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O Problema do mal e suas diferentes leituras

Por:   •  8/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.879 Palavras (8 Páginas)  •  188 Visualizações

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FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA DE SÃO PAULO

O PROBLEMA DO MAL E SUAS DIFERENTES LEITURAS

                                                         Paulo Sérgio de Oliveira

S Ã O   P A U L O

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Paulo Sérgio de Oliveira

O PROBLEMA DO MAL E SUAS DIFERENTES LEITURAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final do curso de Estudo Inter Religioso da Faculdade Batista Teológica de São Paulo.

Orientador: Prof. Dr. Jorge Pinheiro

S Ã O   P A U L O

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Introdução

O problema do mal resumido em poucas palavras: "Por que um Deus pessoal e amoroso criou um mundo onde o mal existe?" "Por que Deus deu ao homem a liberdade para cometer atos de maldade?" Os ateus raciocinam: "Certamente um deus amoroso e onisciente não permitiria a existência do mal em Seu mundo." A resposta a esse raciocínio é resumida na natureza de Deus - Amor - e Seu desejo para a humanidade - Amor. Embora tenhamos esta convicção como regra de fé e a nossa cosmovisão cristã muito bem fundamentadas nas Escrituras, constantemente somos colocados a prova por cosmovisões diferentes, que acabam se tornando concorrentes. Não tenho ambição de esgotar ou até mesmo acrescentar algo novo a este tema, porém as ficam registradas nas próximas páginas o estudo que fiz sobre o problema do mal.

Pensamento baseado na Cosmovisão

Cosmovisões funcionam como esquemas conceituais interpretativos para explicar por que enxergamos o mundo da maneira em que enxergamos e por que, em geral, temos determinada maneira de pensar e agir. Com frequência, há conflitos em cosmovisões concorrentes. Em termos simples, uma cosmovisão é um conjunto de crenças envolvendo os mais importantes assuntos na vida. Os sistemas filosóficos de grandes pensadores como Platão e Aristóteles constituíam diferentes cosmovisões do mundo. Portanto, uma cosmovisão é um sistema conceitual mediante o qual, consciente ou inconscientemente, estabelecemos ou adequamos tudo o que cremos e por meio do qual interpretamos e julgamos a realidade.

A escolha entre cosmovisões concorrentes envolve inúmeras questões difíceis. Nossa cosmovisão é teísta cristã, será conveniente ilustrar inúmeros pontos em termos de compromisso cristão. É justo, já que a cosmovisão religiosa que, com frequência, está compromissada com o problema do mal é o cristianismo.

A Visão do cristianismo como uma Cosmovisão

A questão pró ou contra teísmo cristão deveria ser abordada e avaliada em termos de sistemas totais. O cristianismo não é apenas uma religião que diz aos homens como eles são perdoados, por mais importante que seja esta informação. O cristianismo também é uma visão do mundo e da vida total. Quando os cristãos compreendem de um modo sistemático como as opções ao cristianismo também são cosmovisões, eles estão em melhor condições para justificar a escolha pela racionalidade do cristianismo. Todas as cosmovisões possuem aquelas questões para as quais parecem incapazes de fornecer uma resposta satisfatória. Assim, é desejável que todos os cristãos sejam capazes de defender a sua fé com eficiência; portanto, nossa importante tarefa é nos equiparmos de modo que sejamos capazes de mostrar aos detratores que a cosmovisão cristã é superior, racional, moral e existencialmente a qualquer outro sistema alternativo.

Os elementos principais da cosmovisão

O elemento mais importante de qualquer cosmovisão é o que diz ou não diz a respeito de Deus. Cosmovisões diferem grandemente neste quesito. Deus existe? Qual é a natureza de Deus? Há somente um Deus verdadeiro? Deus é um ser pessoal, ou seja, Deus é o tipo de ser que pode conhecer, amar e agir? Ou Deus é uma força ou poder impessoal? Em consequência das muitas visões conflitantes sobre a natureza de Deus, sistemas como o budismo, confucionismo, hinduísmo, xintoísmo e zoroastrismo não são apenas religiões diferentes, pois todos eles admitem diferentes visões ou concepções do mundo.

A cosmovisão cristã é teísta no sentido de que acredita na existência de um Deus pessoal e onipotente. O teísmo difere do politeísmo na afirmação de que há somente um Deus (Dt 6.4).

Qual é problema do mal? O problema do mal está no fato de que um número de crenças essenciais e relacionadas a Deus parece ser incompatível com o mal que encontramos no mundo. Os cristãos creem que Deus é totalmente bom. As dificuldades que essas crenças parecem produzir em relação ao mal são as seguintes:

Se Deus é bom e ama todos os seres humanos, é razoável crer que Ele deseja livrar as criaturas que ama do mal e do sofrimento. Se Deus é onisciente, é razoável acreditar que Ele conhece como livrar Suas criaturas do mal e do sofrimento. Se Deus é onipotente, é razoável acreditar que Ele é capaz de livrar Suas criaturas do mal e do sofrimento.

Dadas essas afirmações, parece logico concluir que Deus deseja eliminar o mal, que Ele sabe como eliminar o mal e possui poder suficiente para isso. Assim, parece razoável concluir que Deus não deseja eliminar o mal (o que põe em dúvida a Sua bondade), ou que Ele não sabe como eliminar o mal (levantando questionamentos quanto ao Seu conhecimento), ou que Lhe falta poder para eliminar o mal. Pensadores cristãos parecem imobilizados diante desse quadro. Não podem negar qualquer um dos fatores que constituem o problema do mal. Em suma, devemos explicar como o sistema conceitual que constitui a cosmovisão cristã é coerente com o mal encontrado no mundo.

Dois tipos de mal

O moral resulta das escolhas e ações dos seres humanos. Quando a pergunta por que é feita em relação do mal moral, a resposta incluirá uma referência a algo que os humanos fizeram ou deixaram de fazer. Portanto, o mal moral é resultante das escolhas e das ações dos seres humanos; qualquer outro tipo de mal é o que denominamos de mal natural.

A classe de males naturais, inclui eventos como terremotos, tornados e doenças não resultantes das escolhas humanas. Muitas pessoas sábias acreditam que estes dois tipos de mal exigem diferentes tipos de respostas.

O problema do mal teórico versus o pessoal

Sentar se em uma sala aula de filosofia e refletir sobre o problema do mal é, diferente de ter de lidar com a notícia de que uma pessoa amada faleceu em um acidente de automóvel.

Quando alguém é perturbado por aspectos do problema do mal teórico ou filosófico, a assistência de um bom filósofo ou apologista pode ser de grande auxilio. No entanto quando somos afligidos pelo problema do mal de maneira pessoal, o que necessitamos é de um sábio e atencioso amigo, pastor ou conselheiro.

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