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O QUARTO DE DESPEJO

Por:   •  9/12/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.212 Palavras (5 Páginas)  •  193 Visualizações

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1º TRABALHO AVALIATIVO

Discente: Julia Caroline Eva de Paula

E-mail: jubsdalilow@gmail.com

A leitura é um coeficiente importante na educação escolar, pois é um mecanismo fundamental para a prática de novas aprendizagens. Porém, seu conceito tem sido constado, tradicionalmente, como um ato mecânico de decodificação de palavras. Dessa forma, o ato de ler deveria ser visto como um processo de ensino/aprendizagem que vai além de um simples ato de decodificar, pois envolve uma complexidade. Ademais, compreender as suas concepções é fundamental para que o educador possa refletir seriamente sobre a importância que ela tem para o educando como processo de ensino/aprendizagem. Assim, em uma sociedade em que prevalece a tecnologia e a transmissão de cultura, o educador precisa conhecer as estratégias de leitura e procurar desenvolver no educando o domínio dessas estratégias, possibilitando, desta forma, uma leitura significativa e principalmente a função que ela exerce tanto dentro como fora do ambiente escolar.

De acordo com Kleiman, ler é uma prática social que se interliga a outros textos e outras leituras, ou seja, a leitura de um texto pressupõe em ações conjuntas de valores, crenças e atitudes que refletem o grupo social em que as pessoas estão inseridas. Sendo assim, a leitura não é apenas o entendimento de um leitor inserido na cultura letrada, mas uma relação de aspectos sociais e culturais que perpassam pela atividade intelectual em que o leitor utiliza diversas estratégias baseadas em seu conhecimento linguístico, sociocultural e enciclopédico.

Para a autora, para que o educando esteja apto a ler os textos de forma proveitosa e eficiente, três tipos de conhecimento devem ser ativados: o conhecimento linguístico, o conhecimento textual e o conhecimento de mundo. O ato de ler subentende conhecimentos que medeiam a assimilação e significados das palavras nos contextos comunicativos. Tais elementos da leitura estão totalmente conectados à compreensão do que se lê e, posto isso, alguns aspectos que integram o ato de ler são metodologias que se particularizam pelo conhecimento prévio que o leitor aciona ao efetuar suas leituras. Destarte, ao interligar esses conhecimentos, a leitura percorre os níveis linguísticos, textuais e de mundo, encarando-os durante a leitura e o processo de compreensão.

O conhecimento linguístico é imprescindível à leitura, pois nele estão os sintagmas nominais que constituem a sequência linear do texto. Ter a compreensão dos conceitos das palavras, que são semióticas e constituem sentido a partir de contextos, ou seja, “o conhecimento linguístico desempenha um papel central no processamento do texto” (KLEIMAN, 2008, p.14). Ademais, à linguagem é identificada pelo conhecimento linguístico na compreensão de um texto, agrega-se ao conhecimento textual e desempenha um papel importante na leitura.

         Já os textos são classificados em tipologias e gêneros diversos que possuem características e especificidades distintas, apresentando estruturas, seleção lexical, níveis de informação, uso de recursos linguísticos que constituem as marcas enunciativas, tudo isso compõe a estruturação textual. Por essas razões, “quanto mais conhecimento textual o leitor tiver, quanto maior a sua exposição a todo tipo de texto, mais fácil será a sua compreensão” (KLEIMAN, 2008.p.20).  Dessa forma, para o entendimento absoluto da leitura é fundamental ativar, também, o conhecimento de mundo que acionará o repertório de informações e inferências do leitor, como o conhecimento de mundo ou conhecimento prévio. Esse recurso é quase sempre “ligado” quando é importante no entendimento de um texto, pois ao acionar a memória, as informações primordiais ao assunto a partir de constituintes formais proporcionados no texto transformará a leitura em uma atividade de procura, significados e sentidos pelo leitor.

Dentro desse raciocínio, a leitura é vista por Paulo Freire num sentido amplo. Para ele, o ato de ler não pode ser dissociado do contexto político no qual está inserido, o que implica, em sua visão, que os fatores que influenciam o processo de leitura – psicológicos, linguísticos, sociais e políticos – integram entre si, dando condições para o indivíduo fazer uma leitura de mundo, “percebendo e refletindo sobre o mundo”, sobre a sua realidade e a sua práxis.

Além disso, para o autor, a leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. (FREIRE, p. 4). Dessa forma, a leitura do mundo foi sempre fundamental para a compreensão da importância do ato de ler, de escrever ou de reescrevê-lo, e transformá-lo através de uma prática consciente.

Nesse ínterim, o grande desafio do século XXI, na educação, é de instigar a leitura como um hábito comum ao dia-a-dia dos alunos/cidadãos e, também, gerar neles o senso crítico importante para que sejam labutadas as informações que são lidas. Nesse contexto, o papel do professor dentro de sala é o de agir como agente conhecedor do contexto sócio-histórico que agrega aquele aluno para que seja capaz de propiciar a ele um ensino que lhe permita elaborar habilidades fundamentais a vida no mundo atual, que ele seja apto de ler, pensar, escrever, ser crítico e agir diante dos problemas e das transformações vividas no seu meio social.

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