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Comunidades Indígenas Do México, Peru E Brasil

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Por:   •  11/9/2013  •  659 Palavras (3 Páginas)  •  462 Visualizações

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Após séculos de políticas preocupadas em integrar os povos originais à sociedade, mas sem levar em conta seus costumes, o México se encontra imerso no que vários analistas consideram como uma nova etapa histórica, baseada no respeito às suas próprias formas de vida, que, por sua vez, não está isenta de complicações.

"Nós, que temos uma formação ocidental, não temos o direito de trocar seus próprios conceitos de felicidade, já que são mais felizes do que nós. O que temos que fazer é ajudar os indígenas a viverem melhor", afirmou Xabier Abreu, diretor-geral da Comissão Nacional para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas (CDI).

Durante a inauguração do Museu Indígena - no Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado no dia 9 de agosto -, o principal responsável da CDI lembrou que no México, onde 15,7 milhões de pessoas são consideradas indígenas (14% da população), a relação da sociedade com os indígenas mudou notavelmente.

"As culturas indígenas do México são muito diferentes do que há 500 anos; houve o diálogo intercultural e algumas aprendizagens de um lado e de outro", apontou Abreu, que destacou o valor do respeito à terra presente nas sociedades ancestrais. Segundo ele, a sociedade atual deveria aprender essa lição.

De acordo com o principal responsável pela CDI, além de reduzir as brechas sociais e econômicas entre os povos indígenas e o resto da população, o principal desafio que o México enfrenta é que as leis não trabalham uma "política indigenista, mas indígena". Ou seja, "que sejam eles os responsáveis por decidir o que deverá ser feito".

Neste sentido, o reconhecido sociólogo Rodolfo Stavenhagen explicou à Agência Efe que a relação com os povos indígenas esteve marcada durante séculos por uma ideia de que existe um "progresso unilateral" do primitivo ao moderno.

"Desde o século XIX, as pessoas no meio urbano possuem a visão de que o progresso passa por uma etapa primitiva em direção à modernidade e à alta civilização. E quem ficou no caminho, ficou para atrás no trem da história", confirmou.

Neste contexto, aparecem as políticas de "integração" que foram desenvolvidas no México já no século XX, as mesmas que se tivessem ocorrido atualmente, teriam representado um "etnocídio" e um crime contra a humanidade, já que, segundo o analista, "essas políticas forçavam os povos indígenas a adotar os gestos e comportamentos da cultura dominante".

A mudança, de acordo com Stavenhagen, começou a ocorrer nas últimas duas décadas e esteve profundamente influenciada pelos próprios habitantes, que passaram a ter "consciência" de sua cultura e de sua visão do mundo e, por consequência, se transformaram em pessoas cada vez mais ativas.

A declaração das Nações Unidas sobre os direitos humanos dos povos indígenas de 2007 veio reforçar um processo que, como assinalou especialista, permitiu a existência de um "aparato" legislativo cada vez mais eficiente.

Além disso, Stavenhagen lembrou que o México se reconhece como culturalmente diverso de maneira oficial desde 1992. Posteriormente, em 2001, a sociedade também passou a reconhecer a coexistência de múltiplos povos

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