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Avaliação História

Por:   •  26/4/2024  •  Trabalho acadêmico  •  1.549 Palavras (7 Páginas)  •  25 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA

AVALIAÇÃO II

HISTÓRIA E EDUCAÇÃO: REDE DE COMUNICAÇÃO E MÍDIAS

Brunna Lourenço da Silva

(brulourencos@ufu.br)

UBERLÂNDIA

2022

INTRODUÇÃO

O documentário O Dilema das Redes foi lançado pela plataforma de streaming Netflix no ano de 2020 pelo cineasta Jeff Orlowski. Em um curto resumo, o documentário apresenta depoimentos de ex-funcionários das gigantes das Big Techs. Os depoimentos apresentam, por alto, o grande risco do uso excessivo das redes sociais, além dos perigos sociais e governamentais. Um dos pontos principais do documentário é a questão da influência das redes sociais no estilo de vida das pessoas. Além disso, outros temas importantes são abordados, como a questão dos algoritmos de acesso a partir do consumo de dados, a influência da internet no resultado das eleições e sobre a questão da pós-verdade. Um ponto muito citado no documentário é a questão do usuário ser o principal produto de consumo da internet.

Sevcenko, em sua obra "A Corrida para o Século XXI: No loop da montanha russa", trabalha com a metáfora de que o loop do desenvolvimento tecnológico funcionava assim como os brinquedos dos parques de diversão, causando experiências e perspectivas inusitadas que alteravam a percepção de cada um, mas principalmente, a percepção do mundo no geral. Ele usava o termo loop como uma metáfora para explicar os momentos de grande desenvolvimento tecnológico e os momentos de crise e estagnação da área.

Manuel Castells será abordado com sua principal obra na presente resenha, "A Era da Informação", uma obra que trabalha com o desenvolvimento tecnológico na Era Digital. Castells apresenta o desenvolvimento tecnológico todo o processo evolutivo em áreas como telecomunicações, microeletrônica e, principalmente, na Internet. Dentro do livro, Castells faz uma análise sobre as relações humanas depois da Era Digital e como a Internet foi capaz de movimentar questões políticas em todo o mundo.

O objetivo do presente trabalho é apresentar uma resenha crítica do documentário citado acima, “O Dilema das Redes”, relacionando-o com as obras de Nicolau Sevcenko e Manuel Castells, estudados em sala de aula. O principal ponto da relação entre o documentário e os dois textos é a manipulação tecnológica no mundo onde vivemos.

DESENVOLVIMENTO

Em um aparato histórico, lembra-se que o primeiro computador foi desenvolvido na década de 1940, nos Estados Unidos da América e na Inglaterra, por Alan Turing. Com uma memória de menos de 1MB e com o peso de aproximadamente 30 toneladas, o equipamento foi o responsável por um grande passo na questão da evolução tecnológica no mundo.

De acordo com Castells (1999), a Internet surgiu cerca de 30 anos depois como uma demanda do Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América durante o período da Guerra Fria para que o exército não perdesse a comunicação com o governo no caso de um ataque nuclear advindo da Rússia. Até então, tanto o uso dos computadores quanto o da Internet eram utilizados apenas por três grupos: pelo governo (e suas subdivisões), por alguns cientistas e por poucos jornalistas (que trabalhavam em grandes emissoras dos EUA, por exemplo).

Castells também apresenta que só na década de 1990, com a quebra das patentes da Internet e, consequentemente, a sua privatização, que o grande público passou a ter acesso à internet. Embora fosse de qualidade baixa, se comparada com as velocidades que encontramos no mundo atual, o acesso à internet era realizado no período da madrugada dos dias de semana, e no dia todo aos finais de semana, quando o valor da tarifa discada era completamente reduzido.

O loop da Revolução Tecnológica proposto por Sevcenko (2004) começava, primeiramente, no século XVI, com o desenvolvimento das grandes navegações, passando pela Revolução Industrial até chegar na Era Digital. Para o autor, o termo loop significava basicamente os períodos de grande euforia tecnológica, com picos de progresso na evolução tecnológica, e nos picos de estagnação, que são os períodos de crise e de baixo desenvolvimento/investimento tecnológico.  

O documentário “O Dilema das Redes” apresenta uma série de problemas causados pelo grande acesso às grandes mídias. Na introdução, alguns executivos de Big Techs (Twitter, Google, Facebook, Pinterest, etc) dão curtos depoimentos sobre o que eles consideram ser um grande problema das redes sociais. Dentre os problemas mencionados pelos executivos são a questão da manipulação do usuário para diversos fatores: eles citam a questão do consumo (manipulação de mercado para vendas de produtos patrocinados), a questão da manipulação comportamental, a questão da Internet e o uso de tecnologias virar patologia (o vício e a expansão de doenças mentais relacionadas ao uso da Internet).

Mas o principal ponto abordado pelo documentário é realmente a questão da era da desinformação: Primeiramente, eles falam sobre como o uso das fake news era um fator de crescimento para as redes sociais, pois houve um boom na quantidade de usuários que entravam (ou uma grande quantidade de acesso por meio de bots que impulsionam perfis e postagens de extremistas), e de como o engajamento dessas contas eram importantes financeiramente para as empresas. Um dos empresários ainda cita a desinformação na era da pandemia Covid-19 e como a Internet foi essencial para a disseminação de notícias falsas e desinformação sobre a produção de vacinas, o que gerou uma onda conspiracionista ainda maior.

Tanto o documentário quanto os dois autores apresentam um fator em comum: O desenvolvimento da internet apresentou fatores benignos, tanto como a facilitação de comunicação entre pessoas em todas as partes do mundo, quanto o desenvolvimento de tecnologias que beneficiam o bem-estar pessoal e a melhoria de vida de pessoas com diversos tipos de deficiência, etc. Mas, por outro lado, o desenvolvimento progressivo das redes também causou uma mudança de proporções políticas.

O desenvolvimento político a partir das redes gerou o que o documentário cita como “a era da pós-verdade”. As pessoas passavam a acreditar que, se estava na internet, poderia ser considerado real sem uma checagem de fatos. E sistemas governamentais no mundo todo se aproveitaram dessa condição. Sobre isso, Castells (1999) afirma que: "A Internet é, sem dúvida, uma tecnologia da liberdade, mas pode servir para libertar os poderosos e oprimir os desinformados, e pode conduzir à exclusão dos desvalorizados pelos conquistadores do valor.” Hoje, podemos observar que qualquer vertente política usa as redes como principal forma de conquistar o público, seja como forma de atrair votos, ou como fonte de desinformação para atacar outros candidatos.

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