RESENHA DO LIVRO “A GEOGRAFIA, ISSO SERVE EM PRIMEIRO LUGAR PARA FAZER GUERRA”
Por: laraniccioli • 10/8/2015 • Resenha • 520 Palavras (3 Páginas) • 5.058 Visualizações
RESENHA DO LIVRO “A GEOGRAFIA, ISSO SERVE EM PRIMEIRO LUGAR PARA FAZER GUERRA”
LARA TENÓRIO NICCIOLI 1121783
LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
CAMPINAS
2015
O livro “A Geografia, isso serve em primeiro lugar para fazer guerra” é uma obra do autor Yves Lacoste, publicado em 1976. O livro é considerado um clássico da geografia crítica. Em seu primeiro capítulo, Yves questiona a exclusão da geografia em relação às escolas e universidades, justificando o porquê do titulo da obra, “a geografia serve, em principio, para fazer a guerra” ela não é só de interesse dos geógrafos, mas de “todos os cidadãos” (p.22). No decorrer do livro, é apresentada uma divisão na geografia: “a geografia dos Estados-maiores” no que se refere ao estudo do espaço e da cartografia, e outra a “geografia dos professores” desacreditada pela maioria, mas idealizada como espaço econômico. O autor trata do “saber estratégico” saber este que é posicionado na mão de alguns, e elenca questões no que diz respeito à aquisição de mapas e cartas e o porquê das restrições quanto ao uso e acesso; e transcreve a geografia dos séculos para a atualidade apontando sua importância.
A partir do sexto capitulo, Lacoste questiona o termo região, relatando a importância e a contribuição que o geógrafo Vidal de La Blache deixou para a geografia.
No décimo quarto e décimo quinto capitulo Lacoste questiona o marxismo, a omissão do “econômico e social” na geografia universitária e ressalva que “é cada vez mais necessário que os geógrafos se preocupem com os problemas políticos e militares e reencontrem [...] uma das razões de ser fundamentais do seu saber”; também questiona a fraqueza do papel da análise marxista na geografia, relacionado a maneira no qual Marx descreveu em suas obras as questões espaciais. No décimo sétimo capitulo Lacoste argumenta as crises da geografia, e questiona a acomodação dos geógrafos com relação a estudos e pesquisas dentro de um contexto que se modifica rapidamente, enfatiza o crescimento da geografia “aplicada
No seu vigésimo primeiro capitulo Ives Lacoste encere questionamentos no contexto o que é geografia e o que é sergeógrafo, suas limitações, sua separação entre geografia física e humana, seu “papel individual e coletivo no seio da sociedade” (p.197), sua inquietação desde os primórdios, a separação da profissão de “geógrafo e a de cartográfico” (p.199), sua ação e o político no saber pensar dos geógrafos como um todo.
No seu vigésimo terceiro capitulo “Para progressos da reflexão geopolítica na França” Lacoste descreve a questão Geopolítica desde a Segunda Guerra Mundial com reflexo em vários países, e o descaso da França em relação à mesma.
O autor traz reflexões importantes quanto ao uso da geografia em sua totalidade, aquela geografia dos séculos passados, onde ficava escondido o interesse de uma minoria com ligações governamentais com participações políticos e econômicos mundiais. É uma ótima obra para exposição de alunos discentes em licenciatura em geografia, pois compreende o espaço no qual a geografia tinha dentro da política econômica-social, nos levando a comparar com a atual situação de espaço.
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