os movimentos só ganharam força quando os meios de comunicação começaram a apoiá-los, no Brasil ganhou força na década de 70, período mais radical da ditadura. Com a popularidade dos movimentos a população passou a conhecer os ideais do movimento feminista e passou a considerá-los muito individualizado, pois inicialmente só se tratava de idéias especificas, para ganhar o apoio social o movimento passou a lutar por questões mais democráticas e sociais, tais como igualdade de direitos melhoria nas condições de trabalho, aborto, violência e muito mais, sem perder é claro o ponto principal que era as reivindicações feministas.
Nesse período teve grande destaque as iniciativas de produção de jornais, o que se tornou uma prática comum de alguns grupos feministas. Na maioria das vezes eram feitos de forma artesanal e com recursos limitados, mas o grande propósito dos jornais era o de divulgar as causas feministas.
O primeiro jornal dirigido às mulheres e feito por mulheres foi o BRASIL MULHER e o grande destaque dele era o seu discurso da igualdade e das lutas pelas causas democráticas. Já na primeira edição surgiram contradições e impasses da dupla militância, pois existia também o grupo de mulheres militantes de esquerda. O último jornal saiu em março de 1980.
Existiu depois o jornal NÓS MULHERES, que desde seu início se assumiu feminista e era comprometido com questões específicas das mulheres e ao longo de sua existência desenvolveu um trabalho com mulheres de classes populares.
Entre as décadas de 1970 e 1990 ocorreu um período de transformação na imprensa feminina. As primeiras décadas eram marcadas pelos debates entre as “questões da mulher” e “questões gerais”, as mulheres queriam estar em igualdade com os homens, tratavam questões de autonomia partidária. Já a segunda geração queria incorporar o conceito de gênero, que os temas fossem relacionados direta e exclusivamente às mulheres, como: sexualidade, planejamento familiar e violência contra mulher.
Cabe ainda ressaltar que estes períodos mesmo assumindo posições diferentes sobre o feminismo cumpriram um importante papel no processo de fortalecimento do movimento.
O feminismo e a imprensa alternativa no Chile
Renasce um movimento feminista no Chile que tem a finalidade de resistir as opressões imposta pelo governo autoritário de Pinochet.
Diante da crise da democracia, repressões e violação dos direitos humanos e exaltação dos valores patriarcais, as mulheres se organizaram em defesa dos seus direitos, lutando pela democracia, muitas vezes realizando dupla militância (movimento feminista e nos partidos de esquerda), como ocorreu no Brasil.
As mulheres e familiares dos presos e desaparecidos, iniciaram as manifestações públicas contra a ditadura manifestando sua capacidade de organização.
Em 1983, reuniram-se mais de 11 mil mulheres em um ato de resistência, intensificando ainda mais os protestos. No dia 07 de novembro do mesmo ano foi declarado estado de sítio no governo chileno onde causou a prisão de 10.000 presos políticos em poucos dias.
Muitas mulheres eram integrantes de movimentos feministas no Chile, algo semelhante acontecia no Brasil e em outros países da América Latina, tal movimento vinha de uma aproximação muito grande com a política e partidos de esquerda, com as lutas que iniciaram com a instalação do regime militar.
O movimento feminista no Chile foi fortalecido com a criação de centros de estudos sobre as mulheres, organizações de mulheres, encontros e atos públicos realizados no período da ditadura militar, destacando-se nos anos de 1970, a criação da ISSIS INTERNACIONAL, principal centro de documentação feminina (1974) e o CÍRCULO DE ESTUDIOS DE LA MUJER (1977), a primeira organização declaradamente feminista, que desenvolveu outras organizações na década seguinte.
Conforme informações do Centro Estudios Miguel Enriquez, durante a década de 1980, surgiram vários grupos feministas: o MENCH (Movimento de Emancipación de La Mujer Chilena), o MUDECHI (Mujeres de Chile), CODEM (Comité de Defensa de dos Derechos de la Mujer), MMI (Mujeres por el Socialismo), MOMUPO (Movimento de Mujeres Pobladoras) e COORDINADOR POLÍTICO DE MUJERES DE OPOSICIÓN, sendo ainda responsáveis pela Agrupación de Familiares de Detenidos-Desaperecidos, organização fundamental na busca da democracia.
As lutas das mulheres foram ganhando espaço com o feminismo de segunda onda desenvolvida no Chile, herdado da tradição política de esquerda.
Além da luta contra a ditadura, as mulheres pelejaram contra a opressão no âmbito doméstico, pelo lema “democracia en el país y en la casa” (democracia no país e na casa), criado por Julieta Kirkwood, todavia, a dupla dimensão do autoritarismo que combatiam, resultou em conflitos na distinção entre os limites e possibilidades do feminismo autônomo e o ativismo feminista nos partidos políticos.
Para Torres, as chilenas tinham três objetivos: participação das mulheres na luta geral contra a ditadura, reivindicações de gênero e demarcam uma consciência feminista, e a necessidade de publicar um espaço aberto de expressão na imprensa que fale especificamente das lutas das mulheres.
Nos dois países (Brasil e Chile) a luta pela democracia se proferia junto com a luta pelos direitos das mulheres. E com isso, a criação do jornal teve o objetivo de levantar importantes temáticas feministas, como: liberdade sexual, igualdade de direitos e de oportunidades, aborto, políticas públicas para as mulheres, condições de trabalho, entre outras – encontram eco no espaço destes jornais, embora nem sempre sendo tratadas de forma consensual.
Os primeiros jornais nacionais dirigidos às mulheres e feitos por mulheres no período pós-1975: o Brasil Mulher e o Nós Mulheres. O surgimento desses jornais
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