Estudo De Meio

CAMILA CARNEIRO 1ºNB

1. Introdução

A observação e o contato do estudante de Letras constitui-se como base fundamental na formação de qualidade, apresentando-se como um espaço para reflexões e questionamentos. Quando o acadêmico tem a oportunidade de conhecer seu futuro ambiente de trabalho, pode refletir sobre e vislumbrar suas futuras ações pedagógicas. É a partir dessa experiência que os estudantes terão a possibilidade de discutir e, juntos, refletir criticamente sobre o ensino, tornando significativa sua formação e construindo assim sua identidade profissional.

2. Perspectiva teórica

A boa formação do acadêmico depende da relação que este estabelece entre os assuntos tratados em sala de aula com o cenário escolar em que atuará. Para os estudantes do curso de Letras é de grande importância comparar a proposta dos PCN com a realidade escolar para avaliar os aspectos dos documentos que são realmente colocados em prática. Além disso, poderá iniciar o contato com sua futura área de trabalho e, desde o início de seu curso, definir sua linha de pensamento, construindo assim sua identidade profissional.

Este relatório apresenta os resultados do estudo de meio realizado pelos acadêmicos do primeiro ano do curso de Letras em uma escola de ensino fundamental. A escola e os alunos tiveram suas identidades preservadas. As conclusões a que se chegaram são baseadas no estudo dos PCN e documentos auxiliares, como o texto Ensino da língua portuguesa: oralidade, escrita e leitura, organizado por Vanda Maria Elias.

3- Fundamentação Teórica

Os Parâmetros Curriculares Nacionais para Língua Portuguesa adota o conceito de língua como sistema simbólico utilizado por uma comunidade lingüística e de linguagem como uma atividade dircursiva e cognitiva, pela qual homens e mulheres se comunicam, informam, expressam suas opiniões e constroem visões de mundo, ou seja, a linguagem permite aos seres humanos produzir cultura.

Tendo em vista essa concepção de linguagem, o professor, ao ensinar sobre língua, deve considerar os aspectos sociais e histórico que envolvem os sujeitos em processo de aprendizagem.

Além disso, deve-se não apenas trabalhar a gramática de maneira sistematizada, mas sim adotar a visão de texto como unidade de ensino, considerando a diversidade de gêneros e suas especificidades de organização. Sobre isso, os PCN afirmam:

Os textos organizam-se sempre dentro de certas restrições de natureza temática, composicional e estilística, que os caracterizam como pertencentes a este ou aquele gênero. Desse modo, a noção de gênero, constitutiva do texto, precisa ser tomada como objeto de ensino. Nessa perspectiva, necessário contemplar, nas atividades de ensino, a diversidade de textos e gêneros, e não apenas em função de sua relevância social, mas também pelo fato de que textos pertencentes a diferentes gêneros são organizados de diferentes formas.

Os PCN dizem que ao ingressa na escola, o aluno já domina as práticas orais necessárias à sua convivência diária com as pessoas ao seu redor. Mas o objetivo do ensino, segundo os PCN seria ensinar ao aluno o uso da linguagem oral na realização de atividades de apresentações públicas, sejam elas para um grupo de pessoas, como em seminários, debates, palestras, ou para um indivíduo, como entrevistas de contratação.

Sobre a escrita, os documentos afirmam que a escolha de texto deve privilegiar os gêneros que fazem parte do dia a dia do aluno e no universo escolar, como contos, notícias, artigos de revistas ou jornais, romances, cartas, entre outros. Dessa forma, o aluno terá maiores possibilidades de aprender de maneira eficiente sobre diversidades textuais e o contextos nos quais se inserem os diferentes gêneros.

Os PCN ainda tratam da questão da grámatica, afirmando que:

O modo de ensinar, por sua vez, não reproduz a clássica metodologia de definição, classificação e exercitação, mas corresponde a uma prática que parte da reflexão produzida pelos alunos mediante a utilização de uma terminologia simples e se aproxima, progressivamente, pela mediação do professor, do conhecimento gramatical produzido. Isso implica, muitas vezes, chegar a resultados diferentes daqueles obtidos pela gramática tradicional, cuja descrição, em muitos aspectos, não corresponde aos usos atuais da linguagem, o que coloca a necessidade de busca de apoio em outros materiais e fontes.

Por isso é de grande importância que o professor trabalhe as questões gramaticais inserindas na unidade adotada para o ensino, o texto. Somente desta forma a aprendizagem sobre gramática terá significado para os alunos, pois estará contextualizada, permitindo a observação de qual é a função das características específicas de cada gênero textual, como a forma de pontuação, o uso de determinados termos, etc.

5- Metodologia

Antes de realizar as observações os estudantes participaram de discussões sobre a proposta dos PCN, buscando sempre relacionar os documentos com a realidade observada ou vivida pelos acadêmicos em sua trajetória escolar.

Depois de receber as devidas orientações sobre o estudo de meio, os estudantes fizeram um contato informal com o diretor da escola e com o professor de Língua Portuguesa, com intenção de explicar o que é, para que serve e como é feito o estudo de meio. O passo seguinte foi o preenchimento de uma carta ofício com as informações sobre o acadêmico e sobre o estudo de meio. A carta foi entregue a direção da escola. No primeiro dia de observação a professora explicou a turma sobre a presença do estudante durante as aulas.

Além de observar as aulas, o acadêmico realizou visitas a biblioteca para saber sobre o seu funcionamento e conversou informalmente com a bibliotecária para conhecer sua opinião sobre a biblioteca, o empréstimo dos livros e aspectos que poderiam ser melhorados.

Na escola visitada são dadas quatro aulas de Língua Portuguesa por semana, sendo que duas são reservadas ao trabalho com o livro didático, uma é para produção de texto e uma para leitura (nesta aula os alunos realizam visitas a biblioteca para empréstimo e devolução de livros).

Os acadêmicos realizaram observações não participativas durante uma semana, em uma mesma série do ensino fundamental.

A escola, a professora e os alunos tiveram suas identidades preservadas, pois objetivo do estudo de meio não é criticar esta ou aquela escola, e sim promover um contato dos academicos com a realidade escolar para que relacionem teoria e prática.

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