Contribuição Dos Diários Reflexivos No Processo De Formação De

Capítulo 1 – O Percurso Metodológico

Em meu percurso metodológico optei por fazer uma pesquisa de campo que,

além de ter me possibilitado coletar dados importantes (registrados nos diários

reflexivos), também me permitiu presenciar a prática de ensino de língua inglesa de

professoras em exercício e o seu papel no processo de aquisição/aprendizagem dessa

língua pelas crianças.

Além dos diários reflexivos também fiz a leitura de textos para um embasamento

teórico do trabalho e conversei informalmente com alguns pais de alunos sobre a

educação bilíngüe.

O local escolhido foi uma escola de Educação Infantil Bilíngüe que se chama

“Tic Tac Toe”, localizada na cidade de São Carlos, interior de São Paulo. É a única

escola infantil bilíngüe (português/inglês) da cidade.

A referida escola está em seu terceiro ano de funcionamento, e tem por volta de

sete professoras, sendo três no período da manhã e quatro à tarde, e aproximadamente

cinqüenta alunos regularmente matriculados nos dois períodos (dados referentes ao ano

de 2007).

Até o ano de 2006 apenas duas das professoras que trabalhavam na escola não

possuíam formação específica de Licenciatura em Pedagogia. Mas atualmente todas as

professoras são graduadas ou são alunas do curso de Pedagogia da UFSCar, além de

terem curso de inglês com duração de no mínimo quatro anos.

A escola é de pequeno porte e atualmente está instalada em um uma construção

arquitetada para ser casa de família. O local possui um total de sete cômodos, sendo:

uma recepção/secretaria, uma cozinha, um banheiro e quatro salas de aula, além de um

parque com escorregador, balanço, triciclos, mini-castelo de plástico e banco de areia,

localizados aos fundos da escola.

As salas de aulas são espaçosas, mas apesar disso a escola tem uma política que

não permite que as salas tenham mais de oito ou nove alunos por professora, pois

acreditam que desta forma, as professoras têm possibilidades de atender de maneira

mais próxima e personalizada seus alunos, assegurando assim o bem estar dos mesmos.

Nessa escola a língua inglesa é a forma de comunicação entre o professor e a

criança, o que parece facilitar o aprendizado, tornando a segunda língua tão simples

quanto o Português. Através do método de imersão, a criança desenvolve a fala e amplia

o vocabulário em inglês. Além disso, os alunos estão em um ambiente no qual há vários 9

estímulos e oportunidades para que aprendam o idioma e se expressem de forma

espontânea.

Com base no construtivismo, a escola permite aos alunos construírem seus

conhecimentos, vivenciando aquilo que estão aprendendo. Além disso, a escola respeita

o calendário e a cultura brasileira, promovendo a integração social, aceitação,

motivação, assim como auto-estima e o entusiasmo, ingredientes indispensáveis para a

formação e desenvolvimento das crianças.

Essa escola, além de me proporcionar fazer um acompanhamento das rotinas de

sala de aula e observar a interação entre as professoras e os alunos e os recursos

pedagógicos utilizados pelas mesmas para atingir seus objetivos na aula, permitiu-me

acompanhar o desenvolvimento dos alunos na aquisição da língua inglesa e elaborar

diários reflexivos para, a partir deles, refletir sobre a prática das professoras que

trabalham com o ensino de línguas para crianças pré-escolares, na faixa etária de um

ano e meio até três anos de idade, para, posteriormente, analisar em que medida os

escritos, ou seja, os diários podiam me fornecer instrumentos na construção da minha

prática futura enquanto professora de idiomas.

Capítulo 2 - Referencial Teórico

Este capítulo tem por objetivo apresentar o referencial teórico que foi composto,

principalmente, por artigos que discorrem sobre a abordagem comunicativa no

ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras, o processo de ensino/aprendizagem de

crianças em fase escolar e a formação do professor reflexivo.

ALMEIDA FILHO (1993) autor de “Dimensões Comunicativas no Ensino de

Línguas” foi um referencial importante, pois toma uma perspectiva crítica produtiva de

ensino comunicativo como seu elemento catalizador para caracterizar as múltiplas

variantes do ensino contemporâneo de línguas no Brasil e exterior.

Ele afirma que a concepção atual da comunicação se aproxima de uma forma de

interação social propositada em que há demonstrações de apresentação pessoal e/ou

construção do conhecimento e troca de informações. Argumenta que a comunicação não

é apenas um simples