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18 Brumário De Luís Bonaparte

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Por:   •  29/11/2014  •  1.549 Palavras (7 Páginas)  •  435 Visualizações

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O 18 BRUMÁRIO DE LUÍS BONAPARTE

Marx retoma, no início do texto, a frase de Hegel que afirma que a história se repete duas vezes. E acrescenta que ela se repete da primeira vez como farsa e da segunda como tragédia. Com isso ele justifica o título do texto, que retoma o 18 Brumário de Napoleão Bonaparte, em 1815. Ainda sobre a repetição da história, o autor afirma que “os homens fazem a sua história, mas não a fazem como querem”, ou seja, são levados pelo contexto e pelos processos históricos que ocorrem em sua realidade, única em cada período.

De início, Marx afirma sobre as Revoluções Burguesas, iniciadas no século XVII, na Inglaterra, que estas retomam constantemente preceitos antigos, como a democracia, para que estes legitimem suas revoluções, para que “se iludam nos próprios conteúdos”. Portanto, para Marx, era absolutamente necessário que, na revolução social, os proletários permitissem que os mortos enterrassem seus próprios mortos. Isso significa iniciar um processo inteiramente novo na História, para que esta revolução e esse novo modelo de sociedade não fossem superados.

Durante o texto, Marx retoma conceitos já explicitados em outros textos, especialmente no Manifesto do Partido Comunista, como a luta de classes e a teoria geral sobre o Estado e como o processo para que os mesmos sejam superados. Para ele, tanto a política quanto a própria democracia nada mais eram que uma forma burguesa de administração da máquina estatal e, dessa forma, de manutenção da dominação burguesa sobre a classe proletária. Porém, é importante ressaltar que, para Marx, desde o início, a revolução francesa de 1848 já estava fadada ao fracasso.

O autor divide o período de fevereiro de 1848 à dezembro de 1851 (do início da revolução até o golpe de Luís Bonaparte, período do qual trata o texto) em três períodos principais: o período de fevereiro, o período da Constituição da República ou da Assembleia Nacional Constituinte e o período da República Constitucional ou da Assembleia Nacional Legislativa.

O primeiro foi o prólogo da revolução, em que se instaurou um governo provisório. As Jornadas de Fevereiro tinham como preceito inicial a reforma eleitoral, especialmente a ideia de sufrágio universal. É importante ressaltar, aqui, que o contexto político-econômico francês era altamente desfavorável, com uma população rural e urbana majoritariamente miserável e, portanto, o desejo de reforma eleitoral era a luta por um direito e também contra a dominação da aristocracia financeira. A instauração da República Social foi bem-sucedida principalmente pelo fato de que a Guarda Nacional, responsável pela defesa da monarquia burguesa de Luís Filipe, não criou resistência contra os manifestantes, tornando a derrubada da Coroa possível.

O segundo período foi o da fundação da república burguesa, uma vez que, posterior à uma monarquia burguesa, apenas podia-se instaurar uma república burguesa. Esse processo se deu devido ao fato de que a república socialista se mostrou muito instável, sem apoio popular e, com isso, nas eleições de maio, candidatos conservadores, burgueses, foram eleitos para representar a população. Marx se refere a isso: “enquanto um setor limitado da burguesia governou em nome do rei, toda a burguesia governará agora em nome do povo.” O proletariado de Paris, agora insatisfeito, pegou em armas para realizar a Insurreição de Junho, “o acontecimento de maior envergadura na história das guerras civis na Europa”, que fracassou, uma vez que todos os outros setores da sociedade (aristocracia financeira, burguesia industrial, lumpen-proletariado, pequena burguesia) se tornaram contra eles. Este fato, para Marx, marca o processo de derrota da revolução como um todo posteriormente, uma vez que o proletariado foi utilizado, tanto na Revolução Francesa de 1789 (tragédia) como na Revolução de 1848 (farsa), pela burguesia para que esta alcançasse seus objetivos, porém, uma vez que estes tinham sido conquistados, novamente o proletariado foi colocado em posição subalterna na cena política.

Durante todo o texto, o autor retoma o conceito de luta de classes. Especialmente na composição da Assembleia Nacional Constituinte, houve conflitos intensos de interesses. Aqui, a burguesia republicana, representada pela baixa burguesia, compõe majoritariamente a Assembleia Constituinte por estar aliada aos interesses da burguesia industrial (influente politicamente apesar da industrialização precária da França no período) contra a aristocracia financeira. É colocada de lado pela burguesia “elitista” assim que a redação da nova constituição, baseada em preceitos burgueses, está terminada. Apenas o ideal de sufrágio universal, conquistado pela Revolução de Fevereiro, foi mantido por pressões populares.

Aqui é interessante ressaltar que a ideia de liberdade permeia toda a nova carta da república francesa, desde que não ameace a segurança pública. Mostra-se então a face do que se tornaria o Partido da Ordem, representado pela alta burguesia e que defendia todos os direitos individuais, desde que estes estivessem de acordo com uma certa ordem social: a da dominação burguesa.

O ocaso dos republicanos burgueses ocorre em maio de 1849, quando houve a dissolução da Assembleia Constituinte, quando a massa da burguesia reclama a república como sua propriedade. Aqui, cria-se uma aliança entre os legitimistas e os orleanistas, que formavam a massa da burguesia e que se aliaram para que pudessem governar conjuntamente. Estes formavam o “Partido da Ordem”.

Luís Bonaparte foi eleito em 1849 contrariamente à vontade desse partido, fazendo-se necessário que o novo presidente formasse um ministério com bases no partido para que tivesse estabilidade na posição.

O terceiro período se caracteriza pela formação da Assembleia Legislativa Nacional e conseqüente República Constitucional.

Marx compara a revolução de 1848 com a de 1789, sendo que a primeira teve um desenvolvimento descendente e a segunda, ascendente.

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