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A IMPORTÂNCIA DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E GRAMÁTICA NO ENSINO

Por:   •  30/10/2020  •  Artigo  •  34.206 Palavras (137 Páginas)  •  287 Visualizações

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A IMPORTÂNCIA DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E GRAMÁTICA NO ENSINO

Aurilene Paula Fernandes Artiz

Jaqueline Koehler

RESUMO

Este trabalho refere-se a uma pesquisa bibliográfica realizada através da linha de pesquisa de Cognição e Linguagem. O tema escolhido para esta discussão é “A Importância da Variação Linguística e Gramática no Ensino. O objetivo principal para sua realização é entender a problemática do ensino de gramática e variação linguística nas escolas, buscando concepções de autores sobre o tema. Sabemos que a função da escola é ensinar a língua portuguesa, mas a problemática que envolve o tema é, de que forma ensinaremos língua portuguesa? Para a realização deste artigo partimos da afirmação de que a maneira de ensinar e aprender a língua portuguesa nas escolas tem se modificando ao longo dos anos, mas ainda temos um longo caminho a ser percorrido. Em muitos lugares a gramática ainda é mais importante do que a própria língua. A fala do aluno, carregada de variações linguísticas é desvalorizada pela escola e pelo professor.  Nesta abordagem, consideramos que tanto a variação linguística quanto o ensino de gramática exercem papeis básicos no processo de aquisição do conhecimento e ampliação dos horizontes cognitivos.

Palavras-chave: Linguagem. Gramatica. Variação Linguística.  

1 INTRODUÇÃO

O tema escolhido para este artigo é “A Importância da Variação Linguística e Gramática no Ensino. Ao pesquisar o tema entendemos como duas vertentes de estudo muito discutidas nos dias atuais. A maior parte destes debates esbarram na maneira com que estes assuntos são trabalhados na educação básica. Partimos do pressuposto de que estas temáticas não estão sendo trabalhadas de maneira adequada pelos professores dentro de sala de aula. A variação é inerente à língua.

A maneira de falar dependerá da organização lógica do pensamento do indivíduo por meio de uma linguagem articulada e organizada. Para que essa organização aconteça, são necessárias regras que possibilitam o falar e o escrever bem. Essas regras são as gramáticas normativas defendidas pelos linguistas tradicionais. O modo como um texto é constituído não depende da situação da fala e para quem se fala e sim a maneira como cada indivíduo expressa seu pensamento.

É notório que a maneira de aprender e ensinar a língua portuguesa nas escolas tem se modificando ao longo dos anos, mas ainda temos um longo caminho a ser percorrido. No entanto, em muitos lugares, a gramatica ainda é mais importante que a própria língua, a função social da língua não faz parte do trabalho do professor. A fala do aluno carregada de variações linguísticas é desvalorizada pela escola e especialmente pelo professor de língua materna, como se nela não houvesse nenhum fator ou aspecto que exigisse no mínimo curiosidade do professor.

Abordamos também as variações linguísticas existentes na língua, as reflexões sobre o ensino de gramática e ortografia e, por último, discutimos aspectos sobre o trabalho com a leitura e produção de textos.

Para a realização deste trabalho optou-se pela pesquisa bibliográfica qualitativa e descritiva, utilizando livros, periódicos e artigos de autores que discutem o tema. Como método de pesquisa utilizou-se também sites da internet para pesquisa de artigo publicados sobre o tema.

2 Fundamentação Teórica

Como a linguagem é a forma como o ser humano se comunica, e assim, representa um conjunto de símbolos, que juntos formam um código para a comunicação, seria esperado que a escola ensinasse este código, na sua forma correta e essencial. Esta realidade se deu por muitos anos, e a gramatica normativa predominou durante alguns séculos nos ensinos de língua portuguesa no Brasil. Porém, conforme as modernizações e os avanços ocorridos nos últimos tempos, a linguagem gramatical começou a ser vista de uma forma diferente.

Segundo Geraldi (1984, p. 41), existem três concepções de linguagem:

A linguagem é a expressão do pensamento: essa concepção ilumina, basicamente, os estudos tradicionais. Se concebemos a linguagem como tal, somos levados à afirmações correntes de que pessoas que não conseguem se expressar não pensam. (GERALDI 1984, p. 41)

Analisando a linguagem como um instrumento de comunicação, essa concepção está ligada à teoria da comunicação e vê a língua como código (conjunto de signos que se combinam segundo regras) capaz de transmitir ao receptor certa mensagem. Em livros didáticos, é a concepção confessada nas instruções ao professor, nas introduções, nos títulos, embora em geral seja abandonada nos exercícios gramaticais.

A linguagem como forma de interação, vai além de possibilitar uma transmissão de informações de um emissor a um receptor, a linguagem é vista como um lugar de interação humana. Por meio dela, o sujeito que fala pratica ações que não conseguiria levar a cabo, a não ser falando; com ela o falante age sobre o ouvinte, constituindo compromissos e vínculos que não preexistem à fala.

Já na concepção de linguagem como expressão do pensamento, temos a fala como a tradução do pensamento, a expressão é totalmente individualizada sendo produzida no interior da mente do indivíduo, não recebendo influencia alguma do mundo, a não ser da norma prescrita pela gramática tradicional.

KocK (1997) expõe que esta é a mais antiga das concepções, mas que ainda conta com seus defensores na atualidade. Nesta concepção, o homem representa para si o mundo por meio da linguagem e, assim sendo, a função da língua é representar seu pensamento e seu conhecimento de mundo.

A maneira de falar dependerá da organização lógica do pensamento do indivíduo por meio de uma linguagem articulada e organizada. Para que esta organização aconteça, são necessárias regras que possibilitam o falar e o escrever “bem”. Essas regras são as gramaticas normativas defendidas pelos linguísticas tradicionais. O modo como o texto é constituído não depende da situação da fala e para quem se fala e sim da maneira como cada indivíduo expressa seu pensamento.

Travaglia (2005, p.21) afirma que para essa concepção “as pessoas não se expressam bem porque não pensam”. Ressaltamos que se expressar bem, de acordo com essa concepção, é se expressar conforme as regras da gramatica tradicional. Por esse motivo, no século XIX e anteriores, o ensino de Língua Portuguesa se dava por meio da imposição das normas gramaticais, sobretudo da norma de modelo europeu.

Na concepção linguagem como instrumento de comunicação, é constituída pelas ideias estruturalistas, as quais defendem ser a linguagem constituída por um sistema de códigos, conjunto de signos que se combinam conforme regras, que permitem a transmissão de mensagens. Segundo Travaglia (2005), esses códigos devem ser dominados pelos falantes para que a comunicação aconteça.

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