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SERVIÇO SOCIAL

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Por:   •  7/10/2013  •  7.234 Palavras (29 Páginas)  •  313 Visualizações

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SERVIÇO SOCIAL E EDUCAÇÃO: OLHARES QUE SE ENTRECRUZAM

educação. serviço social. intervenção profissional.

INTRODUÇÃO

O Serviço Social vive hoje a expansão profissional através de novos espaços sócio-ocupacionais e a (re) inserção no cenário da política educacional, tem revelado um grande desafio à profissão, pois aos assistentes sociais apresenta-se a necessidade de engajarse nas instituições escolares, de elaborar e de implementar projetos de integração dos aspectos sociais e educacionais vividos pelos destinatários dessa política social, de inserir-se profundamente na

dinâmica do conhecimento pedagógico e das suas legislações que marcaram a construção de políticas educacionais nesse país.

O assistente social hoje, busca fundamentar sua formação profissional a partir das novas Diretrizes Curriculares, com uma flexibilidade das disciplinas, podendo contemplar especificidades regionais e demandas geradas pelas necessidades, através de interlocuções com outras áreas do saber (pluralismo), a * Doutora em Serviço Social pela FHDSS /UNESP – Franca/SP, membro do Grupo de Pesquisa: Família, Sociedade e Educação: Perspectivas e Tendências da UNESP/Franca e docente do Curso de Serviço Social do UNIFEB/Barretos/SP.

indissociabilidade nas dimensões ensino, pesquisa e extensão e a adoção de uma teoria social crítica que possibilite a apreensão da totalidade social em suas dimensões de universalidade,

particularidade e singularidade.

Nessa perspectiva, é que o Serviço Social busca construir um perfil profissional na política educacional, conquistando espaços, protagonizando ações que possibilitem intervenções profissionais criativas, propositivas, estratégicas, ousadas, destemidas e comprometidas com a transformação social.

Pode-se afirmar uma presença do profissional, assistente social, na política educacional brasileira? E/ou um Serviço Social Escolar? Em que diferenciam essas expressões ou atuações? Fatos históricos revelam que houve a tentativa da atuação da profissão nesta política social pública e privada, através de vários trabalhos isolados, em municípios do Brasil sem muitos avanços, contudo uma história tende a ser traçada no início desse terceiro milênio e escrita novamente, com apelos de organização da categoria na elaboração de leis que garantam efetivamente a atuação do Serviço Social na política educacional brasileira.

OLHARES QUE SE ENTRECRUZAM...

O Serviço Social do início do século XX, nasce como uma profissão prático-interventiva, através de várias instituições prestadoras de serviço que atendiam às necessidades sociais de uma sociedade excluída do acesso à riqueza. Tem-se, a partir de então, condições históricas e materiais que justificam e ampliam essas ações sociais, determinando a legitimidade de uma profissão.

A presença de um Estado que se redefinia politicamente e assumia a tarefa de prestador de serviços sociais à população de baixa renda, fortalecia a dependência de uma parcela da população que se tornava destinatária dependente dos serviços sociais assistencialistas.

No campo educacional, o Serviço Social surgiu em 1906, nos Estados Unidos, quando os Centros Sociais designaram visitadoras para estabelecer uma ligação com as escolas do bairro, a fim de averiguar por que as famílias não enviavam seus filhos à escola, as razões da evasão escolar ou a falta de aproveitamento das crianças e a adaptação destas à situação da escola. O mesmo trabalho ocorria na Europa junto ao campo assistencial que atendia as Serviço Social 184 & Realidade, Franca, v. 18, n. 2, p. 182-206, 2009 crianças abandonadas ou órfãs, mães solteiras, colocação em lares substitutos ou para adoção e serviços em instituições fechadas. Em vários países, ocorria o atendimento às crianças em suas famílias que não recebiam orientações necessárias para seu desenvolvimento e muitas eram vítimas de maus tratos por parte dos pais ou responsáveis.

Outros trabalhos na área escolar eram especializados no setor da saúde, resolvendo problemas de aprendizagem relacionados à saúde dos alunos (VIEIRA, 1977, p. 67).

O trabalho desenvolvido pelo Serviço Social Escolar (assim intitulado) integrava a equipe multidisciplinar juntamente com psicólogos e professores. O objetivo era atender os alunos com problemas de aprendizagem. A tendência do Serviço Social era atender as dificuldades de caráter individual e familiar, configurados como problemas sociais, apresentados no espaço

escolar.

Na América Latina, o trabalho profissional na área escolar embora atendesse individualmente, buscava a relação da escola com a comunidade através da família dos alunos.

O Serviço Social até recentemente, não privilegiava a área da educação como campo de trabalho, sua história aponta para os “congressos internacionais e nacionais que estudavam a profissão em sua aplicação na sociedade para resolver os problemas apresentados dentro de determinado campo” (VIEIRA, 1977, p. 66).

No Brasil, há relatos históricos de que os Estados de Pernambuco e Rio Grande do Sul no ano de 1946, foram pioneiros no debate e no início do trabalho acerca do Serviço Social Escolar.

No Estado do Rio Grande do Sul, o Serviço Social foi implantado como serviço de assistência ao escolar na antiga Secretaria de Educação e Cultura. Suas atividades eram voltadas à identificação de problemas sociais emergentes que repercutissem no aproveitamento do aluno, bem como à promoção de ações que permitissem a adaptação dos escolares ao seu meio e o equilíbrio social da comunidade escolar.

Os assistentes sociais eram requisitados a intervir em situações escolares consideradas desvio,

defeito ou anormalidade social. (AMARO, 1997, p. 51). E, em 1957, ocorre em Porto Alegre um Seminário com o tema: ”Educação para Adultos e Desenvolvimento de Comunidade”, realizado pela Conferência Internacional de Serviço Social (C.I.S.S.) e a União Serviço Social & Realidade, Franca, v. 18, n. 2, p. 182-206, 2009 185 Católica Internacional de Serviço Social (U.C.I.S.S), refletindo que a intervenção no espaço educacional seguia a lógica desenvolvimentista voltada à preparação social dos indivíduos a fim de torná-los, segundo suas aptidões, cidadãos produtivos e úteis ao capital (VIEIRA, 1977, p. 178).

Até meados da década de 1970 o Serviço Social teve uma vinculação ideológica por subordinação

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