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A POÉTICA SOCIAL DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Por:   •  11/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  596 Palavras (3 Páginas)  •  262 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ – CUFSA

FAFIL – FACULDADE DE FILOSOFIA CIÊNCIAS E LETRAS

SAMIRA CUSTÓDIO DINIZ – MATRÍCULA Nº 1190 – LETRAS – 4ºB

A POÉTICA SOCIAL DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Carlos Drummond de Andrade, nascido aos 31 de outubro do ano de 1902, em Itabira do Mato Dentro – MG, formado em farmácia, para realizar um desejo de sua família, foi um dos maiores poetas brasileiros. Suas obras abordam diversos temas, e, por isso, foram divididas em fases. Aqui, constarão algumas considerações sobre a fase social do autor.

No livro A Rosa do Povo, datado de 1945, consta boa parte dos poemas de cunho social de Drummond. Neles, o poeta deixa de lado a subjetividade (encontrada nos poemas da primeira fase, também chamada de “fase gauche”) e trata do engajamento e compromisso com o social, a humanidade. Há, entretanto, uma lógica nessa mudança de temática.

Na poesia, o livro representa os pontos entre a participação política e o conflito com o capitalismo, criticado pelo escritor, que se coloca em outro ponto, sendo contrário a esse movimento e favorável ao comunismo, como forma de manter a igualdade, sem diferenciação. Há o desejo de falar ainda mais sobre a realidade, esta, sendo vivida no contexto histórico ao qual está inserido: vive-se, nesta fase do Modernismo, a II Guerra Mundial e, não podemos esquecer, a Ditadura no Brasil, durante o governo de Getúlio Vargas.

Está presente na temática dos poemas sociais a questão da responsabilidade moral e a culpa carregada, certa rejeição ao egocentrismo que era, até então, marca presente nos poemas; passa-se a falar em solidariedade, os problemas do mundo, o ser humano visto como tal. Trata também da luta das classes e do povo, de maneira geral, pelo novo, para impugnar a justiça. A respeito dessas marcas sociais, no poema “O Medo” há destaque para o registro da ordem política injusta instaurada no país: {...} Somos apenas uns homens/ e a natureza traiu-nos./ Há as árvores, as fábricas,/ Doenças galopantes, fomes. {...} Assim nos criam burgueses,/ Nosso caminho: traçado./ Por que morrer em conjunto?/ E se todos nós vivêssemos?{...}. O poeta critica a forma com que a vida está sendo conduzida; as guerras, revoluções... O motivo das pessoas terem de morrer ao invés de viver.

Outro poema que evidencia essa crítica é “A Morte do Leiteiro”, que fala do cotidiano e como muitas pessoas eram tidas por invisíveis: {...} Mas o homem perdeu o sono/ de todo, e foge pra rua./ Meu Deus, matei um inocente./ Bala que mata gatuno/ também serve pra furtar/ a vida de nosso irmão. {...} A noite geral prossegue,/ a manhã custa a chegar,/ mas o leiteiro/ estatelado, ao relento,/ perdeu a pressa que tinha. {...}. Este poema é uma crítica evidente ao social; fala das pessoas que são tratadas apenas como coisas, não são vistas como humanos que de fato são.

Há, evidentemente, tantos outros poemas de Drummond que têm caráter social, que criticam e mostram outra face tanto do autor como da sociedade em geral. Destaca-se, também, seu compromisso com a moral, o humanismo e o ideológico. Para ele apenas a solidariedade não bastaria para conter as injustiças, seria necessário que o egocentrismo fosse posto de lado, mudando as ideias e interesses.

A poética social de Drummond faz pensar que tudo aquilo que foi escrito é completamente atemporal; vivemos, ainda, em um mundo completamente egoísta e machado pelas vontades individuais; o ser humano é deixado de lado, foca-se apenas nos interesses de cada um. O sonho e esperança de um lugar melhor, onde todos são iguais e há respeito mútuo continua longe de tornar-se realidade.

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