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A Língua Portuguesa Na Escola Ontem E Hoje

Por:   •  7/11/2015  •  Resenha  •  880 Palavras (4 Páginas)  •  989 Visualizações

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SILVA, V.; CYRANKA, L. A Língua Portuguesa Na Escola Ontem E Hoje. Linhas Críticas. Brasília: Faculdade de Educação/UnB, v.15, n.29, p.271-287, 2009.

O artigo foi escrito a partir de uma dissertação de mestrado pela aluna Vanessa Silva da UFF, em parceria com Lucia Cyranka, que possui mestrado em Letras pela UFRJ / Universidade Federal de Juiz de Fora (1979), onde atuou como professora, no Departamento de Letras.

Dividido em cinco partes, o texto aborda a problemática do descompasso no ensino da Língua Portuguesa nas escolas brasileiras, fazendo um histórico da língua, dos diferentes modos de ensino e as concepções da linguagem. O Português brasileiro nasce através da diversidade, anulando a possibilidade de unidade em sua formação, visto que, coexistiam duas línguas faladas: as línguas indígenas e a trazida pelos colonizadores portugueses.

Além de não ser considerada uma língua prevalente, esta não estava presente no currículo escolar, sendo utilizada somente como instrumento para alfabetização, pois, as poucas pessoas que eram escolarizadas na época da colônia pertenciam à elite, que mantinham o interesse no estudo do latim, sabendo que, o português não possuía valor cultural. É extremamente importante evidenciar o processo que ocorreu em 1750, quando Marques de Pombal, tornou obrigatório o ensino do português nas escolas, fazendo parte do currículo nas formas de retórica, poética e gramática, que somente mais tarde se unificaram em uma única disciplina, sinalizado a presença da tradição gramatical. Em uma entrevista em 2003, a autora Ingedore Koch afirma que o ensino deve ser estendido de forma a tornar o texto objeto central de estudo priorizando a leitura e produção, levando o aluno à reflexão, e não somente focar na gramatica como ocorria até os anos 40 e permanece em algumas escolas tradicionalistas.

Nas décadas de 50 e 60, democratiza-se a escola, devido a grande marca de reivindicações do direito a escolarização, agora os filhos dos burgueses dividem a sala de aula com os filhos de trabalhadores, contudo, a variação linguística se tornou presente nas escolas devido ao aumento da quantidade de alunos, determinando também menor exigência na contratação de professores, devido a crescente demanda. Acentua-se então a depreciação do fundo docente, onde não é mais esperada do professor a tarefa de elaborar questões e exercícios, pois remete ao autor do livro didático, fato que leva ao questionamento do real papel do professor em sala de aula. Conclui-se que as modificações destas décadas não alteram o ensino da disciplina que ainda é vista como um sistema, baseada nos estudos tradicionais, resultando nos anos 70, total fracasso no ensino da língua detectado nos alunos concluintes do ensino médio.

Em 1970, instaura-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, feita no governo militar instaurado segundo objetivos da ideologia militar, em que a importância se dava para a comunicação. Independente dos motivos específicos da época se vê atualmente a mesma preocupação no estudo da língua relacionada à comunicação, vista especialmente nas abordagens dos gêneros textuais.

Encarar a língua como sistema abstrato e homogêneo está em contramão com as variáveis externas: como idade, sexo, etnia, classe social, estilo. Portanto, é utópica a ideia de anular a diversidade da língua falada, buscando somente a prática da norma culta no discurso escolar. Já dizia o linguista Michael Bakhtin “o único objeto real e material de que dispomos para entender o fenômeno da linguagem humana é o exercício da fala em sociedade”.

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