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Fichamento de Partilha europeia e conquista da África: apanhado geral

Por:   •  30/8/2017  •  Abstract  •  1.178 Palavras (5 Páginas)  •  1.383 Visualizações

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Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)

Departamento de História

Disciplina: História da África I

FICHAMENTO

Bibliografia

UZOIGWE, Godfrey N.. “Partilha europeia e conquista da África: apanhado geral”. In: BOAHEN, A. Adu (ed.). História Geral da África - A África sob dominação colonial, 1880-1935. 2.ed. rev. Brasília: UNESCO, 2010, vol. VII, cap 02, p. 21-50.

Ideia central

O autor expõe atividades de cunho imperialista de potências europeias do século XIX no território africano e a ocupação efetiva por força militar ao encontrarem resistência dos africanos usurpando a soberania destes povos.

Argumentos

Teorias como teoria econômica, teorias psicológicas, teorias diplomáticas e teoria da dimensão africana são apresentadas pelo autor para explicar os porquês das ocupações: “teorias a que essa mutação capital da história africana deu origem.’. (p. 22). Sendo a teoria econômica a que explica que as potências interessadas em obter lucros para alimentar o sistema capitalista investem na "política de expansão imperialista em escala mundial" (p. 22) na intensão de obter mais territórios tornando explicito a exploração colonialista. Já as teorias psicológicas apresentadas com o darwinismo social, onde o "forte domina o fraco na luta pela existência"(p. 25), o cristianismo evangélico, onde "a partilha da África se devia, em parte não desprezível, a um impulso “missionário”, em sentido lato, e humanitário, com o objetivo de “regenerar” os povos africanos", e o atavismo social onde o autor cita que Joseph Schumpeter entende "ser um desejo natural do homem: dominar o próximo pelo prazer de dominá‑ lo"(p. 26) e que "o imperialismo seria, portanto, um egoísmo nacional coletivo: 'a disposição, desprovida de objetivos, que um Estado manifesta de expandir‑se ilimitadamente pela força'”(p. 26). As teorias diplomáticas "oferecem a explicação puramente política da partilha"(p. 26) com o prestígio nacional, o equilíbrio de forças e a estratégia global. E para finalizar, a teoria da dimensão africana, a que melhor explica, segundo o autor. Esta trata da examinação da partilha do ponto de vista do africano e credita-lhe "que a resistência africana à crescente influência europeia precipitou a conquista efetiva"(p. 30).

O Autor apresenta três acontecimentos como importantes para o início do processo. Primeiro, o interesse que o rei belga, Leopoldo I, demonstrava pela áfrica, em seguinda, as atividades de Portugal e finalizando, "o caráter expansionista da política francesa"(p. 32).

A Conferência de Berlim, concretizada por Bismark, reuniu as potências imperialistas europeias do século XIX mais os EUA, entre 1884 e 1885, e dividiu o território africano entre essas nações. "A conferência não discutiu a sério o tráfico de escravos nem os grandes ideais humanitários que se supunha terem‑na inspirado. Adotaram‑se resoluções vazias de sentido, relativas à abolição do tráfico escravo e ao bem‑estar dos africanos."(p. 33). O que de fato aconteceu foi a definição das esferas de influência, que era o "documento assinado pelos participantes da conferência, toda nação europeia que, daí em diante, tomasse posse de um território nas costas africanas ou assumisse aí um 'protetorado', deveria informá‑lo aos membros signatários do Ato, para que suas pretensões fossem ratificadas"(p. 33), e da hinterland, que era a extensão da usurpada soberania para o interior daquela zona costeira. As potências, de forma literal tomaram para si o direito de decidir a soberania dos povos africanos. De forma sem precedentes "jamais um grupo de Estados de um continente proclamou, com tal arrogância, o direito de negociar a partilha e a ocupação de outro continente."(p. 35)

As esferas de influência já existiam antes da conferência com "a instalação de colônias, a exploração, a criação de entrepostos comerciais, de estabelecimentos missionários, a ocupação de zonas estratégicas e os tratados com dirigentes africanos"(p. 35). Após a conferência, os tratados foram institucionalizados para que as decisões de partilha fossem oficializadas. Foram de dois tipos: os afro-europeus e os bilaterais (entre os europeus). Nos afro-europeus houve os tratados políticos onde "os dirigentes africanos ou eram levados a renunciar a sua soberania em troca de proteção, ou se comprometiam a não assinar nenhum tratado com outras nações europeias."(p. 35) "Os africanos celebravam esses tratados por diversas razões, mas principalmente em nome do interesse de seu povo. Em certos casos, aspiravam a estabelecer relações com os europeus na esperança de tirar daí vantagens políticas relativamente a seus vizinhos. Às vezes, um Estado africano em posição de fraqueza assinava um tratado com uma potência europeia esperando poder assim libertar‑se da vassalagem a outro Estado africano que lhe impunha sua soberania. Este último também podia desejar um tratado, contando utilizá‑la para manter em obediência os súditos recalcitrantes. Por fim, certos Estados africanos imaginavam que, celebrando um tratado com um país europeu, salvaguardariam a independência ameaçada por outras nações europeias."(p. 36). Esses tratados foram bastante decisivos na questão da partilha. Já os bilaterais definiam entre os europeus as áreas de influencia, caso não houvesse contestação, a pretensão era convertida em direito de soberania. "Uma zona de influência, portanto, nascia de uma declaração unilateral, mas ela só se tornava realidade uma vez aceita, ou pelo menos não contestada por outras potências europeias."(p. 37)

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