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Concepções Presentes Em Um Curso De Formação Docente

Por:   •  20/3/2024  •  Trabalho acadêmico  •  3.364 Palavras (14 Páginas)  •  24 Visualizações

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O SER PROFESSOR:

CONCEPÇÕES PRESENTES EM UM CURSO DE FORMAÇÃO DOCENTE

RESUMO: A identidade docente é resultado de um processo de construção influenciado por vivências e concepções. A pesquisa intitulada O ser professor: concepções presentes em um curso de formação docente, indaga qual a concepção que alunas concluintes do Magistério, da região norte do Alto Uruguai Gaucho, apresentam sobre o ser professor. O estudo, de caráter qualitativo e investigativo, orientou-se pelo enfoque exploratório, mediante pesquisa bibliográfica e de campo. Os dados foram coletados mediante aplicação de questionário anônimo. Para análise e síntese das informações registradas, utilizou-se o método de Análise de Conteúdo. Os resultados assinalam que a quase totalidade dos registros apontam para conceitos diversificados e superficiais com relação ao ser professor, revelando concepções incorporadas do senso comum.

Introdução

Refletir acerca da identidade docente  significa desvelar acepções que, implícita  ou explicitamente, constituem-se como  sustentáculos balizadores do/no exercício  profissional. A identidade docente é resultado  de uma construção subjetiva e sócio-cultural  histórica.  

As considerações elencadas são respos tas construídas, considerando o problema  de pesquisa, ou seja: qual a concepção que  alunas concluintes do Magistério, da região  norte do Alto Uruguai Gaucho, apresentam  sobre o ser professor

O estudo, de caráter qualitativo e inves tigativo, orientou-se pelo enfoque explora tório, mediante pesquisa bibliográfica e de  campo, contato com os sujeitos pertencentes  ao universo pesquisado, coleta de dados, e  por fim, análise, interpretação e síntese das  informações coletadas. Para a interpretação  dos dados, utilizou-se o método Análise de  Conteúdo. 

O intento, na primeira parte deste estudo,  é compreender como se configura a identi dade docente e, para isso, o texto apresenta  a sistematização e análise de elementos  bibliográficos relacionados à temática. No  seguimento, partindo do pressuposto que  concepções orientam a ação pedagógica e  interferem na construção da identidade pro fissional docente, os dados coletados estão  sistematizados, contemplando a escopo da  investigação. 

1 A construção da identidade  docente

A identidade docente é resultado de uma construção subjetiva e sócio-cultural histórica, carregada de elementos pedagógicos, econômicos, psicológicos e ideológicos.  Portanto, correlacionada às experiências vivenciadas, em que denota um processo complexo e multifacetado, como afirma Marchesi (2008, p. 120):

É relevante a afirmação do autor supracitado, pois assegura que a construção identidária é um processo lento e complexo que implica não só revisão de posturas e ideias, dada sua instabilidade, como também, apresenta considerações acerca de suas raízes  históricas.

Arroyo (2000), em suas contribuições sobre a construção da imagem docente, salienta que essa ascendência no que diz respeito à base histórica identidária pode estar relacionada às nossas primeiras impressões acerca da imagem que construímos de nossos professores, fazendo com que estas experiências reflitam em nossas próprias percepções e/ou concepções.

Todavia, “A imagem da professora, do professor que tivemos não se explica com exclusividade a imagem que cada um de nós  carregamos.” (ARROYO, 2000, p. 125), isso  porque, no decorrer de nossas experiências  “[...] outras imagens se acrescentam e com  todos esses aprendizados, por vezes resistindo a eles, fomos construindo nossa identidade  pessoal e profissional.” (ARROYO, 2000,  p. 125).

A identidade do professor, para Perrenoud  (2001, p.38, grifo do autor), “[...] é elaborada  a partir de discursos sociais, de posições cul turais, de habitus. [...] que inclui e mantém as suas fantasias, suas construções de ideal  e suas idealizações”.  

O significado social de ser professor influencia direta e significativamente a cons trução da identidade profissional. Referente à esta questão, Pimenta (1999, p. 19) afirma:  

Observa-se, no cotidiano da docência, a correlação dos saberes pedagógicos com os  desafios da prática educativa. Oliveira (2006) ressalta que todo profissional docente, ao  firmar-se em sua condição de professor, adota  como identificador de sua profissão dois fatores imprescindíveis em sua tomada de ofício:  os saberes teóricos e práticos. A correlação destes elementos é o que possibilitará que os professores constituam e aprimorem os seus saberes, adquirindo, pois, a renovação e/ou  a (re)construção de uma nova identidade.  (GADOTTI, 2003).

É praticamente impossível, porém, articular os fatores citados anteriormente - a saber, teoria e prática - se esta dinâmica não estiver envolvida de forma efetiva com o processo  de formação do docente.  

Em síntese, o professor “[...] não pode ser nem um puro e simples prático, nem um puro e simples teórico. Ele está entre os dois” (LIBÂNEO, 1998, p. 27), ou seja, a ligação  entre teoria e prática deve configurar-se  permanentemente em todos os contextos do  exercício profissional.  

Nogaro (2002) em sua pesquisa com sujeitos, também participantes de um determinado  curso de formação de professores, observou  que os mesmos apresentam distintas razões  no ato de optar pela escolha profissional, isto  é, uns encontram no curso a possibilidade de  desenvolver uma atividade baseada na transformação e formação de novas gerações, e  outros, justificam porque pai e mãe julgam ser  uma boa opção profissional. Silva e Sudbrack  (2006, p. 08) observam que esses profissionais frequentam os cursos “[...] deixando  em segundo plano a busca de novos conhecimentos e o processo de aperfeiçoamento”.  Deduz-se que essa situação é um dos fatores  que contribui para gerar crise de identidade.  E, por sua vez, Pimenta e Lima (2004, p. 62)  advertem que “A identidade do professor é  construída ao longo de sua trajetória como  profissional do Magistério.”  

2 Concepções presentes em um  curso de formação docente

As concepções sistematizadas, no segui mento do texto, apresentam os dados obtidos por meio do questionário anônimo1 aplicado em duas turmas concluintes do Magistério de uma escola de formação de professores  localizada na região norte do Alto Uruguai  gaúcho entre os meses de setembro e outubro  de 2010.

2.1 A função do professor no  processo de ensino-aprendizagem

Os pressupostos que fundamentam a rela ção ensino-aprendizagem constituem-se em modelos pedagógicos e epistemológicos que  recebem a seguinte denominação: inatismo,  empirismo e construtivismo2. (SANTO MAURO, 2010).

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