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A Conquista Da America - Resenha

Por:   •  15/12/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.047 Palavras (5 Páginas)  •  903 Visualizações

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Resenha da quinta unidade ‘’A Conquista da América’’:

Portilla (1985) em seu texto (A visão dos vencidos) fez uso das fontes escritas disponíveis, como o códex e os hieróglifos em contraposição aos registros europeus, afim de criar essa visão do povo indígena com a chegada dos colonizadores. O fato dessas sociedades mesoamericanas serem sociedades históricas, possibilitou a produção de fontes escritas. Além disso, ao longo do período colonial muitos habitantes locais continuaram resistindo e continuavam a escrever os seus relatos em sua língua nativa. Quando os olhos se voltaram para o estudo das coisas naturais e humanas do Novo Mundo, a historiografia europeia ganhou um novo ar.

Ao decorrer do texto, Portilla menciona vários relatos e pinturas de origem indígena, que como consequência de sua análise, iria possibilitar melhor entendimento desses povos, que posteriormente vieram a escrever várias histórias, cânticos e poemas, que juntamente com as pinturas e os hieróglifos, iriam compor um material importante para o seu estudo. O estudo comparativo das fontes indígenas e dos relatos espanhóis obviamente revelou vários pontos contraditórios, mas o objetivo do autor não se mostra em trazer à tona as divergências de relatos, ele busca testemunhos que viram a acrescentar uma visão diferentes desses povos.

Pode ser identificado que os europeus no momento da conquista faziam um uso utilitarista do conhecimento que os indígenas os passavam, isto é, eles buscavam entender sua cultura para que lhes facilitasse a conquista. É importante dizer que o esforço para compreender esses povos não significa conhecer sua cultura efetivamente e muito menos valoriza-la.

Todorov (1993) ao partir de uma história exemplar, tentara mostrar como aconteceu essa conquista e expor o desafio que é entender o outro e suas diferenças. Por vez, o autor irá explorar algumas explicações que são geralmente propostas para explicar a vitória de Cortez: primeiramente é colocada a ideia de comportamento ambíguo do imperador asteca é relacionado a primeira fase da conquista, Montezuma mostra um comportamento pacífico quase sem resistência a Cortez o que pode ser vinculado a motivos culturais ou de resguardo. Montezuma e descrito como uma pessoa melancólica e corroído por má consciência, corrompido talvez pelo fato de que os astecas usurparam as terras dos toltecas não sendo seus sucessores legítimos. Com a chegada dos espanhóis Montezuma é preso por Cortez sem resistência o que pode ser interpretado como uma vontade de proteger seu povo sem que haja derramamento de sangue, é difícil, porém, entrar na mentalidade desses povos pela escassez de fonte. É pertinente lembrar que essa passividade só é validada para a primeira metade da campanha e que Montezuma morre no decorrer dos acontecimentos. Os sucessores da liderança asteca, imediatamente declaram guerra aos espanhóis, contudo durante a segunda fase da guerra é possível identificar um fator decisivo, Cortez explora os conflitos internos entre os povos que compunham o império asteca, muitos desses povos não se simpatizavam com Montezuma que fora um imperador tirano, autoritário e abusivo, segundo relatos. Dessa forma Cortez conseguira aliados indígenas numericamente comparável aos exércitos mexicanos o que irá proporcionar-lhe sucesso.

Partindo dessa interpretação e cabível evidenciar que a exploração de metais e pedras preciosas que tanto atraiam os espanhóis já era feita como recolhimento de impostos por Montezuma. Os astecas assim como os espanhóis foram invasores e conquistadores. Podemos ver no escrito de Todorov que esse é um processo de assimilação de um povo para outro. Acredito que há uma necessidade de apagar a memória do povo que ali habitava anteriormente, e segundo relatos, é possível observar que assim como os astecas a cem anos atrás destruíram livros antigos dos toltecas parar escreverem a história a seu modo, os espanhóis queimaram seus livros e destruíram os monumentos na mesma intencionalidade.

Ao mencionar a profecia de Las Casas, Todorov expõe uma opinião de heterogeneidade, uma vez que as ideias de Las Casas se mostram vazias de sentido, generalizadoras dependendo do ponto de vista. É difícil estabelecer um sentimento de igualdade, de entendimento do outro com seus próprios valores sem usar conceitos externos, os respeitando como são. O fato de Cortez ter consciência dos seus atos não significa que ele compreendia a lógica dos indígenas que ali habitavam, ou muito menos que os respeitava: a relação dos espanhóis era excepcionalmente funcional, autoritária e de dominação, não era uma comunicação que abrangia a cultura indígena em si. Por esse motivo devemos ter cuidado ao realizar o estudo de povos colonizados a ideia de superioridade dos europeus em relação aos indígenas devem ser descartadas, pois é possível observar que ali houve uma troca de culturas, que possibilitou tanto o desenvolvimento de coisas novas para os europeus quanto para os povos mesoamericanos. A história exemplar nos dá a possibilidade de reflexão de ‘’estabelecer o conhecimento de si pelo outro’’.

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